Fanfic: Mais que um amigo (Vondy) - Terminada

Acho que preciso ter uma conversa de verdade com ela. A vida da Dul ta ficando quase ridícula.
- Ucker, você tem de fazer alguma coisa em relação a esse carro. - disse Dulce enquanto chegávamos ao colégio na sexta-feira.
- Por quê? – respondi, procurando um lugar grande o suficiente para que coubesse meu Oldsmobile 1972.

- Está nojento. Eu acho que até tem alguma coisa nascendo dentro daquela garrafa.
Ela me mostrou então uma garrafa plástica com um líquido meio esverdeado balançando lá dentro. Depois apontou para o assoalho, ao lado do passageiro, onde seus pés se apoiavam sobre uma pilha de jornais velhos e latinhas vazias de refrigerante.
- Está certo. Como pagamento pela carona até o estádio de futebol, porque você não dá uma limpada no meu carro? Eu até passo com ele pela sua casa amanhã, só para facilitar as coisas pra você.
Estacionei o Oldsmobile entre um pequeno Toyota e um Fiat, enquanto Dulce destravava o cinto de segurança.
- Sem chance. Provavelmente iria parar no hospital, vítima de algum veneno criado aqui.
Fechamos as portas e fomos para o estádio. Parecia que todo o colégio Jefferson tinha vindo assistir o primeiro jogo dos Raiders da temporada.
Dulce se enveredou pelo meio do amontoado de calouros que zanzavam fazendo hora perto das arquibancadas. Ela foi abrindo caminho em direção à parte mais alta das arquibancadas onde Maite Perroni e Caio Castro já estavam sentados.
- Oi pessoal – cumprimentou Dulce – Já entraram no clima do jogo dos Raiders?
Maite fez careta.
- Claro. Mal posso esperar para começar a torcer. Adoro assistir a Sophia Bush chacoalhando seus pompons.
- Que coincidência! Eu também! – disse Caio, mexendo com suas sobrancelhas pretas.
- Então por que a gente vem assistir? – Dulce perguntou a Maite, enquanto se sentava perto de mim – Até parece que a gente gosta de futebol.
-Estamos aqui pela mesma razão que todas as outras garotas – respondeu Maite – Esperamos encontrar nosso verdadeiro amor nas arquibancadas d Colégio Jefferson.
Desliguei da conversa de Dulce e Maite e olhei as arquibancadas. Mesmo achando que Angelique Boyer não aparecia no jogo de futebol, tinha uma pequena esperança no intimo de que poderia topar de repente com aquele cabelo loiro e aqueles olhos azuis no meio da multidão.

Angelique e eu tínhamos conversado durante todos os dias daquela semana. Ela andava flertando comigo, sorrindo, jogando o cabelo para trás de modo provocante e tinha olhado para mim de um modo especial. Porém depois da aula de orientação ela sempre desaparecia pelo saguão, e até aquele momento eu não tivera oportunidade de combinar um encontro. Mas sabia que ainda conseguiria. Toda vez que a via entrando na sala de Maughn com se fosse a dona do colégio, eu tinha a certeza que não descansaria enquanto não a beijasse.
Meu coração veio parar na boca quando vi Angelique, sentada com um panfleto de futebol nas mãos, do outro lado das arquibancadas. De agasalho e uma camiseta preta justinha, mesmo daquela distância pude perceber que ela estava linda. E, o melhor de tudo, sozinha. Era exatamente a oportunidade que esperava.
Quando me levantei senti Dulce me puxar pelo bolso de trás de meu jeans.
- Aonde é que você vai? A gente acabou de chegar.
- Vi o Christian. – respondi, apontando para algum lugar nas arquibancadas do outro lado do campo - Vou até lá conversar com ele.
Não estava a fim de agüentar as gozações de duas amigas sobre ir paquerar uma garota. Não tinha certeza se Angelique me receberia bem ou não e, se tivesse de voltar sem conseguir nada. Não queria que todos ficassem comentando pelo resto da noite.
Antes que alguém dissesse alguma coisa, me mandei arquibancada abaixo, de olho no ponto onde Angelique estava sentada. Para o caso de Dulce estar olhando fui para o lado da numeradas e fiquei na fila por alguns minutos. Dei uma espiada no placar e vi que os raiders ganhavam por 7 a 0, dando-me conta subitamente de que até o momento não tinha assistido um minuto do jogo. Corri para o lado das arquibancadas em direção a Angelique.