Fanfic: Guerra dos Sexos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

De repente, começara a ser cauteloso com todos, já que costumavam ter uma visão preconcebida a seu respeito. Tinha começado a sentir falta do anonimato que desfrutava quando escrevia para revistas semanais, ou quando trabalhava como free-lancer.

Preferia estar cobrindo um escândalo de corrupção na capital do país do que estar ali, naquela reunião sofisticada, cercado de homens que concordavam com tudo o que ele dizia, exceto quando as namoradas estavam por perto.

Sem falar nelas, as namoradas, que tanto gostariam de tê-lo em suas camas.

E, pior que tudo: encontraria a solteirona frígida chamada Anahí Portilla.

De todos aqueles que não gostaria de ver, ela encabeçava a lista. Afinal, era sobretudo por causa dela que metade da população do mundo, a metade feminina, pusera-se contra ele.

Anahí era a responsável pela péssima reputação que adquirira, e que o rotulava de machão e preconceituoso.

Um pouco antes, na festa, Alfonso vira uma mulher vestida com um conjunto de corte masculino, alta e muito magra, com os cabelos grisalhos presos num coque, e logo suspeitara que fosse Anahí Portilla.

Peguntara a Christopher, um amigo casual e companheiro de trabalho, para confirmar se era mesmo sua inimiga.

Christopher sorrira, batendo nas costas de Alfonso.

-Como você consegue? Como pode entrar numa sala, olhar para uma pessoa, e de imediato saber quem ela é?

-Quer dizer que acertei? - Alfonso ficara um tanto decepcionado ao pensar que ela era mesmo a mulher com quem compartilharia as homenagens da festa.

Christopher apenas dera de ombros, erguendo as mãos num gesto de desamparo.

-O que posso dizer? Você é mesmo um mestre da dedução. Creio que vou cumprimentar Anahí. Mas não se preocupe, Alfonso. Não a deixarei saber que a descobriu com tanta facilidade.

Então, o editor-júnior se afastou, deixando Alfonso especulando sobre a pessoa que fizera de sua vida um inferno nos últimos meses. Os dois receberiam prêmios por terem aumentado as vendas das revistas para as quais trabalhavam.

-Este brinde é para você, Anahí Portilla. - disse, acomodando-se na espreguiçadeira. -Quem sabe tem sorte hoje e encontra algum coitado que não enxerga bem, faz amor com ele e para de me perturbar...

Ao levar à boca a garrafa de cerveja, Alfonso viu que a porta de entrada se abria na semi-escuridão. Esperando não ser descoberto, abaixou-se no assento, desejando que o intruso se fosse. 

Mas não teve sorte.

A pessoa, ele podia ver que era uma mulher, entrou e fechou a porta atrás de si. Encostou-se na madeira, e Alfonso imaginou vê-la suspirar, talvez aliviada por ter escapado do evento.

Tinham isso em comum, pensou, vendo-a caminhar até o local iluminado perto da esteira.

Era loira e perfeita.