Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

— Acho que não conseguiria vender muitas cópias.
— Só tem um problema.
— E qual seria?
— Para definir com exatidão a cor de seus olhos, primeiro eu precisaria
observar o tom deles em um ambiente isolado, livre de influências. Sei que tive a
oportunidade perfeita para iniciar meus estudos no Green Man, mas confesso que
foi difícil me concentrar quando estava sendo atingido por um travesseiro.
— Alfonso! — Anahi levou a mão ao peito, sentindo o coração disparar. — Não
estou entendendo do que está falando.
— Estou falando sobre a cor dos seus olhos, Anahi. Precisamos isolá-la de
todos os outros estímulos visuais, particularmente desse vestido marrom, antes de
chegarmos a uma conclusão definitiva do tom exato.
Alfonso respondeu com um sorriso ousado que a fez considerar se a proposta
de casamento era mesmo séria ou se tudo não passava de um divertido jogo para o
duque.
Algumas moças sonhavam em se casar e ter filhos, e ela? Não que nunca
tivesse considerado a idéia de ter sua própria família. Apenas nunca dedicara muito
tempo a tais indagações.
Os rapazes que se juntavam ao seu pai para as discussões políticas nunca
despertaram seu interesse, e aparentemente, nem ela o deles. Eram muito
parecidos com seu pai, determinados, focados. Não prestavam nenhuma atenção à
filha do dr. Puente.
— Vamos descer da carruagem e caminhar um pouco. — Alfonso desceu com
um salto, amarrou as rédeas ao tronco de uma árvore e ajudou Anahi a descer.
Caminharam lado a lado, em silêncio, até chegarem a uma colina que descortinava
para o vale abaixo.
— Toda essa terra é sua? — perguntou Anahi.
— Sim.
Foi possível perceber o orgulho embutido na resposta.
— Sempre pertenceu à sua família?
— Desde os tempos de William, o Conquistador. Por mais de cem anos a
família Herrera tem a posse de Alvord.
Anahi fitou os vastos campos, as árvores frutíferas, os bosques, as colinas.
Como seria fazer parte de uma família com mais de cem anos de tradição? Quantos
anos de tradição teriam os Puente?
Ela não fazia a menor idéia. Seu pai nunca falara sobre a história de seus
antepassados. Isso não era típico dos americanos. Tudo era novo na América. Um
país formado por cidadãos que estavam recomeçando, que queriam deixar o
passado para trás. Anahi tinha orgulho disso, mas por outro lado compreendia por
que Alfonso queria tanto um filho para dar continuidade às suas tradições.
— Quem herdará tudo se você não se casar?
— Rodrigo.
Anahi sentiu-se enrijecer e soltou um longo suspiro.
— Isso seria uma pena. Mesmo assim, não sei se poderei aceitar seu pedido
de casamento.
— Por que não, Anahi?
— Porque não tenho as qualidades necessárias para ser uma duquesa. Não
sei nada sobre a aristocracia inglesa. Cresci sob o regime republicano. Morei a vida
toda em casas pequenas e na cidade. Não sou bela nem talentosa. Certamente
deve existir alguma moça inglesa que seja mais adequada.
Alfonso tocou no rosto de Anahi para que ela o olhasse.
— Você é linda, Anahi, e não quero nenhuma inglesa, pelo menos nenhuma
das que conheço. Elas me fazem sentir como se eu fosse uma raposa fugindo dos
cães. Vá para Londres e veja por si mesma. As moças e suas respectivas mães não
querem a mim, elas querem meu título e meu dinheiro.
— Não posso acreditar. Uma moça teria de ser cega para não se apaixonar por
você.
Alfonso sorriu.
— Então você é cega, Anahi? Ou isso significa que está apaixonada por mim?
Anahi corou.
— Eu mal o conheço. E isso não vem ao caso. Você precisa de uma mulher
que saiba se portar na sociedade.
Alfonso segurou o rosto de Anahi com as duas mãos, erguendo o queixo para
que seus olhos pudessem se encontrar. E ela sentiu o calor das mãos em suas
faces, a sedutora pressão dos dedos longos massageando o ponto sensível logo
abaixo da orelha, o ponto onde os lábios dele tinham tocado de maneira tentadora
no Green Man. Ele era um mágico, lançando seu feitiço contra ela.
— Você pode aprender, minha querida. Não pretendo passar o resto da minha
vida em festas. Já lhe disse. Eu realmente amo a vida no campo. Vá para Londres e
comprove o que estou dizendo. Por favor, me ajude a sair daquele mundo de
futilidades... .Quero me casar por amor.
Anahi não podia negar que, de repente, tudo que desejava era ter um
casamento feliz ao lado de um homem que a amasse e um lindo bebê nos braços.
— Está bem, Alfonso — sussurrou. — Eu irei para Londres.
Ele inclinou a cabeça.
Ele é um duque inglês, Anahi pensou, umedecendo os lábios. Um degenerado,
devorador de mulheres. Um estranho.
Mas os lábios de Alfonso roçavam os seus de maneira provocante. Anahi
inclinou a cabeça apenas um pouco, para que eles pudessem se encontrar. Estava
atraída por ele, ansiosa para ser tocada. Mas as coisas estavam indo longe demais,
beirando a devassidão.
Anahi hesitou, com intenção de recuar, mas Alfonso a reteve e diminuiu o
espaço entre eles, e então gentilmente tocou-lhe os lábios com a ponta da língua e
os encobriu suavemente com os seus. Não se sentia como com um estranho. Na
verdade, ela sentia-se confortavelmente à vontade.
Isso, até uma bala passar de raspão sob a copa da árvore.