Fanfic:  Minha Luz- Vondy | Tema: Vondy

 Todo dia vejo essa garota parada...olhando para o mar. 

Diego virou-se para Christopher com um sorriso maroto.

- Está querendo que ela se junte a trupe? Esqueça, amigo. Todas as stripers já foram avisadas, não há mais lugar para nenhuma.

- Em nenhum momento eu disse que a queria na festa. – Ainda encarando a pequena figura com o cabelo vermelho, sentada para o mar com os joelhos flexionados. – Somente digo que faz quase uma semana que estamos aqui no Caribe, e todos os dias a vejo nesse mesmo horário sentada a beira-mar...do mesmo jeito.

- Todos os dias você comenta a mesma coisa. Se quer tanto saber o que ela faz... – voltando-se para vê-lo. – Vai lá e pergunta.

- Não. – disse Christopher se recostando na cadeira. – Não é da minha conta o que ela faz todo dia. – Suspirou tentando tirar os olhos daquela imagem, voltou-se para o amigo que também olhava para a Ruiva sentada na areia. – Só acho que...

- Ei, ei, ei... já chega de paranóia, se ela quiser ficar o dia inteiro olhando o mar, o problema é dela e não nosso. – esbravejou Diego sorrindo enquanto desencostava do respaldo da cadeira. – Rapaz... – chamou o garçom que estava mais perto, quem prontamente chegou junto aos dois homens. – ...nos traga duas margueritas, por favor.

- Em um momento, Senhor Rivera. – dito isso, logo se afastou para atender ao pedido do cliente.

Diego olhou para o lado e viu que o amigo não conseguia tirar os olhos da garota que estava sentada a beira-mar. Se recostou outra vez na cadeira e fechou os olhos ao sentir a claridade no rosto.

- Mas me diz... O que você acha da festa de hoje à noite? 

Tinha que puxar assunto, aliás, a festa era essa noite e a opinião de Christopher era essencial.

- Acho que Enrique não vai gostar. – murmurou Christopher com um sorrisinho no canto da boca, sem poder tirar os olhos daqueles cabelos vermelhos esvoaçando com o vento.

- Estaremos fazendo um favor para ele. Desde que conheceu Ana, não olha mais para nenhuma mulher. Não entendo esse tipo de homem. – suspirou – Por exemplo, eu...você nunca me verá tão amarrado a uma mulher igual ao Enrique. Aquele homem está doente! – exclamou Diego, com tanta agitação como se o amigo estivesse padecendo de uma doença incurável.

- Ele está apaixonado, Diego. – e logo sorriu virando-se para o amigo. – Lembro-me quando você se apaixonou por Lílian Rodriguez no quinto ano. 

Christopher gargalhou mais ao ver a careta do amigo.

- Fazia tudo por ela, até mesmo todos os exercícios de matemática. Até mesmo as provas! – arregalou os olhos, enfático. – Presenteava-a com flores, chocolates... Até Dinheiro! – exclamou Christopher debochando do amigo.

- Ela era uma vagabunda, isso sim. – murmurou Diego suspirando, ao recordar como fora tolo em se entregar assim para uma mulher, que o enganara cruelmente, quando não era mais que um menino.

- Isso já passou.

Não podia ter tocado naquele assunto. Suspirou Christopher, arrependido por ter tocado em um dos únicos assuntos que tiravam o humor de seu melhor amigo. Depois de alguns minutos de silêncio, Diego parecia ter se refeito, como se ninguém houvesse tocado no assunto.

- Hoje temos que beber todas, não vai fácil agüentar todas as mulheres lindas que convidamos. Todas as minhas conhecidas da ilha e algumas até estrangeiras. – disse ele sorrindo. – Essa despedida de solteiro vai ser a melhor que já fui. Obviamente, porque eu que a inventei e que a produzi.

- Não é para tanto. Será como uma festa comum.

Diego virou-se para ele espantado, sentando-se na cadeira.

- Comum? Comum?! – exclamou ele indignado. – Como ousa chamar minha festa de comum? – Christopher riu abertamente. – As mulheres mais bonitas estarão aqui. Vestindo o que?! Um biquíni minúsculo, ou seja, quase nada! – lançando um olhar para uma loira que estava bronzeando-se em uma cadeira mais a frente. – Vai ser uma orgia. Mulheres lindas, gostosas e prontas para dar e receber. Do jeito que queremos.

Christopher não evitou dar um suspiro frustração. Não agüentava mais falar dessa festa. Na verdade, não estava achando nenhuma graça nessas férias. Foram boas para escapar um pouco da rotina do trabalho e dos estudos, porém somente isso. Não havia acontecido nada de bom. Queria excitação para sua vida. Queria algo mais do que sexo desenfreado e passageiro como o tempo, queria emoção. Queria poder discutir com alguém, queria poder rir de alguém. Queria conhecer alguém mais interessante do que “filhinhas de papai” que não sabiam articular mais de duas frases inteligentes.

Logo quando o garçom apareceu com as bebidas, Diego levantou-se para flertar de perto com a loira que estavam na frente deles. Christopher riu do amigo. Era um paquerador compulsivo. Não que ele mesmo não fosse, se dava muito bem com as mulheres e elas com ele, mas como Diego não chegava nem perto de ser. As mulheres sempre olhavam primeiro a Christopher do que a Diego. Porém, essa preferência das mulheres para Christopher, nunca interferiu na amizade dos dois. Respeitavam o espaço um do outro, sempre. E também as mulheres de cada um. Faziam jus a frase: “Mulher de amigo meu, para mim é homem.”

Suspirando. Não queria pensar em mulheres, pelo menos por esse minuto. Porém seus pensamentos se interromperam quando viu aquela pequena Ruiva se levantar da areia. Concentrou seu olhar nela. Era baixinha, devia alcançar mais ou menos em seu ombro. 

É, tem um corpinho razoável. – pensou Christopher ao varrer as costas dela com o olhar.

Não seria muito difícil levá-la a cama. De repente, teve a visão daqueles cabelos vermelhos espalhados pelo travesseiro. E ficou tentado em descobrir o rosto da dona desses cabelos tão maravilhosos. Ficou encantado com os cabelos dela voando com o vento, enquanto as águas cristalinas do mar tocavam seus pés. Parecia uma sereia saída de um conto de fadas. Suas costas finas, seus quadris proporcionais, suas pernas delicadas... Como seria o cheiro daquela pele? Como seria tocar aquela pele cremosa?

Christopher riu sacudindo a cabeça. Estava ficando louco. Ela tinha namorado. O tinha visto no dia anterior. Um homem loiro, tipinho surfista. Quem gostava de tipinhos surfistas, eram mulheres idiotas que prestigiavam homens sem cérebro nenhum de fala mansa. Ela também deveria ser uma idiota, assim como o seu namoradinho.

Recostou-se na cadeira, fechando os olhos, decidido a não mais olhar para essa garota. Franziu um pouco a testa pela claridade do sol e tomou um gole de sua bebida gelada, agradecendo em murmúrios pelo frescor da bebida. Como ela poderia ter tanto mau gosto em escolher um namorado tão sem atrativos? Por acaso ela era cega? Mesmo sem ver-lhe o rosto podia apostar que não ela não seria uma bruxa com uma verruga enorme no nariz. Poderia não ser bonita, mas com todo o seu charme poderia ter atraído outro homem com mais atrativos do que só um rosto bonito.

Enfadou-se com o rumo de seus pensamentos. Trincou os dentes, sentando-se na cadeira. Estava precisando voltar para casa, sentia falta de Gabrielle.

Levantou o olhar. Não havia mais ninguém ali, por fim ela se fora. Tomara que tivesse ido para sempre, pelo menos não perderia mais seu precioso tempo em pensar em pessoas que ele nem ao menos vira o rosto.

- Que belo mar. – sorriu ao olhar para as águas cristalinas que os rodeavam, mas parecendo uma piscina natural.

E ali estava ela. Ali estavam seus cabelos vermelhos nadando nas águas cristalinas. Mas por que ela estava se distanciando tanto? Será que era surfista como o seu namoradinho? Franziu a testa quando ela caminhou até que a água cobriu sua cabeça. Por Deus, ali estava fundo. O que essa louca queria fazer? Observou que ela não voltava. Ficou mirando fixamente aquele ponto vermelho. Se angustiando por ela não emergi.