Fanfics Brasil - 3 A Revelação Olhos de Sangue

Fanfic: Olhos de Sangue | Tema: Vampiros, Terror, Suspense, Horror, Ficção


Capítulo: 3 A Revelação

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Passaram-se três semanas, e eu nem pensava mais naquilo. Seguia minha vida normalmente, foi quando numa sexta-feira, lembrei no trabalho sobre a história, hesitei um pouco, mas acabei perguntando para o legista como estavam os casos estranhos por mortes com ferimentos no pescoço. Ele disse que não havia acontecido mais nenhum. E aqueles casos tinham sido arquivados. Bagunçamos um pouco dizendo que “Van Helsing” tinha aparecido na cidade e tudo voltara ao normal, voltei para minha sala e terminei meu dia.


A noite não teria aula, então fui para casa. Como meus avós estavam viajando, e meu pai havia ido passar o final de semana no sítio de um amigo, liguei para Marry perguntando se ela não queria passar o final de semana comigo, até porquê, no dia seguinte teria a apresentação no evento da Igreja. Ela disse que tinha que ir visitar sua mãe no sábado à noite, mas poderia ficar até lá comigo.


Ela saiu do trabalho, foi em casa pegar algumas roupas e pertences, e veio para minha casa. Lanchamos, e assistimos a um filme. Amo passar o tempo com ela, ela me completa e eu a amo muito. Depois do filme fomos nos deitar, e depois de muitos beijos e carinhos tivemos uma noite perfeita.


Sábado de manhã levantei e minha amada ainda dormia. Fui a padaria e comprei pães e frios. Preparei um suco de laranja natural, e fiz sanduiches, arrumei uma bandeja e levei para ela. Nem preciso dizer que ela adorou, e me agradeceu muitíssimo bem.


Fui para a catequese e ela me acompanhou. Depois almoçamos na casa de uma amiga nossa, e madrinha de crisma dela, Helena. Helena é uma assessora paroquial, muito bacana e ótima pessoa. Também foi uma peça fundamental para que nosso relacionamento acontecesse. À tarde fui à casa de Luiza, para preparar a reunião dos jovens da noite, para a próxima semana, juntamente com Julio. A coordenação era composta por mim, Luiza, e Julio. Marry apesar de integrante, como minha namorada e futura coordenadora, pois estava chegando à época de eleição e como eu disse anteriormente que ela tinha um grande potencial, foi ajudar a organizar.


Ficamos lá preparando tudo e depois fomos ensaiar a encenação da noite, era uma peça sobre a conversa de um homem que não tinha tempo para a família e a morte no dia em que ia buscá-lo. Eu como otaku e cosplayer, sou fissurado em caracterização, logicamente peguei o papel da morte. E apresentamos um belíssimo espetáculo. As celebrações estavam mais dinâmicas e sempre tinham algo diferente, principalmente relacionado a teatro, pois o novo padre era novo e muito ligado a juventude.


No fim da celebração e das festividades, foram distribuídas lembranças, pequenos frascos ornamentados e cheios de água benta. Todos pegaram, pois havia muitos, eu mesmo levei uns dez, para dar de lembrança aos parentes e vizinhos. Sabendo que em casa, logo iam usar a água do frasco, tive a ideia de levar mais água benta além dos frascos, e acabei enchendo uma garrafa térmica que tinha na bolsa com água benta lá na entrada do salão.


Depois disso, todos os jovens ficaram conversando até a igreja ser fechada, e todos os grupos seguiram seu caminho. Eu fui acompanhar a Marry até a parada, pois ela ia para a casa da mãe dela. Sua mãe é uma ótima pessoa, não tinha muito contato com ela, mas quando a encontrava nos dávamos super bem.


Depois de a Marry pegar o ônibus, segui na minha jornada, como estava com vontade de dar uma volta, fiz o caminho mais longo. Passei na casa de Helena, jogamos conversa fora, até que Luiza ligou, e perguntou se não queríamos ir pra lá lanchar. Então seguimos caminho. Chegando na casa de Luiza, lanchamos e assistimos alguns vídeos de passeios do grupo. Altas risadas, fatias de pizza e x-saladas marcaram a noite.


Como a hora tardava, resolvi ir embora e Helena, ficou para dormir com Luiza. Segui meu caminho, até chegar a bendita rua perigosa. Já era muito tarde, e estava mais sinistra como nunca, eu como sempre, andando correndo pôr assim dizer. O chato, é que é uma ladeira, e no sentido de volta pra casa, é a subida, então logo cansei...


Algo começou a incomodar, parecia que alguém me vigiava, eu comecei a ficar com a respiração difícil e uma dor de cabeça leve veio à tona. Achei estranho, mas continuei seguindo em frente, foi quando me assustei. Avistei uma silhueta de um homem embaixo a uma árvore mais a frente. Fiquei assustado, podia ser um ladrão, afinal era comuns assaltos naquela área. Como já estava no meio da rua, não ia voltar, apenas continuei caminhando. A cada passo, eu ficava mais tenso, com receio do que ia acontecer, quando cheguei mais perto acabei percebendo, que se tratava de alguns pedaços de madeira apoiados na árvore que a distância parecia uma pessoa.


Fiquei mais tranquilo na hora, porém ainda curioso do mal estar de anteriormente, afinal ainda nem tinha avistado a silhueta quando comecei a sentir. Mais na frente um pouco quando fui ajustar a fivela da minha bolsa, notei que minha mãe havia sujado de algo que parecia graxa, muito provavelmente no portão da casa de Luiza, como minha bolsa tinha a costa branca e minha blusa a mesma cor, resolvi limpar antes que manchasse alguma das duas. Como não tinha outra solução, usei uma pouco da água benta da garrafa térmica para lavar minhas mãos.


