Fanfic: A Canção do Bardo | Tema: Medieval, fantasia

     E enquanto meu machado dilacerava dezenas de inimigos, um por um, a canção do bardo ecoava em minha mente.
    Me lembro que quando era criança, minha maior diversão era ouvir o famoso bardo Bjorn cantar e contar suas histórias. Tudo parecia tão belo, tão honrado. Cerca de vinte anos depois, no campo de batalha, as canções não faziam mais sentido. A guerra era sangrenta, era brutal. As notas simples e belas do alaúde do bardo acompanhadas da penetrante e sábia voz parecia estar presente ali.
    Eu já havia matado muitos Imperiais no momento em que um deles, desonestamente, se aproximou pelas minhas costas, correndo e brandindo uma espada longa. Quando ouvi o som de seus passos apressados, sua respiração ofegante e consegui me virar, ele já estava há meio metro de mim e cravou sua espada em minha barriga.
    Cai de costas na lama, enquanto o soldado puxou sua espada e avançou contra meus camaradas. Enquanto eu estava deitado, observando o céu, o bardo parecia me observar de Sovngard.
    Minha garganta secava conforme o sangue quente se espalhava por minha armadura pesada. Meu corpo, entorpecido, perdia as forças enquanto o sangramento prosseguia. `O amanhã nos levará embora, longe do lar, ninguém jamais saberá nossos nomes`, cantava Bjorn, `mas as canções do bardo permanecerão`.
    `Seu destino já foi escrito pelos divinos, menino`, é o que dizia Bjorn... e hoje, cerca de vinte anos após sua morte, suas frases e canções faziam sentido. Esquecido e sozinho, a batalha parecia ter avançado bastante, enquanto eu era apenas mais uma das baixas.     Pensei em minha família, me esperando em Sovngard junto com meus companheiros caídos em batalha. Pensei em Talos, em Skyrim e em todos os motivos que me fizeram embarcar nessa guerra. Pensei em meu pai, Bjorn, enchendo o Hall do Valor com suas canções. Minha respiração, cada vez mais fraca e meu coração diminuindo seus batimentos.
    Em meus últimos momentos, os pensamentos mais puros afloraram-se em minha mente. Num último suspiro, me despeço de minha amada terra natal. Enquanto minha alma abandonava meu corpo, o último acorde da canção do bardo era tocado.