Fanfic: Guerra dos Sexos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Alfonso ouviu uma batida na porta e foi atender, descalço.

Havia três dias não fazia a barba, e vestia apenas calça de moletom. Ao atender, encontrou um mensageiro com um pacote.

- É Alfonso Herrera?

Alfonso assentiu e assinou o recibo. Dando uma gorjeta para o homem, tornou a entrar e abriu a caixa.

- Uma fita?

Dentro da caixa de papelão havia uma fita para minigravador que cabia no aparelho que ele possuía. Curioso, apesar do cansaço e da ressaca, entrou no escritório.

Colocando a fita no aparelho, sentou-se e apertou o botão. A voz de Anahí quebrou o silencio:

- “As cicatrizes de batalha de uma mulher durante a Revolução sexual, por Anahí Portilla”.

Alfonso gelou, ao ouvir Anahí falar.

Era evidente que lia o próprio artigo em voz alta. Ele ouvia o barulho das folhas sendo viradas. E aquilo tornava os comentários dela ainda mais chocantes.   - “ Escrevi muitas vezes sobre amor e almas gêmeas, sobre olhar nos olhos de um homem, do outro lado da sala e saber que é a pessoa que lhe é destinada. Nas últimas semanas, entendi algo importante. Amor verdadeiro, almas gêmeas, o par ideal, tudo isso é maravilhoso. Mas a paixão também é”.

Alfonso fechou os olhos, inclinou a cabeça e continuou a ouvir.

- “ Como posso aconselhar as mulheres a procurar a compatibilidade emocional, quando eu mesma descobri meu homem ideal através de nosso relacionamento físico? Sim, foi o que aconteceu. Contra tudo o que eu acreditava. Mas é isso. A paixão me dominou. O desejo minou minha resistência, até que fiquei vulnerável, pronta para amá-lo, e para permitir que ele me amasse. Que me despertasse. Não há dúvida eu o amo. Não sei o que acontecerá em seguida. Não sei se haverá um amanhã, e muito menos se vai durar para sempre. No entanto, sei que não posso mais fingir que uma mulher está acima da paixão, que pode controlar seu desejo. Eu não posso. Seria hipócrita, ou mentirosa, se afirmasse isso. Ele controla meu corpo e é o dono da minha alma, pelo tempo que desejar. ”

Na fita, a voz de Anahí continuava, lendo mais do artigo, das entrevistas, das pesquisas. Alfonso não estava mais escutando. Nada mais importava além do que ela confessara a ele e ao mundo no artigo.

- Eu também te amo, Anahí.