Fanfic:  Minha Luz- Vondy | Tema: Vondy

E Christopher descobriu que a bebida estava começando a deixá-lo mais solto. Olhava para a festa, que estava em seu apogeu, enquanto sentia os olhares femininos em cima dele, como lobos quando encaravam a presa antes de atacá-la. Estava acuado, não queria que ninguém o visse, nem que chegassem perto dele. Não queria sair daquele ambiente tão cedo, na verdade, não queria deixar de ouvir a voz dela, nem o som de sua risada. Era muito bom vê-la sorrindo, mostrava que estava feliz, pelo menos estava convencido de que nesse momento ela não pensava em tirar sua vida.

- Oscar...

Dulce atreveu-se a chamar o empregado pelo nome, depois que fizeram as devidas apresentações. O rapaz chegou perto dela.

- Sim?

- Por acaso você sabe quem era o homem que estava sentado aqui ao meu lado há algum tempo atrás?

Oscar empalideceu e virou-se imediatamente para o patrão, quem o olhava fixamente, temeroso de algo.

- Sim, o conheço. Por que a pergunta, Senhorita Espinoza?

- Primeiro, me chame só de Dulce. – o corrigiu com um sorriso. – Segundo, você sabe se ele ainda está aqui?

Christopher arregalou os olhos surpreso do outro lado da bancada, trocou mais um olhar assustado com Oscar, quem lhe sorriu, acalmando-o.

- Ele ainda se encontra por aí.

- Ahhh... – suspirou Dulce, enquanto brincava com o dedo nas bordas do balcão de madeira. – Eu me portei muito mal com ele.

Oscar sorriu com ternura, impulsionado-a a falar mais sobre esse assunto.

- Sim?

Sim. – Dulce meneou a cabeça se sentindo culpada. – Fui muito grosseira.

- Está se sentindo mal, verdade?

- Muito. Na verdade, queria pedir-lhe desculpas.

Christopher sorriu sentindo como o seu coração começava a bater mais depressa com aquela revelação. Nem ele mesmo tinha noção do quanto o agradara ouvir semelhante coisa, depois de somente ter ouvido reclamações e queixas por parte dela.

- Quer que eu o chame? – perguntou Oscar animado.

Christopher, sem se dar conta, prendeu a respiração pela apreensão. Dulce respirou profundamente e pensou um pouco. Talvez ele risse dela, pensando que além de cega era uma idiota.

- Não, não... – esboçou um sorriso fingido, enquanto o empregado a fitava, frustrado. – Acho que não será preciso.

Christopher tomou a bebida de uma vez, tentando aplacar a frustração que havia tomado conta de si.

– Talvez ele pense que sou uma idiota, depois de tudo o que eu lhe disse...talvez não queria mais conversar comigo. – riu com deboche, enquanto os dois homens a miravam com emoções diferentes.

Um retribuía-lhe o sorriso...e o outro arregalava os olhos, pasmo com tamanha amargura e integridade.

Nunca se sentira tão atraído por uma mulher como a ela. O fazia bem estar perto dela. Era como se ela fosse à água benta que jogaram em sua cabeça no dia de seu batizado. Não conseguia explicar, nem ao menos queria alguma explicação, somente queria estar perto dela, somente queria se deixar contagiar pelo seu carisma natural, pelo seu sorriso, por sua luz...

Levantou-se imediatamente do banco que estava sentado há muito tempo, decidindo se aproximar novamente. Quando esteve ao seu lado novamente, o empregado arranjou alguma desculpa para escapar dali. Christopher assentiu agradecido, e virou o olhar para ela, quem bebia mais um gole de sua bebida. Sentiu tanta vontade de entranhar seus dedos naquele cabelo bonito, que sentiu seus dedos formigarem. Tragou a saliva, sem saber o que falar...até que lhe ocorreu algo.

- Então seu poder de sentir quando alguém está presente... Falha às vezes?