Fanfic: Amor em Preto & Branco. | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

“Dor, mágoa, arrependimento e perdão.

Penumbra e tristeza em um só coração.

Você não vê, amor? Eu estava em Preto & Branco.

Até você chegar. Até você chegar...”

— Alfonso Herrera Von Uckermann. 

“— Sinto muito informa-lo, Sr. Herrera. Fizemos de tudo, mas... Mas infelizmente eles não resistiram” — disse de cabeça baixa e uma facada no peito doeria menos em Alfonso.

“O que? Não... Não, não pode ser. E-eu... Ela, ela não pode ter morrido.” — falou desolado e as lágrimas começaram a cair. Em um ato desesperado pegou o médico pelas golas da roupa do mesmo quase o levantando. “— TRAGA ELA DE VOLTA, pelo amor de Deus, traga ela de volta...” — ele disse e o soltou, de repente fraco demais para pensar, agir, ou falar algo.

“— Sinto muito...” — o médico disse ajeitando a roupa e entendendo perfeitamente a dor. Em seguida, virou-se saindo dali e deixando um Alfonso desolado para trás.

— E por fim... Maite Elizabeth Perroni Campbell — ele levantou o olhar e mais uma vez viu aqueles belos olhos castanhos que o intrigaram desde o primeiro momento, mas ele resolveu ignorar isso. Maite levantara a mão demonstrando presença e as bochechas já estavam coradas. Pelo jeito já era mania, pensou ele. — A aluna nova... — comentou e ela apenas assentiu. Ele teve vontade de revirar os olhos, mas se conteve, — Não sabe falar, Srta. Perroni? — indagou rude e alguns ali riram. Quase todos os olhares foram dirigidos para a morena que encolheu levemente os ombros. Realmente estava muito bom pra ser verdade. Até ele aparecer!

— S-sim, eu sei — disse envergonhada e mais risadas foram ouvidas. Ela só queria se esconder, sair correndo dali. Por que raios aquele homem a intimidava tanto?

— Então responda a chamada — provocou.

— P-presente, professor Herrera — falou desconcertada, sentindo-se uma tola. Mas nem ela mesma estava entendendo a sua reação, só estava muito envergonhada e estranhamente nervosa.

— Por acaso é gaga, Srta. Perroni? — indagou. — Silêncio turma. Deixam a menininha envergonhada falar. — ordenou quando as gargalhadas ultrapassaram o limite devido. Maite queria chorar, por que estava sendo tão... Humilhada assim por aquele homem? Percebera que toda a sua beleza havia ido embora, pela sua feiura interior.

­— Não, eu não sou gaga, professor Herrera — afirmou com a dignidade que lhe restara.

— Pois não haja como tal — rebateu na mesma hora e ela assentiu, abaixando a cabeça em seguida. Ele negou levemente com a cabeça e começou a dar aula.

Pelo menos era bom professor, Maite chegou a conclusão. Estava atenta a tudo que ele falara e a aula estava realmente interessante. Foi quando sentiu alguém lhe cutucar e olhou pra trás, porém recebeu apenas um papel da mão de um menino de belos olhos azuis e franziu o cenho, pegando-o e abrindo-o disfarçadamente.

“Não ligue para ele. É assim com todo mundo! Seja bem vinda.” — D.H. 

Ela sorriu de leve com o que leu, até aquela maldita voz grave soar novamente em seu ouvido.

— Deseja compartilhar a informação, Srta. Perroni? Gostaria de rir também — oh não! Duas vezes no mesmo dia só podia ser azar. Quantas aulas por semana tinha dele mesmo? Não aguentaria. Ela negou com a cabeça apertando o papel na mão.

— Desculpe, professor. Isso não irá de repetir.

— Mas é claro que não — disse duro. — Passe na minha sala assim que as aulas da parte da manhã acabarem. Precisamos ter uma conversa para que eu possa te explicar como deve agir aqui, pelo jeito está muito mal acostumada pelas suas experiências escolares anteriores.

