Fanfic: Amor em Preto & Branco. | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

"— Agora já sabe a minha terrível e triste história, professor. Está com pena? Geralmente, é como todos ficam. Com dó! E eu sinceramente, não quero mais isso. — falei e ele continuou com o semblante impassível. — Não estou com pena, menininha. Estou impressionado. — ele disse e eu franzi o cenho, funguei e passei a mão no rosto, limpando minhas lágrimas. — Impressionado com o que? — perguntei baixo e ele passou a mão no meu rosto. — Com o tamanho da sua força. É muito mais forte do que aparenta, menina. Isso é fascinante." — Maite Elizabeth Herrera Perroni Campbell.

Maite andava devagar pela área verde do colégio traçando o caminho entre o salão de festas e a área principal do Internato, onde ficavam as salas de aula e os dormitórios. EWS era enorme e aquilo ali não era nem a metade. Eles tinham ainda uma área só para esportes, um clube, etc. Enquanto andava devagar sentindo o vento frio bater em seu corpo e hora ou outra se arrepiar, ela pensava em como sua vida havia mudado. Sentia tanta falta dos seus pés, dos momentos bons que viveu com eles... Era tanta dor que ela sentia, mas os anos foram passando e agora, ela estava mais forte. Na verdade, sempre fora. Porém desde que fez 16 anos aprendeu que se ela quisesse prosseguir, realizar seus sonhos, construir uma nova vida e principalmente não depender de mais ninguém para ser feliz, tinha que ser forte, levantar a cabeça, ir à luta. E era o que ela estava fazendo, embora às vezes tinha vontade de desistir.

— Psiu! Moreninha — ela ouviu a voz de um homem (John) e rapidamente olhou pra trás. Eram quatro, ao total. Ela não conhecia nenhum.

— Sim? Desejam algo? — indagou e eles sorriram. Ela franziu o cenho.

— Na verdade desejamos sim — um deles (Jack) disse com a voz cheia de malícia e ela começou a ficar com medo. Eles se aproximavam cada vez mais e ela deu um leve passo pra trás.

— O que foi? Está com medo? Não fique. Prometemos se bonzinhos — outro (Felippe) disse e antes dela reagir, eles já estavam bem perto da mesma. Fizeram um círculo em volta dela que olhava para cada um temerosa.

— O que querem? — perguntou, a voz vacilando e demonstrando pavor.

— Bom, eu quero muitas coisas, — John disse. — Dentre elas, esse seu corpinho ai.

— O-o que? Não... Parem, por favor. Estão bêbados — Disse com os olhos marejando.

— Bêbado? Só se for de desejo por você, gostosa... — outro deles (Theo) disse puxando-a para si pela cintura e ela sentiu a sua intimidade ereta, deixou as lágrimas caírem e fez uma cara de nojo.

— Solte-me, imundo... — implorou tentando se afastas, mas era em vão, ele era bem mais forte.

— Imundo? Oh não, morena. Agora você pegou pesado — Felippe disse e ela o mirou.

— O que... O que vão fazer?

— Muitas coisas — Theo respondeu e mordeu o lóbulo da sua orelha. Ela pisou no seu pé, enojada. O salto pegou bem na unha do garoto que gemeu de dor e soltou-a com força, ela tropeçou e se bateu em John. — FILHA DA PUT* — ele gritou.

— Valente ela, né? — indagou. — Merece uma lição... — disse e a empurrou com força, a mesma caiu no chão e Jack engoliu a seco. Era pra dar um susto, mas ela ia se machucar se continuassem assim. Todos estavam bêbadas, ele era o mais lúcido, mas ainda assim, não justificava.

— Calma, cara. Não precisa machuca-la — falou baixo e John o ignorou. Sorriu ao ver que Felippe já estava em cima de Maite que se debatia e gemia de dor depois de receber um chute na costela pelo pé bom de Theo, que estava morrendo de dor e raiva da garota, enquanto ele tentava segurá-la pelos braços, consequentemente arranhando-a. Ela tentava o empurrar, em vão.

— Calma, Felippe. Deixa pra gente também — John disse e puxou Felippe pela camisa, jogando-o do outro lado da grama. Era forte e o outro estava completamente bêbado, caia por si só, quanto mais sendo empurrado.

Foi então que John a levantou brutalmente pelo braço e a arrastou até uma parede, ali no meio chamariam muita atenção. Theo ainda gemia de dor e estava pouco se fudend* para tudo ao redor, Jack olhava John temeroso, estava possesso. Viu Felippe ir até os dois e começaram a tocar em Maite. Ou pelo menos tentar. Ela gritava, os batia, os empurrava, chutava-os, chorava e gritava por socorro. Já estava com arranhões no corpo que ardiam e sua perna estava ralada pela queda que tomara anteriormente. Felippe apertava seus seios com força e ela gemia de dor, flashes vinham a sua cabeça e tudo só piorava.

“— Deixe-me, por Deus... Deixe-me...” — a voz desesperada ecoava pelo ouvido de Maite que estava encolhida embaixo da cama.

“— SOLTE A MINHA MULHER, DESGRAÇADO.”

A pequena moreninha chorava baixinho abraçando seu próprio corpo e viu quando a mais velha ali caiu no chão, viu quando tiraram-lhe a roupa e assistiu tudo enquanto a sua própria mãe era estuprada por aqueles homens... Ela queria gritar, pedir por socorro, ir ajudar a mãe, não podia. Não tinha como ajuda-la. Além do mais recebera ordens, não sair dali, ficar bem quietinha e não fazer barulho algum. Assim o fazia.

A triste lembrança fez Maite reagir. Conseguiu dar uma joelhada em Felippe e o mesmo gritou caindo e xingando-a. John segurou-a brutalmente pelos ombros e a empurrou na parede com força, fazendo a mesma bater a cabeça. A dor foi tanta que Maite viu tudo ficar preto e sentiu o corpo desfalecer. Ele segurou-a assustado, tinha exagerado.

— TEM UM HOMEM VINDO PRA CÁ, JOHN. CORRE, CARA! — Jack avisou assustado e todos tiveram de sair correndo, o máximo que puderam. Assim que John soltou-a brutalmente, ela caiu no chão escorregando pela parede fria. Dobrou os joelhos e apoiou os braços nos mesmos, abaixando a cabeça que doía como o inferno e fazendo o que lhe restara: Chorar.

Alfonso ouviu seu celular tocar e foi obrigado a sair do salão de festas – onde conversava com outros professores – para atender. O barulho de som estava alto demais, foi caminhando pela área verde do local, até que finalmente atendeu.

“— Alfonso?”

“— Sim, Robert?” — respondeu ao seu irmão mais velho.

“— Onde está? Que barulho é esse?” — indagou sabendo que Alfonso estava revirando os olhos naquele exato momento.

“— Na festa de uma aluna, papai.” — disse irônico.

“— Domingo vamos ter um almoço em família, ideia da Kristen e da nossa mãe. Espero que não se ausente dessa vez. Dona Grace quer muito ver o filho querido, está com saudades.” — disse ignorando por completo o comentário irônico do irmão.

“— Hum... Certo! Assim que sair do Internato pois tenho que dar aulas a uma menina aqui, irei.”

“— Eu em... Trabalhar até aos Domingos.”

“— Pra você ver, Robert.”

“— Até Domingo então, boa noite.”

“Boa.” — e desligou. 

Ele ia voltar pra festa, mas desistiu. Precisava tomar um ar. Foi quando ouviu fungadas, altos soluços e franziu o cenho, se aproximando mais do local de onde ouvia tais barulhos.