Fanfic: Minha Luz- Vondy | Tema: Vondy
Sorriu ao ver como ela fazia careta ao sentir o líquido ardente descer por sua garganta.
- Oscar... - Christopher chamou o empregado. – me traga uma tequila também.
Olhou para o lado e viu que Dulce erguia as sobrancelhas, ao ouvir a petição dele.
- Já que não quer minha companhia, Senhorita. Terei que ficar aqui somente aqui ao seu lado, sem dizer nada. – disse ele com um sorriso nos lábios, enquanto via que ela franzia o cenho, visivelmente contrariada.
- Somente acho, Cavalheiro, que o Senhor não queria perder toda a diversão da noite para ficar somente ao meu lado, sem dizer nada. – lhe espetou ela. – Quando eu não quero que fique aqui. Quando tudo o que eu mais quero é que me deixe em paz, quero que todos me deixem em paz somente por hoje!
Christopher desfez o sorriso ao perceber a súplica naquele pedido. Tomou seu copinho com tequila e a mirou.
- Você acha que eu estou te vigiando?
- Se não é isso, então por que está aqui? Ah sim, já sei.. – esboçou um sorriso fingido. – porque eu sou uma maldita cega! Mas claro, porque não pensei nisso antes.
Christopher recebeu o sarcasmo dela como uma bofetada na cara. Ela estava certa, somente queria se assegurar de que ela estava bem.
- Eu sei qual é a primeira impressão que dou nos outros. Eu posso não ver, mas quase posso apalpar a pena com que os outros me vêem. Felizmente, já vivo vinte e dois anos sendo tratada da mesma forma por todo mundo, até mesmo pela minha família. Você não é um caso exclusivo. – suspirou ela.
Christopher trincou os dentes. A tristeza do semblante dela lhe tirou o fôlego. Estava com tanta raiva dos outros e de si mesmo por fazê-la sofrer desse jeito, que sentiu como seu coração disparava de angústia. Tinha medo de falar algo que a deixasse pior. A verdade era que...não sabia como tratá-la sem ferir seus sentimentos. Sentiu raiva por sua falta de tino em situações assim. E decidiu fazer o que ela lhe pediu, levantou-se devagar e se despediu.
- Obrigado pela companhia. – assentiu olhando para os lados e saiu sem dizer mais nada, deixando Dulce se sentindo um pouco estranha por dentro.
Por que estava se sentindo tão mal por tê-lo expulsado dali? Dulce não conseguiu responder com exatidão. Respirou fundo, se dizendo que aquilo passaria em breve. Pediu mais uma tequila ao garçom, quem imediatamente a trouxe.
Christopher...
Se esse fosse o nome dele, era um nome muito estrangeiro. Talvez a família dele fosse de outro país. Sacudiu a cabeça, se impedindo de pensar nele. Afinal, ele era simplesmente um homem que se atirou no mar para salvar sua vida, que a levou para o seu quarto e cuidou dela enquanto seu irmão chegava. Era simplesmente o homem quem lhe mandou duas cestas de infinitas variedades de chocolates, quem pagou o jantar de sua família essa noite e quem lhe concedeu o bolo de chocolate mais gostoso que já comera na vida. Ele era somente isso, mais ninguém.
Dulce bufou resignada. Seu irmão tinha razão, estava obcecada por sua condição visual. Não deixava quase ninguém se aproximar, estava se fechando para o mundo como se ela estivesse contaminada com uma enfermidade calamitosa que causaria a morte de quem se aproximasse. Acusava a todos de sentir pena dela. Suspirou. Não era culpa do mundo, se os próprios pais não podiam sentir outra coisa por ela!
Nancy, sua ajudante de quarto desde que perdera totalmente a visão, dissera que ela era como todas as crianças. Nancy sempre tivera fé nela. Nancy e Juan, seu irmão mais velho.
Suspirou...
Muita gente não sabia como era difícil chegar à conclusão de que sua vida não valia a pena. Muita gente não sabia como era sonhar com a escuridão todas as noites, quando uma vez já se vira o sol. Muita gente não sabia o que era conviver com pais que se culpavam por colocarem no mundo uma pessoa imperfeita. Muita gente não sabia como era aprender a levar uma vida limitada, quando já se fora livre. Muita gente não sabia como era viver com a esperança de que um dia os pais se orgulhariam dela, do jeito que era.
Tudo o que era hoje em dia, devia a Nancy e seu irmão. Tinha que agradecer a sua babá e a seu irmão por todo o aprendizado e a paciência que tiveram para agüentar o mau-humor de uma pessoa que não conseguia aceitar o fato de que era diferente. Agora seu irmão estava chateado com ela. Não havia trocado uma palavra com ela durante todo o jantar. Havia prometido a ele que não mais faria aquilo, e falhou. Sucumbira a depressão mais uma vez.
Tomou mais um gole da bebida, sentindo como sua cabeça flutuava na escuridão. Havia descontado sua raiva no moço que havia salvado-a. Estava desgostosa consigo mesma e se comportou muito mal com ele.
Por mais eu seus pais não tivessem trocado muito afeto com ela por não saber como tratar uma cega, sua babá havia ensinado-a a se comportar bem, a ser gentil com quem lhe era gentil. E foi isso o que aquele homem fora com ela...gentil. Mordeu os lábios se sentindo culpada. Ele só queria se assegurar de que ela seguia bem e não porque estava vigiando-a. Mas agora já não havia mais nada o que se fazer, ele se fora...
- Senhorita...
Dulce aprumou os ouvidos e reconheceu a voz do atendente do bar.
- Sim?
- A Senhorita deseja mais alguma coisa? Algo para comer? Um petisco? Uma água de coco, talvez?
Dulce franziu a testa, confusa pelas perguntas.
- Eu gostaria de algo para comer... – disse sem pensar, até que ficou curiosa. – nesse Hotel são sempre muito educados ou é só por que... – tragou a saliva se impedindo de pensar naquilo. – Há cardápios em Braille?
O empregado tragou a saliva, mirando-a desgostoso e envergonhado.
- Não, Senhorita, infelizmente não há cardápios em Braille. – ficou confuso ao vê-la sorrir abertamente. – E sim, nesse hotel somos todos muito educados, com qualquer pessoa. – Dulce esboçou um sorriso de aprovação. – Se a Senhorita desejar, posso lhe indicar um filé de peixe delicioso, eu lhe garanto de que não se arrependerá.
- Pois muito bem, aceito sua sugestão. – anunciou sorridente.
- Gostaria de mais uma bebida?
- Sim, claro, por que não? – disse ela mexendo um pouco os pés. – A noite está muito divertida e estou gostando dessa música.
- É bem popular esse tipo de atração para os hospedes aqui no hotel, geralmente todos gostam, e disponibilizamos três bandas todos os sábados, para aqueles festeiros que gostam de dançar até o amanhecer.
- E vocês trabalham também até o amanhecer?
- Sim. Assim é. Quem trabalha na madrugada, folga no outro dia. Amanhã preciso do dia livre, é o batizado de minha primeira filha, Suzana.
Dulce continuou conversando com Oscar, enquanto o empregado lançava alguns sorrisos para o patrão que assentia agradecido por ter acatado mais esse favor. Pediu a Oscar para entretê-la para que não bebesse tão rápido, talvez o pai dela ficasse uma fera ao ver a filha em semelhante estado. Estava satisfeito ao ver como ela interagia com Oscar, e se surpreendeu ao ouvir as gargalhadas do empregado, que quase não dava mais atenção ao bar para conversar com ela. Baixou o olhar. Nunca na vida tivera tanta inveja de alguém como de Oscar nesse momento. Dava para ver a léguas que estava totalmente preso no encantamento de Dulce, assim como ele, que estava totalmente preso ao dialogo dos dois, mesmo que um pouco de longe.
E assim, passava-se o tempo.
Continuando Gatinhas :*
Autor(a): Abby >.<
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E Christopher descobriu que a bebida estava começando a deixá-lo mais solto. Olhava para a festa, que estava em seu apogeu, enquanto sentia os olhares femininos em cima dele, como lobos quando encaravam a presa antes de atacá-la. Estava acuado, não queria que ninguém o visse, nem que chegassem perto dele. Não queria sair daquele am ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 27
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gaelli Postado em 22/09/2015 - 18:21:24
O que houve que vc não postou mais?????? adorooo sua web
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Rebeca☮ Postado em 10/07/2015 - 03:56:19
Que lindos *-* Continua <3
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sras_uckermann Postado em 06/07/2015 - 11:01:16
Continuaaaaaa pf pf pf
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sras_uckermann Postado em 06/07/2015 - 10:08:43
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jucinairaespozani Postado em 05/07/2015 - 11:04:58
Posta mais quero saber o que vai acontecer no decorrer da história , to muito ansiosa
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jucinairaespozani Postado em 05/07/2015 - 03:37:39
Posta mais tadinha da Dul T.T não quero que o Ucker se case
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Rebeca☮ Postado em 05/07/2015 - 02:40:37
Obrigada *-* Cara, chorei aqui. Tadinha, eu não me imagino cega, e puts, deve ser muito dificil pra ela, principalmente porque ela já enchergou e sabe a sensação. Eu acho que essa cegueira é definitiva né? Eu entendo que ela queira desistir... mais, tudo na vida tem o seu porque, quero ver os Vondy feliz <3 Ucker não cometa esse erro de se casar com quem não se ama! Posta mais <3
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Geoohig Postado em 04/07/2015 - 21:14:52
Você adapta muito bem *---* Isso aí, garota <3 dá até orgulho ler uma fanfic tão perfeita assim. Continua :)
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sras_uckermann Postado em 04/07/2015 - 16:02:05
Ai to xonada nessa fanfic ♥♥♥♥conti uaaaaa besos
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Rebeca ☮ Postado em 04/07/2015 - 15:54:50
Nossa minha mãe teve rubéola na minha gravidez, todos pensavam que eu tibha nascido muda, porque eu não chorava e nem falava. Mais graças a deus eu nasci com saúde *-*