Fanfic: Oferta de casamento - Adaptada - TERMINADA

Jessika: ta acc :)

-Por que não senta junto ao fogo enquanto eu trago o sofá para cá para que deite?
-Não é a primeira vez que você faz isto, não é? -perguntou Dulce albergando ainda alguma esperança.
Christopher não respondeu. Limitou-se a tirar de cima do sofá a velha colcha verde e a aproximá-lo da lareira. Havia trazido para o mundo centenas, possivelmente milhares, de bebês. Mas nenhum humano. Não acreditava que Dulce Maria Saviñón fosse se impressionar muito com sua experiência em obstetrícia bovina.
-Responda -insistiu.
Christopher esteve a ponto de amaldiçoar em voz alta. Por que aquela mulher se empenhava tanto em querer saber?
Faria muito melhor em aceitar o inevitável. Ele era o único que podia ajudá-la.
-Sim e não -respondeu Christopher colocando um lençol e dois travesseiros no sofá -Se trazer para o mundo bezerros e potros conta, então sim -acrescentou ajudando-a a sentar -Senão, não.
Dulce sentou e voltou a entrar no mesmo transe no qual Christopher a tinha encontrado ao voltar depois de tentar arrancar o carro. Observou fascinado como tomava ar ritmicamente e massageava com ternura a barriga, com o olhar fixo no chapéu do Christopher.
Dulce ruborizou levemente, mas a julgar como apertava os dentes estava decidida tentar sobrepor-se à dor.
Quando passou, continuou falando com Christopher como se não tivesse acontecido nada. Era a coisa mais estranha que Christopher tinha visto na sua vida.
-Tenho um livro dentro da bolsa. Acredito que tem um capítulo em que dão instruções para um parto de emergência -disse mordendo o lábio inferior -Espero que você seja um estudante dotado.
Christopher admirava às pessoas que sabiam atuar com serenidade nas situações tensas e, certamente, aquela mulher que tinha ante si,admirava como estava se comportando.
Via nos olhos dela que tinha medo, mas também estava decidida a não se deixar levar pelo pânico.

Christopher dedicou um grande sorriso para tentar acalmá-la.
-Me dê o livro -indicou lhe passando a bolsa -E todo o resto deixe por minha conta.
Dulce lhe deu o livro aberto no capítulo em questão e voltou para um de seus transes. Enquanto ela tomava ar e olhava um ponto fixo no espaço, Christopher leu o capítulo sobre partos de emergência.
O primeiro passo era chamar uma ambulância. Perfeito. Impossível.
Continuando, dizia que se não fosse possível chamar uma ambulância tentasse chamar a alguém com experiência. Perfeito. Impossível.
Christopher continuou lendo e engoliu seco.
Dulce o olhou.
-E aí?
Aquilo não era fácil de dizer a uma mulher que conhecia apenas uma hora.
-Aqui diz que tem que despir você da cintura para baixo -respondeu Christopher por fim.
-É necessário agora mesmo? -perguntou Dulce com serenidade.
Christopher deu de ombros, deu-lhe o livro e foi à cozinha. Tinha que pôr água a ferver para esterilizar alguns utensílios que ia utilizar durante o parto, e pegar mais duas vasilhas.
Quando voltou para a sala, Dulce tinha posto sobre as pernas um dos lençóis que ele havia trazido do carro, e tinha deixado as calças esmeradamente dobradas no braço do sofá.
Christopher não disse nada e Dulce não comentou o que era óbvio: Fazia exatamente o que dizia o livro.
-Prefere deitar-se? -perguntou Christopher deixando as duas vasilhas no alpendre para que se enchessem com a água da chuva.
Dulce negou com a cabeça.
-Ainda não -respondeu.
Devolveu o livro a Christopher, que se deu conta de sua testa molhada de suor. Ficou observando enquanto Dulce fazia frente à dor de outra contração e se sentiu o homem mais inútil do mundo por não poder ajudá-la.
Precisava fazer algo, assim colocou várias lenhas no fogo. Embora estivessem no início de maio, ainda fazia frio. Além disso, assim teriam mais luz pois já começava a anoitecer.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty