Fanfic: Obsessão - adaptada | Tema: Vondy

Quando faltava exatamente um minuto para as dez, ela deixou o elevador e se adiantou
rapidamente até a área da recepção da HCM. Eleanor, a recepcionista, sorriu e cumprimentou
Dulce conforme ela se aproximou. Dulce não teve tempo para ponderar se era maluca por ter
concordado com aquele encontro, nem mesmo para se acalmar antes de entrar no fogo cruzado.
Tinha apenas um minuto para entrar no escritório de Christopher.
– Christopher está à minha espera às dez horas – disse, ofegante.
– Vou avisá-lo que você chegou – disse Eleanor, pegando o telefone.
Dulce virou-se, incerta. Não sabia se ele viria buscá-la, ou se teria de entrar. Sempre que ia ver
Alfonso, simplesmente entrava. Não havia espera quando tinha um horário marcado.
– Você pode entrar – disse Eleanor.
Dulce virou-se depressa e, então, meneou a cabeça. Respirando fundo, seguiu pelo corredor,
passando diante do escritório de Alfonso até o final, onde o espaçoso escritório de canto de Christopher se
situava. Fez uma pausa na porta, olhando para as unhas pintadas dos seus pés, que se destacavam
nas sandálias de salto alto que Caroline sugerira que usasse.
De repente, sentiu-se a maior idiota do mundo. O que quer que tivesse se apoderado de Christopher
na festa da noite anterior provavelmente tinha sido mal interpretado por ela. E ela aparecera com
uma roupa de arrasar.
Estava prestes a dar meia-volta na direção do elevador, indo o mais depressa que as sandálias
a levassem, quando a porta se abriu e Christopher Uckermann apareceu, fitando-a intensamente.
– Eu estava me perguntando se você havia mudado de ideia – disse ele.
Dulce corou com ar culpado, desejando que ele não pudesse ler seus pensamentos. Sua culpa
provavelmente se evidenciava em seu rosto.
– Estou aqui – disse corajosamente, erguendo o queixo para encará-lo.
Christopher deu um passo para trás e fez um gesto amplo com o braço, indicando-lhe que se
aproximasse.
– Entre.
Ela respirou fundo e entrou na toca do leão.
Tinha visto o escritório de Christopher uma vez, anos atrás, quando Alfonso a levara para conhecer o
andar que a HMC ocupava, mas estivera eufórica e não se lembrava de nada. Agora, estudou o
interior do escritório de Christopher com grande interesse.
Era um lugar de classe, caro. Mogno nobre, piso de mármore polido parcialmente coberto por
um elegante tapete oriental. A mobília era de couro escuro com um ar antigo. Quadros adornavam
três paredes, enquanto a última era tomada por estantes embutidas repletas de uma mistura
eclética de obras. Christopher adorava ler. Alfonso e Christian provocavam-no quanto a ser um rato de
biblioteca, mas era uma paixão que Dulce dividia com ele. Enquanto ele lhe dera o colar e os
brincos que ela usara na festa na noite anterior, naquele mesmo Natal ela lhe dera a primeira
edição autografada de um romance de Cormac McCarthy.
– Você parece nervosa – comentou Christopher, interrompendo-lhe os pensamentos. – Eu não mordo,
Dulce. Não ainda, ao menos.