Fanfic: Encontrada -Perdida 2 | Tema: AyA, Ponny
Fiquei um pouco agitada observando Isaac acomodar as grandes caixas sobre a carruagem. A assistente de madame Georgette estava na calçada ao lado de duas pilhas de pacotes que quase ultrapassavam sua altura. E Anelize não era do tipo mignon. Ela esticava um deles para o alto, e o garoto que cuidava do estábulo de Alfonso coçava a cabeça, claramente se perguntando onde acomodaria mais um.
Eu gemi e desviei os olhos. Poncho tinha extrapolado todos os limites dessa vez.
— Seu irmão não devia ter comprado tanta coisa pra mim. É um exagero!—reclamei com Maite, roendo a unha do dedão.
Minha quase cunhada adolescente me encarou, exibindo suas adoráveis covinhas. Os cabelos negros, como os do irmão, ressaltavam a satisfação mal disfarçada nos grandes olhos castranhos.
— Você ouviu. Alfonso ordenou que comprássemos o enxoval completo. Creio que teremos de voltar amanhã para buscar o restante. Ou então pedir para Isaac vir sozinho, caso os preparativos do casamento nos impeçam de estar aqui.
— Eu não preciso de nada disso, Maite! — resmunguei, batendo o pé feito uma criança de cinco anos.
—Discordo, senhorita Anahí—contrapôs a melhor amiga de Maite, com ar sonhador. Tá vendo? Eu devia estar me sentindo como a Teodora, embasbacada e animada, não assustada. — O senhor Herrera lhe compra tantas coisas apenas pelo desejo de vê-la feliz — continuou Teodora, pousando a mão enluvada em meu cotovelo.
Uma parte de mim sabia que ela tinha razão, e eu até podia entender Alfonso, desde que ele não comprasse a vila toda para mim, como vinha fazendo nas últimas semanas. Conforme o casamento se aproximava, mais tensa e inquieta eu me sentia. Não sabia ao certo por quê — bem, isso não é totalmente verdade. Não que a culpa fosse minha, mas da sociedade que cismava em usar o termo errado quando duas pessoas decidiam dividir a vida. Contrair matrimônio. Eu não conhecia nenhum bom uso para aquele verbo: contrair dívidas, contrair um vírus... Os bíceps de Alfonso se contraindo e estufando as mangas da camisa enquanto ele treinava seus cavalos...humm... Tudo bem, um uso era bom, mas só aquele. Alguém devia fazer alguma coisa a respeito disso. Não é para menos que as pessoas fiquem com um pé atrás quando pensam em se casar. Como fora o meu caso, antes de conhecer Poncho e ele me fazer perceber que um papel não mudaria nada.
Eu tinha dado o grande passo, o maior de todos na verdade, ao aceitar abandonar o meu moderno, tecnológico, cheio de facilidades século vinte e um, para viver com ele no arcaico e sem recursos século dezenove.
Admirei o anel que reluzia em minha mão esquerda. Alfonso o desenhara e pedira a um joalheiro conhecido da cidade para confeccionar a peça. Era o anel mais espetacular que eu já tinha visto. Uma safira rodeada de brilhantes e dois diamantes triangulares de cada lado do aro dourado, formando uma flor perfeita. Acabei suspirando.
Escolher Alfonso foi simples, natural como respirar. Não dava para viver com o coração batendo fora do peito e morando em outro século. Não havia ninguém que me conhecesse tão bem quanto ele. Nem mesmo Nina, minha melhor amiga, que tive de deixar para trás. Por isso era tão ridículo ficar tão aflita por conta de uma simples cerimônia.
Maldita Tensão Pré-Casamento!
Então ali estava eu, vendo Isaac ser ocultado pelas caixas do meu enxoval. Não suportando mais observar a pilha de pacotes crescer sobre o teto da carruagem, sugeri a Maite e Teodora que fôssemos dar uma volta pela vila. Elas toparam na hora. Não que fosse surpresa. Teodora era fã de compras, mesmo que fosse comprar remédios. O que era exatamente o caso.
— Se não se importarem, eu gostaria de ir até a botica — sugeriu a ruiva.—Mamãe precisa de seus sais.
Acompanhei as duas pelas ruas de pedra da pequena vila, desviando de carroças e cavalos amarrados a estacas. Ainda era chocante contemplar aquele cenário, fazer meu cérebro entender que agora eu fazia parte dele.
Homens com botas e casacos acompanhavam damas com amplas saias enfeitadas. Os casais paravam aqui e ali para uma conversa casual com um conhecido. Eu era abordada frequentemente quando Alfonso me acompanhava até a vila — eu nunca saía sozinha, não sabia montar, muito menos dirigir uma carruagem—, e volta e meia era alvo de inúmeras perguntas.
Autor(a): Bea
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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Valéria_Traumadinha Postado em 06/03/2017 - 01:39:32
Saudades... :'(
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bellyta_ponny Postado em 02/01/2016 - 20:08:45
Amei Perdida e agora amo encontrada!!! Continuaaaaaa!!!
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maridamis Postado em 28/12/2015 - 01:03:35
Nao vai postar mais? To adorando!
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franmarmentini♥ Postado em 15/10/2015 - 14:59:43
ufaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa tomara que seja só isso mesmo...tadinha da any...,mas podia ter sido bem pior né...
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franmarmentini♥ Postado em 15/10/2015 - 14:55:17
ela se machucou... nossa senhora das fics.
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franmarmentini♥ Postado em 15/10/2015 - 14:54:04
meu deus...poncho salvou a any!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! urulllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
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franmarmentini♥ Postado em 15/10/2015 - 14:36:43
:)
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narachavez Postado em 21/08/2015 - 22:35:59
continuaaaa tô curiosaaa demaisss
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narachavez Postado em 19/08/2015 - 19:28:18
porque parouuuuuuuu cadê o próximo capitulo que ansiedade!!!!!!!!
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narachavez Postado em 19/08/2015 - 19:24:38
tá quenteeeee,pegando Fogo,ñ paro de ler