Fanfic: -----Vai Sonhando!?----- Vondy | Tema: Vondy

Ela o encarou, boquiaberta, ergueu as

sobrancelhas, piscou várias vezes, mas não perdeu o

sorriso.

— Pois saiba que eu fiquei triste por ela não ter o

meu nome — sussurrou ela, sem deixar de sorrir,

comovendo-o. — É um nome lindo.

Ela e suas respostas curiosas. Os dois riram.

— Bom, e como ela se chama?

— Louca.

— Louca?!

— Isso.

Ela olhou divertida para a cadela sem parar com

os carinhos.

— Oi, Louca. Já estou entendendo por que seu

dono disse que seu nome era igual ao meu.

Concentraram a atenção total na cadela, até que o

celular de Ucker tocou de novo. Durante vários

minutos, Dulce escutou como ele conversava com

outra tal de bella e sorria como um bobo.

— Que tal se a gente fizer um calendário dos dias

e das horas que vamos nos ver? — perguntou

Dulce, depois que ele desligou.

— Acho perfeito — concordou Ucker. — Aliás,

você ia viajar pra onde?

— Não é da sua conta. Vamos nos limitar à sua

recuperação. Única e exclusivamente a isso, está bem?

Ucker fez que sim, e se sentaram em volta da

mesa branca de couro. Dulce tirou um caderno de

sua mochila e, mostrando-o, disse:

— Virei de segunda a quinta das quatro da tarde

às sete da noite, e nas sextas, das três às seis e…

— Você também vai vir aos sábados.

— Vai sonhando!

Ucker sorriu e, com um olhar fixo, acrescentou:

— Quero me recuperar cem por cento e para isso

preciso de você sete dias por semana. Entendo que

queira descansar pelo menos um dia. Eu aceito. Mas

no sábado ou no domingo eu também te quero aqui,

nem que seja de manhã. Acho que esses mil euros

por dia valem, não valem?

Ela bufou. Mil euros era uma barbaridade de

dinheiro. Era constrangedor!

— Combinado, virei aos sábados à tarde, porque

tenho as manhãs ocupadas. E sobre a questão dos mil

euros por dia eu…

— Nas sextas você vai almoçar comigo, assim

que chegar, à uma hora.

— Como?!

— O que você ouviu.

Irritada, Dulce acrescentou:

— Tenho que resolver certos assuntos pessoais.

Talvez algum dia eu não possa vir… — Ela começou

a explicar, contrariada pelas exigências.

— Que assuntos pessoais?

— Já disse que não vou falar da minha vida. Não

insista.

— Mas como você vai faltar às sessões? Se eu te

pago é para que você venha e me ajude a…

— Então me demita. Vou entender.

Eles se entreolharam. Ela, como sempre, tinha os

lábios curvados. Esperava que ele a demitisse, mas

Ucker deu o braço a torcer.

— Está bem — respondeu ele.

— Está bem o quê? Estou demitida?

— Vai sonhando! — sussurrou ele, repetindo as

palavras que já tinha ouvido várias vezes dela.

Dulce concordou. Apontando com a caneta

que tinha na mão, ela esclareceu:

— Muito bem, então se eu continuo

trabalhando pra você, quero que três coisas fiquem

claras.— Diga — resmungou ele, com expressão de

irritação.