Fanfic: Oferta de casamento - Adaptada - TERMINADA

-Onde está o carro?
-Na garagem, ou no abrigo, ou como queira chamar a essa coisa meio em ruínas que há trás da casa -respondeu Dulce pendurando a bolsa ao ombro -Por que?
-O hospital mais próximo está a quase cem quilômetros daqui, no Laramie -respondeu Christopher estendendo a mão -Me dê as chaves e a levarei até lá.
-Não será necessário -respondeu Dulce negando com a cabeça -Sou perfeitamente capaz de...
Como estava discutindo com o Christopher, não estava preparada para aquela contração que a deixou sem fôlego. Dulce se dobrou e deixou cair a bolsa no chão. Christopher tomou pelos ombros e a sujeitou até que a dor passou.
-Mas se apenas pudesse manter-se em pé... -disse Christopher lhe entregando a bolsa -Me dê as chaves de seu carro, que vou buscá-lo.
Dulce odiava ter que admiti-lo, mas aquele homem tinha razão. Rebuscou em sua bolsa e entregou as chaves de sua Ford, que tinha mais de vinte anos.
-Custa um pouco pô-lo em marcha. Às vezes não funciona bem. Temo que necessita uma revisão.
-Não se preocupe, sei pôr um carro em marcha -respondeu Christopher com secura aceitando as chaves.
Ao ver que o seguia, girou para ela.
-Não tem sentido que nos molhemos os dois. Fique aqui até que traga o carro à porta e possa ajudá-la.
-Ainda posso andar -protestou Dulce.
-O que quer? Quebrar uma perna?
Christopher saiu da casa antes que Dulce tivesse tempo de responder. Estava há um ano e meio esperando aquele momento. Por fim tinha encontrado ao herdeiro do Leopoldo. Por desgraça, parecia que a herdeira tinha intenções de ficar e viver ali e não era o melhor momento para que Christopher explicasse as razões pela qual deveria vender aquela propriedade a ele.

Enquanto tentava meter-se no pequeno carro da Dulce, esteve a ponto de rir. Mulheres. De onde tiravam aquelas idéias tão ridículas? Teria que ser cego para não dar-se conta de que arrumar aquela casa custava tanto dinheiro que não valia a pena fazê-lo.
Introduziu a chave no contato e a girou. O ruído surdo que ouviu a seguir lhe provocou um calafrio. Olhou o painel. Nem um só indicador aceso. Christopher fechou os olhos com frustração e esteve a ponto de dar um murro no volante. A bateria daquele carro estava tão morta como o pobre Leopoldo.
Desceu do carro e abriu o capô. A bateria estava completamente oxidada. Não havia nada que fazer. Deixou cair o capô com um golpe seco.
Ao dar-se conta da gravidade da situação, Christopher começou a sentir-se desesperado. A única forma que tinha de pedir ajuda era voltar de cavalo ao Lonetree, onde tinha seu carro, com o inconveniente de que estava chovendo muito. Além disso, demoraria pelo menos meia hora para atravessar o campo. De carro, demoraria outros quarenta e cinco minutos para voltar ali e recolher Dulce.
Christopher sacudiu a cabeça. Cavalgar sob a chuva não o atemorizava. De fato tinha feito muitas vezes, mas o riacho que havia entre seu rancho e o do Leopoldo se convertia em uma corrente quando chovia e era impossível cruzá-lo.
Além disso, não fazia nenhuma graça deixar sozinha uma mulher grávida que estava a ponto de dar a luz.
De repente, encontrou-se pensando na impressão que lhe tinha provocado Dulce Maria Saviñón. Tinha um rosto precioso, emoldurado por um cabelo ruivo que apresentava raizes de delicado tom castanho claro, ela teria feito as delícias de numerosas capas.
Entretanto, o que tinha lhe chegado à alma eram seus olhos, que tinham a cor do uísque e estavam salpicados de pontos dourados. Aqueles olhos o tinham feito pensar em apaixonadas noites de sexo.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty