Fanfic: Obsessão - adaptada | Tema: Vondy

– Juro por Deus, nunca vou te perdoar por isso – disse Alfonso agressivamente. – Vou cair fora

daqui e você fique longe dela. Não tente entrar em contato com ela nunca mais. Esqueça que

ela existe.

Christian acabou de desamarrar Dulce, e então ele a recolheu em seus braços antes que ela pudesse

fazer ou dizer qualquer coisa. Ele a levou apressado ao quarto onde a enrolou em um dos

lençóis de Christopher.

Ele vasculhou o banheiro até que encontrou um roupão e a vestiu com ele, envolvendo-a

firmemente e prendendo a faixa com um nó duplo.

– Jesus, Dulce, você está bem? – perguntou Christian.

Não, ela não estava bem. Era uma pergunta estúpida a se fazer. Ela estava chocada e

humilhada por Christian e seu irmão adentrarem o apartamento de Christopher sem avisar, flagrando-a nua

e amarrada. Parecia um dos seus piores pesadelos. Para tornar a situação ainda pior, Alfonso

estava surrando Christopher, que não fazia nada para reagir. Nada para se defender.

Ela se forçou a sentar ali e respirou fundo, para recuperar a compostura, pois tudo o que

queria era correr em direção a Christopher e explicar tudo a Alfonso. Como eles haviam planejado fazer

quando Alfonso retornasse da viagem de negócios. Apenas mais um dia, era tudo de que eles

precisavam.

Ela estava atordoada e em choque. Tão atordoada que não conseguia processar as mais

simples das informações. Tudo que sabia era que precisava chegar a Christopher. Precisava terminar

com isso. Precisava consertar essa situação! Deus, precisava dar um jeito de endireitar tudo.

Todos os seus temores se materializaram e agora os dois, que haviam sido melhores amigos

por quase toda a sua vida estavam envolvidos em uma luta terrível.

Lágrimas quentes inundaram os seus olhos e ela engoliu o choro, forçosamente determinada

a manter a calma, mas estava tremendo violentamente. A última coisa que queria era ver Christian e

Alfonso desapontados e pensando que tudo era culpa do que Christopher havia feito com ela.

– Christian, estou bem – disse ela, com a voz embargada. – Prefiro que você se assegure de que

eles não estão se matando na sala.

A expressão de Christian se fechou.

– Não vou segurar Alfonso se ele quiser destroçar com o Christopher. O filho da mãe merece por tudo

que ele fez. Jesus, Dulce, você está chorando? Ele machucou você? Ele te obrigou a fazer algo

que não queria? Você está bem? Precisa ir ao hospital?

Dulce apressadamente enxugou o rosto, horrorizada pela direção apontada pelas perguntas de

Christian. Alfonso e ele realmente achavam que o que estava acontecendo não era consensual? Ela

supôs que podia parecer assim, mas certamente eles estavam familiarizados o suficiente com

as preferências sexuais de Christopher para saber que ele se envolvia nessas situações com certa

regularidade.

Ou talvez fosse porque ela era a irmãzinha mais nova e tudo que eles conseguiam enxergar

era ela amarrada e nua sobre a otomana, sendo chicoteada.

Ela ficou agoniada pelo que a cena deve ter lhes apresentado. Podia compreender por que

Alfonso havia perdido as estribeiras. Quem não teria caso tivesse visto a cena que acabaram de

testemunhar?

Mas ela precisava fazer com que eles entendessem.

Ela se levantou, determinada a voltar para a sala de estar, quando Alfonso avançou quarto

adentro, os olhos em chamas. Ele imediatamente veio na direção dela e a envolveu em seus

braços.

– Você está bem? – perguntou ele.

Havia um nervosismo em sua voz que a dizia o quanto ele estava abalado e enfurecido. A

situação estava rapidamente fora de controle e ela não fazia ideia de como fazê-la parar.

Como fazê-los entender. Emoções estavam à flor da pele. Não havia jeito de eles enxergarem

a situação racionalmente.

– Alfonso, eu estou bem – disse ela, forçando a voz a manter um tom que não piorasse ainda

mais a situação. – O que você fez com Christopher?

– Nada que ele não tenha merecido – disse Alfonso sombriamente. – Vamos. Vou tirar você

deste lugar.

Ele pegou na mão dela e a arrastou em direção à porta do quarto. Ela não tinha escolha

senão acompanhá-lo. E, tudo bem, pois tudo que ela queria era ir até Christopher.

Assim que entraram na sala de estar, Dulce viu Christopher sentando na ponta do sofá, a cabeça

enterrada entre as mãos. A preocupação tomou conta do seu ser e ela começou a seguir na

direção dele, mas Alfonso a puxou de volta.

– Estamos partindo, Dulce.

Ela franziu a testa e puxou a mão.

– Eu não vou a lugar algum.