Fanfic: Oferta de casamento - Adaptada - TERMINADA

Quando viu que a contração tinha passado, apressou-se a umedecer seu rosto com um pano molhado. Seus olhos se encontraram e Christopher se deu conta de que Dulce estava à beira das lágrimas.
-Parece que... Não vou poder fazê-lo, Christopher.
Christopher pegou-a pelas mãos
-Dulce, está fazendo muito bem.
Segundo o que tinha lido no livro, devia lhe animar a todo momento. Não sabia muito bem como fazer, mas estava decidido a tentar.
-Já não falta muito, preciosa.
Christopher viu como os olhos da Dulce nublavam por causa da dor e sentiu como suas mãos lhe apertavam como se fossem garras. Foi dizer algo, mas em lugar de palavras emitiu um grito de dor.
-Me olhe, Dulce.
Dulce sacudiu a cabeça enquanto tentava respirar com normalidade.
-Isto é horrível -disse com voz trêmula.
-Me olhe, Dulce -insistiu Christopher -Isso, muito bem. Não deixe de me olhar e aperte as minhas mãos com tudo o que possa. Concentre-te em me passar a dor.
Christopher não sabia o que teria parecido sua idéia ao autor do livro, mas naqueles momentos pouco importava. O certo era que estava funcionando, a julgar pela força com que Dulce estava lhe apertando as mãos e que estava a ponto de lhe cortar a circulação sanguínea.
Um par de minutos depois, inclinou-se para trás de repente.
-Tenho que empurrar -anunciou.
Christopher sentiu que o pêlo da nuca arrepiava e que o estômago dava um pulo.
Dulce fechou os olhos, pegou os joelhos com as mãos e apertou com todas suas forças.
Christopher sentiu desejo de sair correndo, mas não o fez. Agarrou o livro e leu rapidamente o que tinha que fazer enquanto rezava como jamais tinha rezado.
«Posso fazê-lo», disse.
Tinha ajudado seu pai e seus irmãos em infinitas ocasiões com partos de éguas. Trazer para o mundo um bebezinho humano não podia ser muito diferente.

Deixou o livro de um lado, lavou as mãos em uma das vasilhas com água que tinha fervido antes e agarrou a navalha esterilizada e os cordões das sapatilhas de esporte da Dulce.
Os trinta minutos seguintes passaram voando. Dulce empurrava e empurrava para trazer seu filho ao mundo enquanto Christopher dedicava palavras de ânimo.
Pouco depois da meia-noite, Christopher se viu com um pequeno de cabelo escuro, que chorava como um possesso em seus braços.
Ao olhar à criatura que acabava de ajudar a nascer, Christopher sentiu um nó na garganta.
-Está bem? -perguntou Dulce.
Mais tranquilo porque as coisas tinham saído da melhor forma possível, Christopher se atreveu a cortar o cordão umbilical ao bebê tal e como tinha lido no livro. Continuando, e com mãos trêmulas, envolveu-o em uma toalha e o deu a sua mãe.
-Não sou médico, mas me parece que está impecável -sorriu -Entretanto, como chora, eu diria que não gostou muito de nascer.
-É lindo -disse Dulce com lágrimas nos olhos -Não sei como te agradecer, Christopher -acrescentou olhando-o.
-Você que fez tudo -respondeu Christopher baixando as mangas da camisa -Já pensou como vai se chamar?
Dulce sorriu.
-Sim -respondeu -O que te parece Lui Christopher Saviñón?

Dois dias depois, Dulce sentou na borda da cama que tinha ocupado no hospital e ficou olhando os papéis que acabava de receber da enfermeira.
Tinham lhe dado alta.
E aonde ia agora?
Não tinha carro. De fato, na manhã seguinte do nascimento de Lui, Christopher tinha voltado a cavalo ao seu rancho e tinha ido recolhê-los com sua caminhonete para levá-los ao hospital.
Dulce olhou seu filho, que dormia plácidamente, e suspirou. Podia chamar um táxi. Esse não era o maior problema. O grande problema era que não sabia aonde ir porque, certamente, não tinha suficiente dinheiro para percorrer os cem quilômetros até o rancho que tinha herdado.

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bjix da Naty