Fanfic: Amor em Preto & Branco. | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

"— Então o cordeiro indefeso apaixonou-se pelo leão indomável? — ele indagou com a voz doce e eu ri, corando em seguida. Era uma raridade vê-lo assim, contente e sereno, ainda mais quando o assunto era essa maldita paixão que eu comecei a sentir. — Cordeiro idiota. — comentei baixinho e foi a vez dele rir. — Leão egoísta e masoquista. — completou e tomou meus lábios de forma sutil, sem pressa, em um beijo que me pareceu até afetuoso. Ele não disse que estava apaixonado. Jamais poderia cobrar isso dele e sabia que ele não estava, mas ainda assim, eu não podia estar mais feliz." — Maite Elizabeth Herrera Perroni Campbell.

O resto da semana passou-se sem mais nenhum conflito entre o professor Herrera e Srta. Perroni, porém era Sábado, às treze horas da tarde que eles teriam a primeira aula extra da semana. Eles teriam aulas aos Sábados, Domingos e Quartas. Duas no Sábado, uma no Domingo e mais duas nas Quartas. Eram doze e cinquenta da tarde quando Maite chegou na sala onde estava tendo todas as aulas extras e sentou-se na sua cadeira enquanto lia um livro, que por sinal, era o seu preferido.

— Boa tarde — ouviu a voz grave dele e levantou olhar, fechando o livro que lia, sem esquecer de marcar a página antes.

— Boa tarde, professor.

— Pontual, muito bem. Não gosto de atrasos — Ela sorriu feliz por finalmente receber uma espécie de elogio dele, que sentou-se a sua frente, a mesa era o único empecilho entre os dois. — Orgulho & Preconceito. Um clássico — comentou e Maite assentiu.

— Meu romance preferido.

— Já leu todo?

— Terceira vez — riu de leve.

— O que mais gosta dele? — indagou, testando.

— O personagens. Eles são tão bem feitos que parecem ser reais e são encantadores. Não há como admirar Lizzy e não se encantar por Mr. Darcy — ela disse com um sorriso encantador no rosto.

— Diga mais.

— Adoro o jeito da Lizzy. Ela vêm para contradizer todos esse padrões impostos pela sociedade em relação a mulher. Ela é forte, determinada, faz de tudo para defender quem ama, é como se ela fosse a sua própria heroína, que não precisa de nenhum mocinho para defende-la, ela é forte o suficiente para isso — completou animada e parou receosa por estar falando demais.

— Continue — ele pediu hipnotizado naqueles lábios carnudos de Maite e na forma que ela falava da história.

— E ele... Mr. Darcy... Bom, ele é um homem bom, generoso, que usa a sua arrogância para esconder o seu verdadeiro eu. Confesso que me dá raiva do primeiro modo como ele trata Elizabeth, mas... Depois tudo se ajeita e acho engraçada e cativante a relação de amor e ódio, de gato e rato entre os dois.  

— Gosta apenas dos personagens e da história de amor entre os dois, ou mais alguma coisa lhe chamou atenção? — indagou sério.

— Não. Gostei de conhecer a relação de soberania de antigamente, embora não concorde. — apressou-se em dizer. — Porém achei o final brilhante, porque como o amor dos dois superou os obstáculos criados ao decorrer da história, juntos, eles superaram também a questão da classe social, porque antigamente o nome da família falava bem mais alto do que qualquer coisa, até mesmo do que o próprio caráter — disse por fim.

— Cite um trecho.

— O que? — ela indagou.

— Um trecho, do livro. Sabe algum?

— Ah, não... Ainda não cheguei a decorar nenhum, porém o que eu mais gosto é quando ele se declara para Lizzy, se eu não me engano começa assim... “Em vão tenho tentado lutar comigo mesmo...” — ela começou, forçando a memória para lembrar, ele percebeu.

— “Nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente.” — ele completou e aquela voz grave falando aquelas palavras doces deixaram Maite paralisada, o observando de forma tão profundo, que parecia querer gravar cada detalhe e traço de Alfonso em sua memória. Talvez quisesse. Eles não perceberam, mas já estavam há alguns segundos mirando-se atenciosamente. Os olhares iam dos olhos até os lábios e foi em um ato automático e inesperado até por ela que Maite mordeu o lábio inferior e ele despertou do transe que se encontrava.

— Não faça isso — disse duro, novamente, voltando à estaca zero. Maite franziu o cenho.

— Isso o quê?

— Os lábios. Não morda-os. Me dá... Me dá agonia — inventou uma desculpa. A verdade é que quando Maite fazia aquilo, a vontade que ele tinha era de morde-los no lugar dela e não gostava nem um pouco das reações que aquela jovem lhe causava.

Sim, jovem. 16 anos. Apenas 16 anos. Tinha que colocar isso na cabeça para só então apagar da mesma os pensamentos pervos que já estava tendo há um bom tempo com aquela maldita e bela aluna. A vontade de puxá-la por aqueles cabelos negros e longos e jogá-la numa cama explorando cada canto daquele corpo delicioso com a sua boca o dominou e ele estremeceu.

— Professor? Está bem? — indagou uma Maite preocupada e automaticamente pôs a mão no braço do mesmo. Ele ficou tenso com aquela voz doce e aquele toque delicado.

— Tire a mão. — disse rude e ela tirou a mesma rapidamente, quieta. — Sem muitas intimidades — cortou e ela franziu o cenho, só podia ser louco!

— Eu só pensei que... Que o senhor estivesse passando mal ou algo do tipo, ficou estranho, mas desculpe... — ela disse e ele suspirou.