Fanfic: Amor em Preto & Branco. | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

"Os olhos dele eram como duas esmeraldas brilhantes que transmitiam dor e paz, luz e escuridão, prazer e nenhuma emoção. Eu via no reflexo dos mesmos a mesma dor que eu sentia. Aquilo era inexplicavelmente reconfortante. Era como se eu não estivesse mais sozinha, como se alguém entendesse tudo o que eu sentia e mais, também sentisse. Nunca fiquei feliz com a dor dos outros, mas estava estranhamente contente por saber que alguém também entendia a minha." — Maite Elizabeth Herrera Perroni Campbell.

— Então a senhorita gosta de escutar as conversas dos outros atrás da porta? — ele começou com a voz gélida.

— Sobre isso... Me perdoe, professor Herrera, Eu realmente não soube o que fazer porque realmente bati, mas ninguém respondeu, então eu pensei que... — ela começou a falar tudo muito rápido, estava nervosa, mas logo foi interrompida por ele.

— E como eu não ouvi, consequentemente não respondendo pensou que poderia entrar na minha sala e invadir a minha privacidade?! — ele indagou cortando-a duro, dando ênfase na palavra “minha”.

Ela suspirou. — Eu sinto muito, mas...

— Mas o que? Ainda quer rebater o que eu digo? — indagou, mas nem deixou ela falar. — Pelo jeito é como aquelas meninas mimadas pelos pais que acham que aqui podem fazer o que bem quiser, mas tenho que te lembrar que está em um internato. Um internato rigoroso e de respeito, então não pense, em nenhuma das hipóteses, que aqui é como a sua segunda casa e que nela fará o que bem entender, porque hoje foi o seu primeiro dia aqui e eu já estou farto dos seus vacilos, então acho bom que a senhorita...

— Uma órfã sem estudos dignos — ela o cortou, quase não ouvindo tudo o que ele falara, na verdade, só prestara atenção na parte “Como aquelas meninas mimadas pelos pais”, fora o suficiente. Sua voz transbordava mágoa e por um breve momento, o professor ficou sem reação.

— O que disse?

— Uma órfã sem estudos dignos — repetiu. — Não uma mimada pelos pais que acha que pode fazer o que quiser — citou e ele pode ver quando seus olhos castanhos marejaram ficando mais claros, com um brilho diferente, triste. Mas ela abaixou a cabeça e disfarçou bastante até espantar as mesmas.

— Isso não justifica — manteve a postura de durão.

— Não disse que justificava. Sei que fui errada, mas não fiz por mal e já pedi desculpas. Não queria invadir a sua privacidade, só pensei que...

— Pensou errado — ela suspirou desistindo de rebater a abaixou a cabeça. — Olhe pra mim, eu ainda estou falando com você — assim ela o fez. — Afinal veio aqui para falarmos de outra coisa.

— Sobre a sua aula, me perdoe - novamente - professor. E não é culpa do Derrick, eu... Eu mandei o bilhete primeiro — mentiu e ele ficou calado pela primeira vez, analisando-a. Tinha a estranha mania de sempre se prender olhando aqueles lábios carnudos.

— Minha aula estava tão chata assim? — ele indagou com as sobrancelhas erguidas, querendo saber no que aquela conversa daria.

— Não! — ela negou rapidamente erguendo os braços teatralmente como se tivesse errado fatalmente nas palavras e ele quase riu. — Sua aula é muito boa e eu adoro Literatura, de verdade. O senhor explica muito bem — disse sincera e ele suspirou.

— Eu só não quero que os acontecimentos de hoje se repitam.

— Tudo bem e me desculpe — disse mais baixo e ele não entendeu porque sentia-se estranhamente calmo com ela, por mais que estivesse com tantas coisas estressantes na mente.

— Era só isso. Pode ir e que tudo isso não...

— Se repita, eu sei. E não vai se repetir, prometo — ela disse e se levantou aliviada. Fora ruim, mas não tanto quanto imaginara.

— Não sou o tipo de homem que acredita em promessas — comentou e ela virou-se para ele, na mesma hora em que um vento forte soprou pela janela fazendo seus cabelos que estavam presos em um rabo de cavalo voarem e a franja se soltasse caindo sobre o seu belo rosto.

— Não precisa acreditar. Só saiba que não farei — afirmou. — Licença, professor Herrera.

Só então ela saiu, deixando um Alfonso confuso para trás. Raios, como era linda. Aquela voz doce enchia seu coração de uma paz que nem ele mesmo entendia e sabia que podia ter. Estava muito estressado com tudo que acontecera e com ela também, se tinha algo que ele não suportava era que invadissem a sua privacidade e a da sua família, zelava muito por isso porém reconhecera que a julgara muito mal. Ela não era como ele imaginou e ele percebeu isso em uma simples conversa, imagine se fossem mais próximos, só então conheceria a verdadeira Maite Perroni. Mas não, não queria se aproximar muito dela. Tudo já estava confuso demais. Confuso o suficiente.

Chegou à conclusão de que estava doido. Já vira garotas muito belas ali, algumas até mais belas que ela, mas nunca se sentira assim. Não estava sentindo nada, nada concreto, definitivamente nada. Mas que aquele olhar e aqueles lábios carnudos o fazia se sentir perigosamente atraído. Oh sim, era verdade. Sentia-se atraído por Maite. E também sim, odiava isso. E talvez, apenas por aquela atração ser tão perigosa e impossível, ele implicara tanto com a aluna. 

O que dizer devido aos 200 comentários apenas no quinto capítulo da Fanfic? Nossa *--*

De coração muito obrigada e fico muuuito feliz por estarem gostando, estou escrevendo-a com muito carinho e me esforçando para vim postar todos os dias pra vocês.

Até amanhã, gatinhas!

Beijos <33