Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Rodrigo Herrera estava sob as sombras de um carvalho atrás do Green Man.
— O que você quer dizer com "errei", seu idiota? — Rodrigo perguntou,
fazendo o possível para conter o volume da voz.
— Desculpe, milorde. Como eu ia saber que ele ia beijar a moça, bem no
instante em que disparei o tiro?
— Isso eu não sei. Eles estavam muito próximos? Ele a estava abraçando?
O homem encolheu os ombros e arrastou o pé, levantando poeira. Rodrigo
cerrou os dentes. Alfonso conseguira escapar da morte três vezes, e por culpa
daqueles incompetentes.
— Você pode, pelo menos, descrever como era a tal mulher que estava aos
beijos com meu primo?
— Não tenho certeza, milorde. — O homem coçou a cabeça. Piolhos, Rodrigo
pensou. Só faltava pegar uma praga daquele inútil imundo, para completar seu dia.
— Ela está usando touca. Alvord nem tirou a touca para beijá-la.
— Ela é alta ou baixa?
— Não muito alta, senhor. Bate no ombro de Alvord. E é magrinha e loira.
— Droga. Parece a tal da Puente. — Rodrigo desferiu um soco contra o
tronco da árvore. — Ela reagiu de que maneira?
— Isso eu não pude ver, milorde. Porque atirei no exato momento do beijo e
saí correndo assim que a bala passou por eles. Seu primo se move com uma
agilidade admirável.
— Hum.
Rodrigo ponderou sobre algumas hipóteses. Era esperar demais que a jovem
considerasse Alfonso repulsivo. Nenhuma mulher considerava. Então ela estava
hospedada em Alvord... Talvez ele tivesse menos tempo do que imaginava.
— Milorde, sobre o meu pagamento...
— O quê? — Rodrigo engoliu a ira que brotou dentro de si. — Seu pagamento?
Fique feliz de sair disto vivo, seu idiota...
O homem se afastou correndo, e Rodrigo engoliu em seco novamente. Se ao
menos Philip estivesse ali! Ele saberia como acalmá-lo.
Mas Philip não estava; a raiva ia e vinha como ondas dentro de sua cabeça, no
peito, nas entranhas, e Rodrigo sentia que poderia explodir a qualquer minuto. Era
preciso descarregar a ira, e logo.
Foi então que ouviu o farfalhar de tecido, acompanhado do som de passos
sobre o gramado. Era uma moça loira que se aproximava. Uma prostituta que
vagava pelo Green Man à procura de clientes. Loira como Anahi Puente.
A moça se aproximou. Tolinha. Era uma idiota como todas as outras de sua
espécie. Rodrigo a puxou pelo braço. Ela tentou gritar, mas ele tapou-lhe a boca
com a sua. A pobre criatura se debatia, mas Rodrigo era maior e mais forte.
Encostou-a contra o tronco do carvalho, sentindo um misto de ira com luxúria.
Em seguida, segurou-a firmemente pelo pescoço. A princípio, parecia ser uma
carícia, mas logo os dedos foram se comprimindo contra a pele marcada de sardas,
até o tom alvo se tornar cada vez mais vermelho, enquanto a mulher se debatia
inutilmente, sem forças para se livrar.
Rodrigo observava a expressão de pânico no rosto dela com um brilho
estranho nos olhos. Olhava fixamente para os olhos arregalados, a boca se abrindo
em um grito mudo, a expressão do rosto se esvaindo.
Foi somente depois de sentir o cheiro da morte que ele se acalmou por
completo.
Alfonso olhava através da janela do escritório as gotas de chuva batendo contra
a vidraça.
— Você acha que foi seu primo Rodrigo que atirou em nós?
— Em mim. Tenho certeza de que foi ele, ou um cúmplice. — Anahi se moveu.
Alfonso podia vê-la agora, refletida na janela.
Ela usava um dos vestidos novos, e Alfonso desejou que a sra. Croft tivesse
sido mais generosa com o decote. O babado que encobria o colo era totalmente
desnecessário. Aquele lindo pescocinho merecia ficar à mostra.
Ele sorriu. Assim que chegasse a Londres, levaria Anahi a uma modista
londrina. Essas eram bem mais ousadas do que as do interior.
— Como ainda consegue sorrir? — Alfonso virou-se e segurou as mãos dela.
— Eu estava admirando o seu vestido. Você sabia que seus olhos estão azuis
agora?
— Meus olhos não são azuis.
— Mas estão agora. — Ele inclinou a cabeça para sentir o doce perfume de
Anahi. — Outro aspecto a ser abordado no meu tratado.
Anahi livrou as mãos.
— Você está agindo de maneira abusada.
— Eu?!
Anahi recuou, deixando a quina da escrivaninha entre eles.
— Você não tinha dito que sua tia e lady Amanda seriam minhas
acompanhantes aqui? Elas têm se mostrado um tanto ausentes.
— Talvez tenham concluído que como o cavalo já deu seu pulo, não é mais
necessário trancar o estábulo.