Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Os olhos de Anahi brilhavam.
— O cavalo não deu nenhum pulo.
— Bem, mas gostaria de ter dado, não?
Alfonso diminuiu a distância entre eles, prendendo Anahi pelos pulsos. Ela
recuou um pouco, as faces ruborizadas.
— Claro que não!
— Não? Nem um pouquinho?
— Nada.
— Tem certeza? — Alfonso puxou Anahi pelas mãos, tirando-a de trás da mesa
e trazendo-a para perto de si. — O estábulo, às vezes, fica muito abafado. — Ele
inclinou a cabeça, roçando os lábios ao longo da linha do pescoço delicado.
— Será que o cavalo não quer mesmo dar uma voltinha? — ele sussurrou. —
Sentir a brisa? O ar da noite?
Anahi estava de olhos fechados, e Alfonso aproveitou para passar os lábios
sobre as pálpebras antes de chegar ao outro lado do rosto, no ponto mais sensível,
atrás da orelha. Ela deixou escapar um gemido abafado e inclinou a cabeça para
trás, para que os lábios de Alfonso alcançassem o ponto exato.
Ele mergulhou o rosto nos cabelos Loiros.
— Minha querida. — Alfonso soltou os pulsos de Anahi para fazer melhor uso
das mãos. Talvez pudesse fazer algo com aquele babadinho irritante ao longo do
colo. Definitivamente aquilo estava em seu caminho.
— Alfonso! — Anahi afastou as mãos dele e retomou o posto seguro, atrás da
mesa. — Comporte-se!
— Mas por quê? — Ele olhou ao redor. — Este é o lugar perfeito para me
comportar mal.
— Temos assuntos mais importantes para discutir.
— Temos?
— Claro. Por exemplo, o atentado que sofreu hoje!
— Mais um motivo para não me comportar. Se tenho pouco tempo de vida
nesta terra, prefiro usufruir com você, naquela poltrona ao lado da lareira... ou
melhor ainda, sobre o tapete.
— Pare com isso! — Anahi virou o rosto. — Como pode fazer graça com uma
coisa tão séria?
Alfonso suspirou.
— Não estou brincando, Anahi. Estou fazendo o que posso para proteger
minha família, mas é difícil lutar no escuro. Rodrigo é traiçoeiro.
Anahi apanhou um abridor de cartas da mesa de Alfonso e brincou com o
pequeno punhal entre os dedos, observando o intrincado desenho do cabo.
— Por que acha que seu primo quer matá-lo?
— Quem mais poderia ser? — Alfonso encolheu os ombros. — Não sou um
santo, mas pago minhas contas em dia; cuido das minhas propriedades; fico longe
das mulheres casadas e das filhas, com exceção da companhia atual, é claro. — Ele
fez uma pausa e lançou um olhar cheio de segundas intenções, que Anahi
respondeu, erguendo o abridor de cartas como se fosse uma ameaça.
— Pare com isso, Alfonso. A situação é séria. Gostaria de ouvir uma resposta
direta.
— Ninguém além de Rodrigo tem motivos para querer me matar.
— Mas o que ele lucraria com a sua morte?
— O ducado. Rodrigo pensa que eu o roubei. — Anahi franziu a testa.
— Como assim? As leis de sucessão não são claras?
— As leis sim, os fatos é que são obscuros. Meu pai e o pai de Rodrigo eram
gêmeos. Meu pai era o mais velho por uma questão de minutos. Rodrigo acredita
que houve uma confusão no nascimento. A parteira não estava esperando gêmeos,
e por isso os bebês foram trocados. Segundo meu primo, o pai dele deveria ter
herdado o título quando nosso avô faleceu, e por isso Rodrigo, não eu, deveria ser o
atual duque.
— Mas isso é ridículo, não é?
— Bem, talvez não ridículo, mas com certeza é improvável. Até onde eu sei,
ninguém, além de Rodrigo questionou o tema. Nem mesmo meu tio.
Anahi apertou o abridor na mão. O sistema de herança inglês lhe parecia
incoerente e ineficaz.
— Como Rodrigo pode acusá-lo de ter roubado o ducado quando nem mesmo
seu tio o fez? Não seria o mais racional?
— Sim, mas Rodrigo não é racional!
— O sistema de primogenitura não é racional! Esta é a raiz do problema. —
Anahi apontou o punhal para Alfonso. — Se a Inglaterra abolisse os títulos e essa
hereditariedade frívola, pessoas como o seu primo não passariam a vida esperando
pela morte de outro.
— Não é tão simples assim.
Anahi bateu com o instrumento no peito de Alfonso.
— Rodrigo é um parasita, admita.
— Eu admito. Mas agora me diga, você está pretendendo me atacar com isso?
— Oh. — Anahi olhou pálida para o abridor. — Não.
— Ótimo. —Alfonso pegou o punhal e o colocou sobre a mesa. — Não
defenderei meu primo, mas não creio que não haja pessoas como ele no seu país.
— Bem, talvez haja, mas é diferente.
— Não tenho tanta certeza. Você pode até não chamá-los de lordes, mas creio
que exista um grande número de homens ricos, cujos filhos ou parentes próximos
aguardam ansiosos pela herança.
— Mesmo assim, não é a mesma coisa!