Fanfic: Oferta de casamento - Adaptada - TERMINADA

Christopher procurou outras fontes de luz e, por sorte, encontrou dois abajures de querosene. Voltou para salão, colocou-os sobre a mesa e acendeu com uns fósforos que tinha encontrado na cozinha. Sentou e voltou para a leitura.
De onde demônios ia tirar dois pedaços de cordão para atar o cordão umbilical?
Olhou a seu redor e viu as sapatilhas de esporte da Dulce. Os cordões serviriam.
Voltou a consultar o livro, que não dizia nada de esterilizar o que ia se utilizar para atar o cordão umbilical, mas decidiu que não custaria nada fazê-lo, assim colocou os cordões na água fervendo junto com sua navalha.
Deixou o livro à mão, ficou em pé e desabotoou os punhos da camisa. Arregaçou-as e esperou que Dulce saísse de seu transe.
-No livro diz que terá que cronometrar as contrações para saber quanto falta para dar a luz. A próxima vez que sentir uma, diga-me.
Dulce assentiu.
-Estão vindo cada vez mais seguidas.
E cada vez mais forte. Disso se deu conta Christopher pela expressão em sua cara. Sem pensar, segurou sua mão.
-Vai sair tudo bem, Dulce -disse para tranquilizá-la.
-Diga-me isso dentro de umas horas -respondeu ela lhe apertando a mão.

Christopher sentiu um tremendo orgulho ante a confiança que aquela mulher estava depositando nele.
-Vou pegar as vasilhas de água -anunciou Christopher, soltando a mão e ficando em pé -Volto já.
-Christopher?
Ao ouvir pronunciar seu nome, Christopher sentiu um calafrio pelas costas. Engoliu seco e girou para ela.
-Sim, Dulce?
-Obrigado por estar tão tranquilo. Está sendo de muita ajuda.
O olhar que lhe dirigiu não deixava lugar a dúvidas: Dulce contava com ele para o que pudesse acontecer.
Christopher não soube o que dizer, assim assentiu e saiu ao alpendre. Dulce não se deu conta de quão nervoso estava, mas o certo era que não parava de dar voltas à cabeça imaginando tudo o que podia sair mau, como tinha acontecido a sua mãe.
Christopher respirou fundo e soltou o ar lentamente. Enquanto fazia, decidiu que, embora fosse a última coisa que fizesse em sua vida, não ia permitir que Dulce se desse conta de quão nervoso estava.

Quatro horas depois, Christopher sentou frente a Dulce. Levara uma hora inteira vendo-a sentar e deitar, deitar e sentar em um esforço por estar cômoda. Tinha agarrado sua mão e apertava com força.
Christopher estava aniquilado ante sua força. De fato, quando lhe cravava as unhas na palma da mão temia que fosse jorrar sangue, mas tampouco teria se importado se isso a ajudava.
Era óbvio que a dor era tremenda, mas Dulce estava aguentando. Era uma mulher incrivelmente valente.
Pelo intervalo que havia entre as contrações e o que tinha lido no livro, Christopher calculava que restava umas duas horas até que nascesse o bebê e rezou para que tudo saísse bem.
-Quer uma massagem nas costas? Conforme diz o livro, deve doer -propôs quando passou aquela contração.
-Muito obrigado, a verdade é que dói horrores -respondeu Dulce.
Christopher sentou junto a ela no horrível sofá verde, colocou as mãos sob a camiseta rosa e tentou ignorar o detalhe de que sua pele parecia seda.
Não era o momento de pensar que sentia falta da suavidade de uma mulher.
-Melhor? -perguntou.
-Um pouco melhor, sim -respondeu Dulce tomando ar de repente e enfrentando outra contração.
Christopher continuou massageando suas costas com a mão direita enquanto consultava o relógio que tinha na esquerda. Aquela contração tinha demorado muito menos que a anterior.
-Deixa de me tocar -espetou-lhe de repente -Está piorando.
-Ok -respondeu Christopher afastando a mão.
Levantou-se e foi consultar o livro de novo. Sim, efetivamente, não se tinha equivocado. Dulce ia dar a luz. Os sintomas eram inequívocos. Tinha um humor de cão e não consentia que ninguém a tocasse.
Christopher secou o suor da testa enquanto Dulce fazia tudo o que podia para aguentar outra contração. Tinha o rosto vermelho e o cabelo grudado pelo suor.
Christopher não havia se sentido tão inútil na vida.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty