Fanfic: Olhos de Sangue | Tema: Vampiros, Terror, Suspense, Horror, Ficção
O local em que trabalho é uma escola de cursos da saúde, nível técnico. Logo conheço muitas pessoas da área da saúde, médicos, tecnólogos em radiologia, legistas, entre outros. É comum ouvir, sobre corpos encontrados nos piores estados, normalmente atribuídos a acerto de contas pelo tráfico de drogas.
Porém dessa vez foi diferente, um dos legistas estava contando sobre os casos estranhos que estavam aparecendo, ele recebeu a ordem de manter em sigilo, porém como ele é muito chegado ao pessoal do minha sala, acabou contando. Era sobre mortes com ferimentos no pescoço, inicialmente era como outros assassinatos, porém começaram a ficar aleatórios, moradores de ruas, pessoas que não tinham ligação com atividades ilícitas, classes alta, média e baixa. Normalmente era um corte diagonal no pescoço, que passava por cima da artéria jugular, porém havia aparecido alguns casos de corpos com apenas dois orifícios em cima da artéria do pescoço.
Isso estava preocupando os legistas. Eu mesmo olhei fixamente para ele na hora em que ele contava, ele retornou o olhar como se tivesse entendido minha mensagem, e acabamos rindo, afinal, eles gosta muito de ficção vampiresca como eu, mas apesar de tudo, era ficção, não era?
Voltei aquele dia para casa pensando nisso, afinal, e se realmente fosse verdade, mudaria muita coisa, teria que tomar mais cuidado, mas logo me dei conta que eu estava parecendo uma criança, então deixei de lado e segui minha rotina.
Chegado o sábado, outra rotina começava. Minha casa não fica muito próxima da igreja que frequento, e como as rotas de ônibus não percorrem esse sentido, o trajeto se torna muito contramão, o que me faz preferir ir a pé, do que ir para o terminal de ônibus no centro da cidade. Caminhando levo em torno de 40 minutos para a comunidade, e 45 minutos para a paróquia (por outro caminho), menos da metade do tempo que levaria indo para o terminal de ônibus.
O caminho para a comunidade consiste numa rua entre os fundos de duas grandes empresas e três condomínios, logo não preciso dizer o perigo que é esse trajeto, principalmente a noite, onde não se vê praticamente ninguém e não tem uma iluminação decente. Faço esse trajeto três vezes no sábado.
Apesar disso nunca tive problemas, e como Marry mora mais distante ainda, sem mencionar que o bairro onde ela reside, é um dos mais perigosos da cidade, vou deixá-la em casa após a reunião, isso quando ela não vem para minha casa.
A noite na reunião ficamos sabendo que teria um evento, e apresentaríamos uma encenação. Logo após a mesma, dividimos os papéis e passamos um pouco o roteiro, após isso fui levar a Marry em casa.
Eu andava mais preocupado que o normal, parecia que a história do legista tinha mexido comigo, e eu estava mais atento. Percebi que a Marry notou, mas não comentou nada. Chegando a sua casa, conversamos e namoramos um pouco. Ela mora no segundo andar de uma casa, mora com seu pai, irmão e madrasta. Na frente tem uma varanda, quando não estamos no seu quarto ficamos lá, a varanda não é larga, porém comprida, ficamos bem no canto, abraçados por horas, conversando, apreciando um ao outro, tudo isso com uma brisa suave e um luar maravilhoso.
Por volta das 22 horas, falei que ia pra casa, ela estranhou, pois normalmente só saio de lá após as 23 horas. E perguntou:
– Algo te incomoda amor? Notei que você estava preocupado no caminho para cá, e agora está indo cedo.
Sua voz calma e tranquila é como um calmante para mim, percebi o quão preocupada ela havia ficado com minha mudança de comportamento.
– Não é nada, só estou cansado. Disse a ela. Afinal não ia comentar que estava com receio de uma história que lembra uma ficção.
– Tem certeza? Perguntou.
– Sim. Eu disse. – E sobre o horário, você sabe que seu bairro é muito perigoso, logo preciso sair cedo pra chegar com segurança em casa.
