Fanfic: Matando Borboletas | Tema: Christopher & Dulce

O sol já havia se posto e Dulce continuava a tocar o piano. O som daquele instrumento sempre a acalmava de uma forma que nem ela mesma podia explicar. Ela apenas se sentava, fechava os olhos e seus dedos iniciavam uma música aleatória. Essa era sua forma de fugir do mundo, de esquecer um pouco a triste realidade. Aquela em que ela é considerada uma imunda aos olhos da própria família. De repente seus olhos estão cheios de lágrimas. Não, ela não podia chorar. Jurara a si mesma que jamais deixaria uma única lágrima rolar de seu rosto. Uma voz profunda se fez ouvir atrás dela fazendo seu pescoço se arrepiar.

- Pare de tocar esta merda! – Alfonso gritou. Seu irmão. Seu tão querido irmão. Se ele soubesse o sacrifício que ela estava fazendo em nome de sua segurança jamais a trataria dessa forma. Dulce levantou-se do banquinho e entrou para seu quarto jogando-se na pequena cama de madeira que se encontrava encostada no canto da parede já descascada. Alfonso apareceu logo depois com seus olhos gélidos como sempre. – Da próxima vez que eu chegar nesta casa e eu a encontrar tocando, irei expulsa-la daqui. – Ele afirmou convicto e saiu batendo a porta. Dulce se encolheu ainda mais para o canto como se pudesse ali mesmo desaparecer. Acabou adormecendo em meio a tantos pensamentos.

Dulce acordou em um sobressalto, já estava escuro. Provavelmente era tarde da noite. Ela se levantou e abriu a porta com muito cuidado para que Alfonso não acordasse. Ela não tinha vontade de escutar seus insultos, por isso, andava na ponta dos pés. Ela deveria voltar a dormir já que amanhã acordaria cedo para trabalhar no café e não podia em hipótese alguma se atrasar, ou Alfonso – sendo delegado e braço direito do prefeito – exigiria sua demissão. Dulce não via a hora de conseguir juntar suas economias e fugir daquele lugar. Mas infelizmente, ela só poderia se dar ao luxo disso quando tivesse um pouco mais do que possuía. Ela continuou andando até a cozinha, onde abriu a geladeira e pegou a garrafa de água. Logo depois de beber, ela silenciosamente lavou seu copo, o guardou e retornou seu caminho de volta para o quarto. Deu um suspiro de alívio quando conseguiu chegar até seu quarto sem que ele aparecesse com sua fúria incontrolável. Ao menos seu pai já não estava mais presente para usar de violência. Dulce deitou-se novamente na esperança de que o sono viesse, mas não teve sucesso. Então decidiu ir até a varandinha de seu quarto. Encostou-se na parede e trouxe seus joelhos até sua barriga, elevando sua cabeça ao céu para observar as estrelas e lua cheia que brilhavam no céu escuro. Ela se virou e percebeu uma borboleta negra pousando ao seu lado. Ela não notou de primeira, mas a borboleta não havia pousado ao seu lado, ela havia caído. Morta. Dulce percebeu isso segundos depois e em seus olhos, novamente brotaram lágrimas. Ela não se permitiu chorar, mesmo que seu peito estivesse ardendo por aquela pobre borboleta, mesmo que estivesse se sentindo como ela talvez se sentiu. Agoniada, morrendo aos poucos... Ela pegou a pequena borboleta em suas mãos e a envolveu com as mesmas, torcendo para que ela estivesse talvez em um céu para borboletas e assim vivesse melhor do que estava vivendo aqui. Ela desejou poder viver melhor, como uma pessoa normal, feliz, com amigos. Mas tudo o que conseguia era apenas um irmão amargurado, uma casa que não era sua e uma vida de lástima. Ela desejou que um dia, assim como essa borboleta, encontrasse sua paz eterna. 

Olá de novo! Espero que gostem da primeira parte do prólogo. 

Respondendo:

Girl: Haha, grata que gostou. Vou contar com você :)!

Rebeca_Herrera: Que bom que gostou!! Vou contar contigo também!

MarPrior: Êêh, que bom que gostou também u.y! Contarei mesmo hein. 

Demolidora: O segredo é só daqui a algum tempo haha. Vai ficar curiosa por bastante tempo Demolidora. Infarta não, leitores são a essência de tudo. Pode me chamar do que quiser. Geralmente me chamam de Náh! 

Bom pessoal, aí tá o início. Espero que gostem. Beijos !