Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

— Imagino que tenha razão, minha querida. — Ela se voltou para a amiga. —
Francamente, Amanda, a ligação de Anahi com o comércio não tem nenhuma
importância. Você sabe muito bem que comerciantes bem-sucedidos são bem
aceitos pela sociedade.
— É verdade. A aristocracia inglesa prefere fechar os olhos para a sujeira das
mãos e olhar para os bolsos cheios. E não vamos nos esquecer de que Anahi é
americana. Isso lhe dá certa permissão para pertencer a essa classe social.
Anahi ergueu os ombros. A crítica ao seu país de origem incomodou mais do
que a crítica às origens de sua família. Ela abriu a boca para reclamar, mas as
senhoras conversavam entre si e a ignoraram completamente.
— Posso perceber que já abandonou o luto, minha querida — observou
Gladys.
— Sim. Eu estaria usando preto, mas não tive dinheiro nem tempo para
providenciar um novo guarda-roupa. E meu pai não esperaria isso. Por que fazer do
mundo um lugar mais triste, ele costumava dizer, vestindo preto?
Gladys assentiu.
— Creio que você não se importará de usar roupas coloridas e dançar quando
levarmos May para Londres, não?
— Acho que não. — Anahi hesitou. — Não tenho nenhuma objeção. Gostaria
muito de poder ajudar, mas...
— Não precisamos dizer quando o pai de Anahi faleceu — Amanda falou à
amiga como se Anahi não estivesse presente. — Se alguém tiver a ousadia de
perguntar, como Rodrigo, por exemplo, podemos dizer simplesmente que nas
colônias os costumes são diferentes.
— Sim — concordou Gladys. — Podem erguer algumas sobrancelhas, mas
assim que Anahi estiver usando a esmeralda de Alvord todos se esquecerão.
Anahi ficou inquieta no assento.
— Lady Gladys, acho que a senhora não deveria assumir que seu sobrinho e
eu vamos de fato nos casar.
— É claro que você irá se casar com ele, menina. — Amanda olhou para
Anahi. — Ele é um duque, rico, jovem e bonito. O que mais você quer da vida?
— Não sei. — Anahi ergueu os ombros. — Isto tudo é muito confuso.
— O que é confuso? — Amanda olhou para Gladys. — Para mim está claro
como cristal, não está, Gladys?
— Sim. — A tia se inclinou para tocar no ombro de Anahi. — Conte-nos qual é
o seu problema, Anahi.
O problema, Anahi pensou, era que ela era uma americana sem dinheiro e
Alfonso um nobre inglês e rico, mas o que ela deixou escapar sem pensar foi:
— Eu não danço.
As duas senhoras se entreolharam como se Anahi tivesse acabado de dizer
que não comia nem respirava.
— Você não é metodista, é? — perguntou Gladys.
— Não, e não tenho nada contra a dança. O fato é que nunca fui a um baile,
por isso nunca aprendi a dançar.
Com certeza, agora as duas mulheres iriam perceber que Anahi e Alfonso
vinham de mundos totalmente distintos.
— Que triste! — exclamou a tia. — Parece até que você passou a vida toda de
luto.
— Sim, muito triste — Amanda completou. — Nada de bailes, de rapazes...
Gladys sorriu.
— Mesmo que você não se case com Alfonso, isso não quer dizer que não
mereça se divertir um pouco nesta vida, querida. Sugiro que aproveite a
oportunidade para viver um pouco. Aproveitar. Se vestir bem. Dançar. Flertar. A
companhia de Alfonso será uma ótima maneira de você ser apresentada à
sociedade.
Anahi olhou para as duas e, por alguma razão, sentiu que não queria
decepcioná-las; talvez, na verdade, não quisesse decepcionar a si mesma.
— Sim, senhora.
— Ótimo — responderam as duas em uníssono. Em seguida, Gladys espiou
pela janela.
— Chegamos!
Anahi se inclinou para ver a casa de Alfonso e ficou boquiaberta ao se deparar
com um castelo medieval, que ficava no meio de um lago e cercado por colinas
verdes e florestas.
— A vista é impressionante, não? — A pergunta de Amanda tinha um toque de
esnobismo. — O Castelo Alvord tem mais de vinte quartos. O terreno ocupa uma
área de mais de cinco mil acres.
— Oh, Amanda, pare com isso. — Gladys riu. — Você está parecendo um guia
turístico.
— Tenho certeza de que Anahi nunca viu nada igual em toda a sua vida,
Gladys.
— Que indelicadeza a sua apontar isso. Peço desculpas por Amanda, Anahi.
A carruagem estalou ao passar pela ponte levadiça, até parar diante da
imponente construção de pedra. Um lacaio veio abrir a porta e ajudá-las a descer.
Alfonso estava logo atrás.
— Gostamos muito da companhia de Anahi, Alfonso — disse Gladys quando já
estava com os pés em terra firme.
— Sim — Amanda completou. — Agora, faça a sua parte e apresente Alvord à
sua noiva. Já era tempo de você pensar no seu sucessor, meu rapaz.
— Sim, lady Amanda — Alfonso respondeu com brandura, e sorriu para Anahi
assim que as damas entraram no castelo. — Vejo que você agradou as duas.
Anahi torceu o nariz.