Fanfics Brasil - Rafaela A Impostora

Fanfic: A Impostora | Tema: Nada específico. Imagine aqui, você, seu personagem preferido!


Capítulo: Rafaela

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    Olhei-me no espelho e sorri. Estava belíssima. Sempre soubera do tamanho de minha beleza e também conhecia, e dominava, todos os poderes que vinham com ela. Mas, naquela noite, eu tinha me superado. Meus cabelos loiros e ondulados formavam, em suas pontas, cachos comportados que caíam acomodados em minha costa, em contraste com meu vestido verde justo e longo, que, por sua vez, combinava elegantemente com meus olhos cor de esmeralda. Eles estavam destacados com uma sombra azul perolada e um delineador preto que também “alongava” meus olhos. O batom vermelho, que sempre usava, fora substituído por outro cor de vinho forte, o qual preenchia cada pedaço meus lábios. Meu colo, antes nu, agora se enchia com o colar de ouro branco com um único pingente de diamante que ganhara de Eduardo. Sorri novamente. Com certeza seria a mais linda da festa. E precisava mesmo ser.


   Toda a semana fora importante, cheia de eventos sociais e encontros em memória do meu pai e em comemoração aos 25 anos da empresa de publicidade que meu pai formara sozinho. No entanto, esta noite seria o grande evento. Todos os sócios, modelos e amigos da família fundadora estariam presentes, então, ela deveria estar à altura daquela noite memorável. Ah! Mas sentia que estava, e não pôde deixar de esconder o olhar de triunfo que se estampava em seu rosto.


   Olhei para o relógio do meu quarto de hotel, estava quinze minutos atrasada. Sabia que um pequeno atraso desses não seria levado em conta, afinal ela era um dos donos. Se demorasse duas horas, ainda veriam como um atraso cortês. Rasgadores de seda!


   Mas aquela noite não seria especial apenas por isso. Eduardo... Depois de três, longos, anos, ele finalmente a pediria em casamento, justo naquele evento, mas é claro, não haveria data melhor. Ele nem imaginara que ela sabia e havia jurado à irmã que fingiria surpresa. Na verdade, poderia fazer uma estátua em homenagem a Marcela. Por acaso, ela vira meu futuro marido comprando um anel na Dawt, sem dúvida a melhor loja de joias, melhor, diamantes. No minuto seguinte, me ligara e juntas deduzimos tudo. Seria esta noite que ele pediria.


   Lembrando de como minha irmã era, e sempre foi, útil, peguei minha pequena bolsa prateada que combinava com meu scarpin e saí para o quarto ao lado. Quando cheguei, bati na porta com meu singelo e único modo sonoro de fazer isso. Ela saberia quem era assim que escutasse.


   –Marcela. – mesmo assim, disse.


   Não houve resposta.


   Porém, ela só poderia estar ali dentro. A irmã nunca desceria ao salão de festas sem mim ao seu lado. Bati novamente, desta vez de forma tradicional e um pouco mais forte.


   –Marcela! Abra!


   Ouvi o clique da porta quando minha irmã a destrancou.


   –O que faz aqui? Pensei que... Nossa! Você está linda! – disse ela escancarando um sorriso.


   Percebi no mesmo instante uma sombra no olhar dela. Ainda possuía o seu costumeiro ar jovial e extrovertido de sempre, mas algo parecia errado e fora do lugar. Ela era minha irmã, oras! A conhecia mais que a mim mesma.


   –Obrigada ­– falei analisando se deveria ou não perguntar o que estava acontecendo. – Como assim o que faço aqui? Desde quando somos convidadas para o mesmo evento e não aparecemos juntas?


   O olhar de Marcela cintilava algo maligno que nunca vira. Dei uma olhada rápida no quarto e tudo parecia normal. No entanto, só poderia ter ocorrido algo ali, certo? Tinham se encontrado mais cedo e ela estava tão descontraída e ansiosa pela noite que viria depois. Planejara beber muito e depois ir para o quarto de um dos filhos dos sócios minoritários – sempre dizia que eles eram os mais fáceis de começar uma paquera, já que eles nutriam a esperança de se casar com uma das donas da empresa. No dia seguinte, ela o chutava e ele não poderia nem pestanejar, afinal, ela era uma das donas da empresa, a patroa. Assim, eles provavam do própria veneno –  Agora nem parecia se lembrar deles.


   –Pensei que hoje gostaria de uma entrada triunfal. Hoje é a sua noite, não é?


   –Pensou errado. Hoje, sim, será a minha noite. Mas, não seria meu grande dia se você não estivesse ao meu lado. Sempre juntas, lembra?


   Escolhi muito bem as palavras, era uma clara direta para saber se ela me contaria ou não o que estava acontecendo.


   Ela desviou o olhar e voltou a se arrumar diante do espelho.


   Estava claro. Fosse o que fosse, ele não queria dividir. E como eu a conhecia bem, o melhor era deixar esse assunto de lado. Então, apenas parei para observá-la.


   Ela usava um vestido curto vermelho que possuía um enorme decote na frente e com detalhes rendados na bainha do vestido. Seu cabelo estava preso em um coque baixo com várias camadas, seus cabelos estavam loiros naquela época, como os meus, por isso não pude deixar de notar as grandes semelhanças que tínhamos.


   Apesar de ser bem mais alta e de eu ser bem mais parecida com nossa mãe, com os olhos verdes e ser mais encorpada, Marcela e eu possuíamos a mesma expressão de curiosidade, os mesmos cabelos (estando eles loiros, pretos ou ruivos), os mesmos narizes e até mesmo – eu poderia jurar que percebi isso uma vez – a mesma forma de andar. Se não fosse por seus olhos castanhos, sua boca mais fina e o rosto mais comprido, poderíamos ser gêmeas – se não fosse a diferença de três anos entre nossos nascimentos também, claro.


   –Por que está me olhando tanto? – perguntou ela me olhando pelo espelho enquanto passava o batom bege.


   Por que ela não se abria comigo? Sabia que algo estava errado e tinha certeza de que ela sabia que eu sabia, mas mesmo assim resolvera optar pelo silêncio. Ela nunca fazia isso.


   –Nada. Só acho que você vai me ofuscar vestida assim. – resolvi dizer, pois parecia a melhor saída.


   –Ah, por favor, nós duas sabemos que nada te ofusca e, se isso algum dia acontecesse, você seria capaz de se enforcar, ou enforcar a tal, o que é mais provável.


   Não pude conter o sorriso.


   –Gostaria de poder dizer que você está errada, mas...


°°°


   Eu estava no topo da escada quando ele me olhou e sorriu. Todo o ambiente pareceu se iluminar mais depois daquilo. Ele possuía esse poder. Tudo ficava melhor quando ele estava presente, ele trazia alegria e conforto por onde passava, e – caramba! – já vira ele deixar uma modelo feliz ao ser demitida. E ele seria o meu marido. Aquela perfeição seria minha, e apenas minha, para sempre.


   Sorri também.


   Desci lentamente a escada como nos filmes de romance que amava assistir e igual à cena que eu vinha sonhando desde os meus onze anos de idade. E o sonho se tornara real. Ali, estava, eu, prestes a me casar com meu príncipe encantado e prestes a viver o meu “felizes para sempre”. E assim como nas minhas mais íntimas fantasias, ele estava me esperando com a mão estendida. Esse seria o início do resto da minha vida.


   Ele tomou minha mão com delicadeza e levou-a aos lábios. Meu corpo inteiro se arrepiou em êxtase.


   –Meu amor, hoje você está simplesmente espetacular.


   –Bem, acho que essa é minha deixa. ­– disse Marcela, que sempre estivera do meu lado, mas que eu esquecera completamente. – Vou ali naquele bar beber algo que me lave desse açúcar e purpurina que acabaram de saltar de vocês dois. E, droga, vou ter que beber algo bem forte. – ela saiu depois que eu dei um sorriso sincero. Depois voltou a atenção ao meu namorado. Aproximei-me do seu ouvido e sussurrei:


   –Você também está lindo, como sempre, querido.


   E ele estava mesmo. Apesar do tradicional e esperado smoking, ele parecia extremamente encantador. Acreditava que seu charme podia chegar a quilômetros de distância. Havia sido por isso que me apaixonei. E pelos músculos, os olhos azuis, pelo abdômen, pelo sorriso e pelo beijo – e que beijo! – e...


   Beijei-o levemente nos lábios para não borrar o batom e depois dei meu braço para que ele me conduzisse e me exibisse pelo salão. Assim que começamos a andar senti uma formigaçãoestranha na nuca. Isso pareceu me deixar mais animada, não sei ao certo por quê.


   –Hoje será uma grande noite. – disse Eduardo olhando para frente e sorrindo de forma simpática enquanto colocava uma das mãos sobre a minha que descansava em seu braço.


   –Tenho certeza que sim.


*Continua...*


 


CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO: 


"Durante anos, a única coisa que eu via de Rafaela Gomes de Campos foi suas costas. Por diversos motivos, principalmente a inimizade entre mim e Eduardo, uma amizade, entre ela e eu, era improvável. Diria até, impossível. Então, me contentava em admirá-la pelas costas. 


  Ah, céus! Lembro-me muito bem da última vez que tivemos algo parecido com uma conversa. Podia jurar que sairia morto com tanto veneno. Era uma grande decepção que alguém que tinha tudo por fora: dinheiro, beleza, saúde, amor, amigos, fosse tão vazia por dentro. E ficava mais decepcionado ainda em saber que, mesmo assim, me sentia atraído por ela. "


°°°


NOTA DA AUTORA: Veja aqui os vestidos em que esta autora achou perfeitos para suas personagens (lembrando que me inspirei apenas nos vestidos e não nas modelos)  >>


                                     


Então, o que você achou do capítulo? Deixe seu comentário, opinião, ideias, etc, etc etc. ^^


 



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Autor(a): julie_l.s.

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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   Eu soube o exato momento em que ela chegou acompanhada da irmã. Marcela era bonita e esbelta, mas, se comparada à Rafaela, ela seria facilmente descartada. Ela transcendia um brilho próprio. E apesar de 80% do tempo ser uma completa megera mimada, eu sabia que ela possuía um sentimento bom dentro de si, nas mais profundezas trevas da ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 3



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  • kinho Postado em 03/07/2015 - 09:41:35

    *-* <3 Amando! Essa Marcela é poderosa em... haha

  • kinho Postado em 03/07/2015 - 09:39:17

    &#128079;&#128525;&#10084; Amando! Essa Marcela é poderosa em... &#128131;&#10024; haha

  • kinho Postado em 01/07/2015 - 00:04:22

    Ansioso u.u


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