Fanfic: Amor em Preto & Branco. | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

“Era complexo. Muito difícil de se entender e ainda mais de se explicar. Ele me fazia ir do céu ao inferno e vice-versa com simples toques, gestos e/ou palavras. Era frio como uma pedra de gelo, mas no fundo, doce como um mel. Perigosamente atraente e o pior: Inegavelmente irresistível.” — Maite Elizabeth Herrera Perroni Campbell.

— Tudo bem — ele disse por fim, neutro. — Vamos continuar a aula — mudou de assunto.

— A aula? Mas... Não chegamos nem a começa-la.

— Na verdade começamos si. Por uma incrível coincidência eu iria trabalhar Orgulho & Preconceito com você hoje — ele tirou o livro, que era mais antigo, parecia a verdão original do mesmo da sua maleta e ela olhou encantada.

— É o original? — indagou com os olhos brilhando e ele quase riu.

— Sim. Na verdade traduzido, mas o original — contou dando de ombros. — É um dos meus favoritos também — Maite sorriu doce e ele suspirou desviando o olhar, aquele sorriso mexia tanto com algo dentro dele que Jesus... — Trouxe também “O Inferno de Dante”. Dois clássicos que trabalhei com a turma no começo do ano — disse e pegou o livro – que também era o original – colocando em cima da mesa.

— Já li esse também — afirmou e ele ergueu as sobrancelhas. Ela era uma das poucas que com apenas 16 anos já lera esses livros, a maioria dos jovens achavam chatos e na maioria das vezes sentiam preguiça de ler por conta da linguagem rebuscada da época. — Mas... Eu não gosto desse — ela fez uma caretinha e ele quase riu.

— E por que não? — indagou curioso.

— Isso de Purgatório e Paraíso. Não acredito.

— No que acredita?

— Eu acredito em Deus. O único e maior de todos. Acredito que todos que se foram estão no céu, todos mesmos, até as pessoas más, porque afinal, Deus é bom, puro, por que “mandaria” alguém pro inferno – se é que ele existe – se ele pode perdoar e converter alguém naquilo de melhor que ela pode ser? — indagou e ele analisou seu argumento, assentindo no final.

— Como pode ter tanta certeza que esse seu Deus existe?

— A certeza eu não posso ter, creio eu que ninguém pode, mas tenho fé. Creio que seja o bastante — respondeu, neutra. — Mas por que o senhor não acredita?

— Quem disse que não acredito? — ergueu a sobrancelha.

— O jeito que falou “Esse seu Deus” deixou meio óbvio a sua descrença no mesmo — disse sorrindo de lado.

— Não acredito, nem desacredito. Prefiro não dar uma opinião em relação a isso, cada um tem o seu ponto de vista.

— Verdade — concordou.

E a aula continuou. O diálogo entre os dois era totalmente dinâmico e agradável, sem nenhuma grosseria, provocação, nem nada do gênero. Apenas uma aula. Maite desde o primeiro momento percebera que o professor Herrera era ótimo no que fazia e cada vez mais percebia isso e Alfonso, notara que Maite tinha capacidade e era uma ótima aluna, não podia negar. O tempo passou rápido e logo a aula acabou os dois arrumaram as coisas.

— Obrigado pela aula, professor. Não sabe o quanto adoro essa matéria — ela disse e ele a mirou.

— Na verdade dá pra perceber sim. Às vezes me passa a impressão que já leu todos ou quase todos livros da minha biblioteca — ele comentou e ela riu.

— Talvez tenha lido — disse dando de ombros. — Mais uma vez obrigada e vai com Deus. — disse e virou-se para sair dali, não esperava resposta dele, mas ela veio.

— Vai para casa? — ele indagou e ela virou pra ele novamente. O olhar triste voltara a sua face e ele percebera.