Fanfic: Oferta de casamento - Adaptada - TERMINADA

Christopher amaldiçoou a si mesmo.
De onde tinha saído aquele pensamento?
Devia ser porque já fazia muito tempo que não desfrutava da companhia de uma mulher. Ia ter que visitar os bares do Bear Creek: certamente que ali encontraria alguma jovenzinha que lhe fizesse esquecer o quão duro e solitário que estava sendo o inverno em Wyoming.
Christopher sacudiu a cabeça e voltou a concentrar-se na situação que tinha entre as mãos. Não era o momento para lamentar-se de quão pobre era sua vida sexual. O que Dulce e ele tinham pela frente agora mesmo era muito mais importante.
Ao fazer repasse mental das opções que tinham, sentiu que lhe caía o coração aos pés. Melhor assimilar o inevitável quanto antes e começar a preparar-se. Nas próximas horas, ia ajudar a trazer um bebê ao mundo a não ser que aparecesse alguém mais qualificado, coisa bastante improvável.
Suspirou, abriu o porta-malas do carro e procurou em seu interior até que encontrou travesseiros, lençóis, mantas e toalhas. Juntou tudo aquilo e correu para o interior da casa.
Dulce estava sentada olhando fixamente um quadro que havia na parede. Parecia muito concentrada e Christopher perguntou se não estaria em estado de choque.
Quando o viu, exalou o ar que estava contendo e ficou em pé como se não passasse nada.
-Já vamos? -perguntou.
Christopher negou com a cabeça e perguntou como ia dizer lhe o que tinha que dizer. Suspirou. Havia coisas na vida que não se podiam adoçar.
-O carro não tem bateria. Temo que estamos aprisionados -anunciou.
Dulce abriu seus preciosos olhos cor avelã e olhou a seu redor.
-Mas tenho que ir ao hospital. Aqui não há nenhum médico. O que aconteceria... ? Poderia adiantar-se...
Christopher se aproximou e pôs as mãos nos ombros. Quão último queria era que lhe desse um ataque de pânico.

-Dulce, respire e me escute. Você não está sozinha. Eu estou aqui para ajudá-la.
-E você é médico? -perguntou ela com olhos suplicantes.
Naqueles momentos, Christopher tinha dado qualquer coisa no mundo para sê-lo.
-Não, não sou médico -respondeu sinceramente -Mas tudo vai sair bem. Dou minha palavra.
-E seu carro?
-Vim a cavalo e poderia demorar horas em voltar para meu rancho, pegar meu carro e vir aqui de novo.
-A cavalo -repetiu Dulce cada vez mais preocupada -Suponho que terá celular -disse esperançosa -Todo mundo tem telefone celular hoje em dia. Sempre que vou ao cinema ou para jantar em algum.
-Sim, tenho telefone celular, mas em algumas zonas desta região não há cobertura -explicou Christopher -Temo que estamos em uma delas. Não o trouxe precisamente por isso.
Dulce abriu a boca para dizer algo, mas em lugar de palavras emitiu um gemido. Ao ouvi-lo, Christopher sentiu que o pêlo da nuca lhe arrepiava. Observou como Dulce se encolhia pela dor e a ajudou a manter-se em pé.
Aquilo ia ser duro. Christopher não gostava de ver ninguém sofrer e, menos ainda, uma mulher.
Como ia suportar ver Dulce sofrer durante horas sem poder fazer nada? E o que ia fazer se as coisas não saíam tão bem como ele esperava?
Engoliu seco. Christopher sabia muito bem o que podia acontecer se um parto complicasse. Não era em vão que tinha perdido a sua mãe aos sete anos quando tinha nascido seu irmão mais novo, Dérrick. E isso porque sua mãe tinha dado a luz em um hospital.
Quando a dor diminuiu, Dulce se voltou para ele.
-Tenho que me manter concentrada -disse com decisão -Assim, será muito mais fácil.
Christopher não sabia se havia dito aquilo para convencer a ele ou a si mesma, mas não importava. O que lhe preocupava naqueles momentos era que Dulce ficasse cômoda e que ele pudesse dedicar-se a procurar tudo o que ia necessitar.

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