Já próximo de minha casa, estava passando em frente a um restaurante, que estava fechado. Atrás desse restaurante tem uma área verde cercada, porém a cerca era velha e com várias aberturas que permitem passar para dentro, e depois umas vielas até um conjunto.


Foi quando ouvi um barulho estranho, que parecia alguém agonizando ou gemendo, mais precisamente uma mulher. Logo imaginei que algum casal se divertia ali, então não liguei muito, apenas ri e segui em frente. Porém quando já passava do restaurante, ouvi novamente, e pareceu um pedido de socorro sufocado:


– Socorr... Nãoo... – Em tom baixo, quase não se podia ouvir. Logo em seguida o som se esvaiu.


Eu fiquei preocupado, pois podia ser alguém precisando de ajuda. Porém se fosse um bandido armado o que eu faria, afinal desarmado e sozinho, a rua completamente deserta. Mesmo com todos esses contras, resolvi investigar, pelo menos se eu tivesse certeza de longe, poderia solicitar ajuda a polícia por telefone. Então dei a volta no restaurante, e fui adentrando a área verde.


Caminhei pouco quando me deparei com uma cena perturbadora. Uma mulher caída em cima de uma moita, abaixo de uma árvore, com um homem por cima dela. A princípio parecia um estupro, mas percebi que a mesma estava vestida e o homem também, ela porém estava pálida e o rosto desfalecido. O homem aparentemente beijava o pescoço dela. Peguei meu celular com o intuito de ligar para a polícia, foi quando notei que escorria um fino caminho de sangue do pescoço da mulher para o mato, e vi q ele na verdade estava mordendo seu pescoço.


Na mesma hora eu paralisei, não tinha outra explicação! Um vampiro bem ali na minha frente. Como isso era possível, tudo o que acreditava ser um mito era verdade, um ser das trevas que se alimenta de sangue humano, eu me negava a acreditar no que meus olhos viam. Eu era fascinado pelas histórias, mas apesar disso me senti em perigo naquele momento, foi quando guardei o celular, e tentei sair sem que ele notasse minha presença. Minhas mãos tremiam, eu andava de costas para não tirar os olhos dele, além do que procurava algum pedaço de madeira que pudesse me servir de arma caso ele me visse.


Foi quando aconteceu, pisei em um galho seco. Por quê? Justamente naquela hora aquele pedaço de galho tinha que estar ali para dar início ao meu fim? Não deu em outra, o ser maligno tirou as presas do pescoço da mulher olhou para mim, contorceu o pescoço para o lado, aspirou fortemente, como quem me cheirava a distância, fez um gesto com a língua como quem lambia algo, e depois abriu os braços e se inclinou na minha direção, soltando um som baixo, porém assustador.


Isso não foi tão rápido, mas o medo não me permitiu correr, foi quando ele se impulsionou saltando e correndo em minha direção, era veloz como o vento, eu rapidamente pensei que não seria possível correr, e nem fui capaz de gritar. Foi quando no reflexo me apoiei com o pé direito atrás e preparei para dar um soco com toda a minha força, apesar de não acreditar que isso fosse surtir efeito.


Quando ele chegou em mim abrindo a boca e mostrando as presas e as garras, soltei o soco de minha vida, mirei bem no ouvido, pois lembrei-me do órgão do equilíbrio, – Como se aquilo fosse humano...


– Páh!!!


E para minha surpresa, o soco foi super efetivo! A criatura sofreu o impacto e caiu alguns metros a minha esquerda.


Eu simplesmente não acreditei, como fiz aquilo, afinal era um vampiro. Além do que nem mesmo um humano, eu conseguiria socar até tal distância. Notei que ele caiu e ficou se contorcendo pegando no rosto e grunhindo, como quem estava com muita dor, quando ele tirou a mão notei que havia ficado a marca de meu punho ao lado, só que com queimaduras. Foi quando me lembrei: a água benta!


Abençoado portão de Luiza que fez com que eu lavasse as minhas mãos com água benta, do contrário eu não estaria mais vivo. Rapidamente vi que ele estava se recompondo então joguei minha bolsa no chão, abrindo rapidamente para pegar a garrafa com água benta.


O nervosismo me tomou conta, não conseguia pensar em mais nada, agachado tentando abrir a bolsa e o ser das trevas se recompondo e me olhando com um ódio que nunca presenciei, ele tornou a vir em minha direção, eu com a garrafa na mão, tentando abri-la... Será que dará tempo?


Foi quando arranquei a tampa e sem muito o que fazer sacudi a garrafa na direção dele, arremessando a água para acertá-lo. Porém não foi eficaz, ele desviou para o lado e saltou por cima de mim. Nem mesmo tiver chance de olhar para trás quando a criatura me segurou pelo braço e arremessou contra a cerca. O impacto foi forte e dei um solavanco no pescoço. Ao levantar minha cabeça ele surgiu colado em minha face, prendeu meus pulsos sobre a minha cabeça, colocou a cabeça ao lado da minha, cheirou minha pele, e seu grunhido medonho se transformou em uma voz mórbida e perturbadora:


– Sannnngue...


Foi quando ele abriu a boca, de maneira anormal, como uma cobra ao deslocar a mandíbula, prestes a engolir a sua presa. Eu simplesmente fechei os olhos e pensei: Esse é o fim.



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Autor(a): anubislh

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