Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

— Sim, claro. Sou o chefe da família.
— Mas é um gasto desnecessário.
— Nada disso. — Gladys se inclinou na direção de Anahi. — Você merece um
pouco de divertimento, Anahi. Pelo que me contou, David se descuidou um pouco
da sua educação. Acho que ele acabou se perdendo em suas causas e se
esqueceu das pessoas ao redor. E agora é responsabilidade de Christopher arcar com
os custos de uma temporada para você em Londres. Tenho certeza de que ele pode
custear isso, não é, Christopher?
— Já disse que pagarei. Não se preocupe, prima.
— Então está tudo acertado. — Gladys sorriu satisfeita.
— Tem apenas mais uma questão — foi a vez de Amanda intervir. — Anahi
disse que não sabe dançar. Ela terá de aprender alguns passos antes.
— Sem dúvida. Bem, nesse caso sugiro que os cavalheiros se juntem a nós
imediatamente na sala de música. Quanto antes dermos inícios às aulas, melhor.
Anahi precisa estar preparada para o Almack.
— O que é o Almack? — Anahi indagou enquanto deixava a sala de jantar de
braço dado com Alfonso.
— O que é o Almack? — May parou de repente. — O Almack é... — A
mocinha estava sem palavras diante da falta de conhecimento da nova amiga.
— O Almack é o centro do universo da sociedade londrina, onde todos os
casamentos são arquitetados, Anahi — respondeu Christopher, rindo. — Durante a
temporada, todas as quartas-feiras à noite, as moças solteiras que conseguem um
convite vão à caça de marido entre os cavalheiros disponíveis.
— Mas que coisa...
— Pois é. Mas o Almack é maravilhoso, Anahi — garantiu May.
— Como pode dizer, May? Você nunca pôs os pés lá — observou Christopher.
— Acho que não quero ir ao Almack — Anahi segredou a Alfonso.
— Mas teremos de ir, pelo bem de May.
— Talvez eu não consiga o tal convite.
— Com tia Gladys a seu lado, eu lhe garanto que você não corre o risco. As
patronas não terão coragem de esnobar um pedido da tia do duque de Alvord.
— Tenho certeza de que terão coragem de esnobar uma americana sem
dinheiro.
— Não farão isso. Confie em mim. Eles a aceitarão, assim como aceitam todos
com seus sorrisos falsos, na esperança de que façam algo inconveniente para que
tenham sobre o que comentar no dia seguinte.
Anahi sentiu a cor sumindo da face.
— Isso parece terrível!

— É terrível. E é por isso que evito as festas da sociedade. — Alfonso sorriu e

tocou com a ponta do dedo no nariz de Anahi. — Mas agora, com você a meu lado,
acho que poderei suportar a agonia.
Eles entraram na sala de música. As paredes eram pintadas de verde-claro,
combinando com a decoração simples, realçada pelo belo piano de cauda.
— Alfonso, ajude Christopher a enrolar o tapete. — Gladys parou ao lado do piano.
— E Anahi, venha até aqui. May lhe mostrará alguns passos. Começaremos com
uma quadrilha. Você tocaria para nós, Amanda?
— Certamente, Gladys.
Após aprender os passos básicos, Anahi já estava pronta para treinar com um
parceiro, e o candidato não era outro senão Alfonso. May aceitou sem jeito a mão
estendida do major Christian Draysmith. Após algumas pisadelas e uns poucos
desencontros, a tal quadrilha já não era mais nenhum mistério para Anahi.
— Acho que agora deveríamos tentar a valsa — sugeriu Gladys.
— Ótima idéia. — Alfonso sorriu, colocando-se a postos. — Eu serei o parceiro
de Anahi.
Anahi ruborizou mais uma vez. A idéia de valsar com Alfonso era
desconcertante.
— Espero que não esteja esperando que eu toque essa música escandalosa,
Gladys. — Amanda se levantou.
— Pensei que a sua geração fosse livre de hipocrisias, lady Amanda — disse
Alfonso.
— Não somos hipócritas, mas não aprovamos essa demonstração de lascívia
em público.
— Acho que posso tocar uma valsa decente — o major Christian se ofereceu.
— Você dançaria comigo, May? — Christopher convidou.
— Eu? — O rosto de May ficou vermelho.
— Por que o espanto? — Christopher sorriu. — Nunca valsou antes?
— Só nas aulas de dança.
Christopher estendeu a mão, e Anahi observou May se aproximando dele. Havia
um brilho especial no olhar da jovem, que contrastava com o ar de deboche do
conde. Estava claro que, para ele, May era como uma irmã mais nova; mas Anahi
duvidava que May se sentisse da mesma forma.
— Você nunca foi mesmo a um baile? — Alfonso perguntou enquanto eles
aguardavam Christian se ajeitar com as partituras.
— Bem, fui a um baile de Natal na escola onde trabalhei como professora, mas
ninguém me tirou para dançar.
— Acho que os rapazes da Filadélfia são todos cegos, então. Mas eu não sou
— Alfonso sussurrou quando Christian dedilhou as primeiras notas da valsa. — E
quero muito dançar com você, Anahi Puente.
Anahi prendeu a respiração quando a mão de Alfonso tocou sua cintura. Ela
pousou a mão cuidadosamente sobre o ombro do cavalheiro e sorriu hesitante.
Havia um brilho dourado nos olhos do duque e algo de muito tentador nos lábios.