– RÁ!!! – Gritou ela, trocando a voz calma por um grito inesperado, típico de sua personalidade. – Falando o morador do bairro mais perigoso, querendo encrencar com o meu. Rum!
Nós tínhamos um costume de discutir satiricamente sobre qual era o bairro mais perigoso, já que o meu antigamente, também não era dos melhores.
Dito isso silenciei-a com um beijo, e aproveitamos mais uma hora de momentos excepcionais.
Na saída despedi-me e demos mais um beijo. Ela então disse:
– Manda mensagem quando chegar em casa. – Ela sempre dizia isso quando eu saia de lá.
– Tudo bem amor. – Respondi.
Então parti de volta para minha casa.
Saindo de sua casa, preciso percorrer um longo caminho até a parada de ônibus. Passo por uma área bastante pesada, e muito perigosa, apesar do forte patrulhamento da polícia.
Sempre volto receoso e observando tudo ao meu redor, sentidos bastante atentos, no intuito de ser eficiente em minha caminhada. Porém eu estava mais atento ainda e com receio, para não dizer medo. Esta noite acabei saindo mais tarde do que o costume, e não havia praticamente ninguém nas ruas. Andava muito depressa, quase correndo, para completar o caminho o mais rápido possível.
Foi quando notei que alguém me seguia, olhei no canto da vista, e percebi que um indivíduo andava atrás de mim, numa velocidade crescente. Devido à iluminação, não podia vê-lo direito, apenas o vulto negro de um ser que me seguia. Ainda na parte escura antes de chegar à praça, ele estava me alcançando. Meu coração batia incrivelmente rápido, quando ele me alcançou... E passou direto, seguindo seu calminho. Nem preciso comentar o alívio que senti. Foi quando uma mão pousou em meu ombro, senti aquele calafrio e uma voz atrás de mim disse:
– O que está fazendo por aqui essa hora?
Virei de costas e olhei quem me perguntava, era Mauro, namorado da Mayara. Estava com o uniforme da escola, provavelmente vindo de lá. Mauro era moreno e um pouco gordinho, tinha uma aparência de mau, mas era tranquilo.
– Eu estou vindo da Marry, indo para minha casa. – Respondi.
– Aqui já é perigoso normalmente, imagina essa hora da noite. Tenha cuidado. Venha, eu te acompanho até parada de ônibus. – Disse Mauro caminhando ao meu lado.
Mauro era um garoto muito bacana. Ele participa de um grupo da igreja em outra comunidade próxima a nossa, mas pela mesma paróquia. Não éramos tão chegados, mas o considero um grande amigo. No passado tivemos alguns conflitos, pois eu muito conversava e passava tempo com Mayara, e ele acabou ficando com ciúmes, mas depois tudo se revolveu, conversamos e ele viu que no fundo apenas queria ajuda da Mayara para conquistar a Marry.
Chegando à parada ficamos conversando um pouco, ele falando sobre a Mayara, e eu sobre a Marry. Foi uma conversa interessante, até que meu ônibus passou. Subi e ele seguiu para sua casa.
Sentado no ônibus fiquei refletindo sobre os últimos acontecimentos, e vi que estava influenciado por aquela história, então decidi deixar para lá. Chegando no ponto que fico, desci e seguia a pé para minha casa. Como eu disse, é muito contramão para mim, mesmo da casa da Marry, além do ônibus ainda ando um bom pedaço.
Chegando em casa, mandei mensagem para a Marry, avisando que tinha chegado em casa. Comentei que tinha encontrado Mauro, e conversamos um pouco. Logo ela queria saber o que falamos, pois ela é muito curiosa, teclamos por meia hora até que ela foi dormir. Acessei o minha página na rede social mais acessada atualmente, atualizei meus status e fui dormir.
Autor(a): anubislh
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Passaram-se três semanas, e eu nem pensava mais naquilo. Seguia minha vida normalmente, foi quando numa sexta-feira, lembrei no trabalho sobre a história, hesitei um pouco, mas acabei perguntando para o legista como estavam os casos estranhos por mortes com ferimentos no pescoço. Ele disse que não havia acontecido mais nenhum. E aqueles casos tinha ...
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