­— Eu não tive — rebateu sem ao menos pensar e logo se arrependeu.

— O que disse? —indagou, quase suavizando a sua expressão.

— Disse que... Que eu não tive experiências escolares anteriores. Só quando era bem novinha, quase não lembro — ele franziu o cenho, assim como a maioria ali e ela arrependeu-se de contar aquilo.

— Então está explicado porque é assim — olhou-a com desdém e ela suspirou. — E não esqueça. Para a minha sala, assim que as aulas acabarem — lembrou-a e a mesma assentiu temerosa.

O resto da aula fora tranquilo. Ela parara de pegar o pé de Maite pelo menos durante aquela aula e ela agradeceu quando o sinal bateu e eles poderiam sair pois a próxima aula antes do almoço era de Educação Física, os dois primeiros horários da tarde eram vagos, daria para descansar. Ela e Angeline foram as últimas que restaram para sair da sala. Antes de saírem, ela ouviu aquela voz grossa a chamar.

— Srta. Perroni?

— Sim, professor? — o olhou e caminhou lentamente até a sua mesa depois de dizer a Angeline que ela podia ir.

— Eu quero o papel que Derrick lhe passou — disse sem olhá-la, com toda a sua atenção voltada em uns papéis a sua frente e ela engoliu a seco.

— Eu já amassei, não tinha nada demais.

— Me dê o papel — ordenou e ela respirou fundo, pegando-o no seu estojo e o entregando, pensando o quanto fora burra em não ter jogado o papel fora, ou mentido para o professor e dito que tinha o feito. Ele não desdobrou o papel, apenas guardou na sua pasta. — Era só isso. Estarei te esperando na minha sala assim que a última aula da parte da manhã acabar. Se não me engano a de Educação Física — ela assentiu e virou-se saindo dali, dizendo apenas um “Sim, senhor” antes de fechar a porta.

Saiu de lá aliviada e ao mesmo tempo temerosa. Livre da sua sala de aula, mas logo estaria no seu escritório. Suspirou com os pensamentos e foi no dormitório pegar as chaves do armário. Guardou todos os livros no mesmo e ao fechar a porta, quase pulou se susto e pôs a mão no coração ao ver o menino que mais cedo lhe entregara o bilhete que agora estava nas mãos do Sr. Rabugento – como acabara de apelidar o professor.

— Opa, desculpe! — sorriu desconcertado. — Pelo susto e também pelo episódio da sala.

Ela sorriu meiga. — Tudo bem, não foi culpa sua. Eu que sou desastrada e deixei o professor perceber que estava lendo um papel — deu de ombros. — Ele também não foi nem um pouco com a minha cara.

— Não diga isso. Alfonso não vai com a cara de ninguém. Nem com a minha que sou o próprio irmão dele, imagina do resto. — deu de ombros.

— Irmão? – Indagou sem esconder a surpresa.

— Sim, adotado, mas não deixo de ser irmão. Temos ao total cinco irmãos, isso fora nós dois. Nossa família é bem grande e doida — contou e os dois riram.

— Bom... Muito prazer, hum... Derrick, né?

Ele assentiu, erguendo o braço. — Derrick James, muito prazer, Maite Perroni — lhe sorriu e Maite se perguntou se todos daquela família tinham olhos tão velos. Os do professor Herrera eram verdes, os de Derrick, azuis. Cada um mais lindo que o outro, embora a beleza de Alfonso fosse quase incomparável.

— E ah! Desculpe-me, mas ele pegou o papelzinho — disse sentindo-se culpada e confusa quando viu o rapaz a sua frente rir.

— Tudo bem, já esperava isso dele — contou. — Mas não vou mais te incomodar. Temos aula de Educação Física e precisamos trocar de roupa. Espero realmente que goste daqui.

Maite sorriu de leve. — Obrigada.