Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Gladys franziu o cenho como se fosse negar o pedido.
— Anahi, este é o sr. Symington — disse depois de algum tempo. — Senhor,
esta é a srta. Anahi Puente, a prima americana do conde de Westbrooke.
— Americana? — As faces arredondadas do homem coraram. — Vem de um
lugar cheio de selvagens, não é?
— Não... — Anahi começou, mas Symington a interrompeu.
— Vamos dançar? — E estendeu a mão sem que ela tivesse tempo de
responder a nenhuma das perguntas.
Assim Anahi foi arrastada para o salão de baile.
A música começou e os botões do colete de Symington pareciam que iam
saltar a qualquer momento. Com o avanço da dança, ficava cada vez mais claro que
ele tinha comido alho no jantar, pois o odor se tornava mais e mais intenso conforme
gotículas de suor iam brotando na testa do cavalheiro, escorrendo pelo nariz de
bolota.
Mas, felizmente, ao final da dança, Symington parecia à beira de um colapso e
convidou Anahi para tomar uma limonada. Quando o casal estava a caminho da
outra sala, Anahi sentiu um puxão no braço.
— Ah, a encantadora srta. Puente! — A voz de Rodrigo era inconfundível. —
E acompanhada do sr. Symington.
Anahi virou-se e deparou com o primo de Alfonso.
— Sr. Herrera, que... que prazer — Symington respondeu. — Vejo que já
conhece a srta. Puente. Ela é hóspede do seu primo e...
— Eu sei, sr. Symington.
O homem ajeitou a gravata, sem-graça, e ficou claro que o que ele mais queria
era estar em outro lugar, bem longe de Rodrigo Herrera.
— Estávamos indo tomar uma limonada — disse Anahi.
— Ótima idéia. Vá buscar o refresco, sr. Symington, que eu farei companhia à
srta. Puente. Não há necessidade de levá-la consigo.
— Sim, claro. — Symington balançou a cabeça como se fosse um bonequinho.
— Estou indo, então. — E saiu sem olhar para trás.
Nesse momento a orquestra deu início a outra valsa.
— Dança comigo, srta. Puente?
Anahi enrijeceu. No entanto, as boas maneiras diziam que era impossível
recusar; além do mais, Rodrigo era uma pessoa imprevisível, e Anahi não desejava
protagonizar um escândalo no baile de May.
— Bem, agradeço ao velho Alfonso pela potranca que ele encontrou — disse
Rodrigo, acariciando o braço de Anahi.
— Perdão, acho que não o entendi bem.
Anahi tentou se esquivar, mas as mãos de Rodrigo pareciam feitas de ferro.
Ele a puxou para mais perto de si e ela sabia que a proximidade estava muito além
do decoro. Aos poucos as conversas ao redor foram cessando, e mais e mais olhos
curiosos foram se voltando para eles.
— Não banque a ingênua — Rodrigo crispou. — Eu sei que Alfonso a deseja.
— Sr. Herrera, isso não é da sua conta, mas eu lhe asseguro que o duque e eu
somos apenas bons amigos. Eu estava precisando de um lugar para ficar, onde
pudesse ter uma acompanhante, e ele gentilmente me ofereceu hospedagem. Em
troca, acompanharei May em sua primeira temporada.
— Eu os vi dançando.
— Dancei com vários cavalheiros esta noite.
— A senhorita não está entendendo. Eu vi Alfonso. Conheço meu primo. Ele
quer entrar embaixo das suas saias.
— Sr. Herrera! — Anahi deveria deixá-lo falando sozinho, mas ele a retinha
com força.
— Lembre-se — Rodrigo prosseguiu, o tom de voz baixo e ameaçador —, se
quiser continuar saudável, eu diria, não se case com Alfonso.
— Sr. Herrera, não tenho intenção de me casar com seu primo.
— Espero que não. Alfonso não pode ter um herdeiro.
A dança continuava, e tudo que Anahi desejava era que ele não tivesse mais
nada a dizer. Mas a sorte não parecia estar do seu lado.
— Se a senhorita se casar com ele será muito inconveniente para mim, e uma
grande ameaça para a senhorita. — Rodrigo lançou um sorriso fingido. — Eu odiaria
ter de partir um coração americano.
Anahi ouviu uma risada histérica saindo das profundezas da garganta do
homem.
— Não duvide de mim, srta. Puente. Se for tola o suficiente para se casar
com meu primo, garanto que será muito infeliz. — Ele a puxou em um giro ousado,
trazendo-a para ainda mais perto, na volta. — A senhorita não conhece nossos
costumes, vou lhe esclarecer umas coisas.
— Estou certa de que não é necessário.
— Creio que é necessário, sim, srta. Puente. Se tivesse crescido entre nós,
eu não precisaria lhe dizer nada disso e a senhorita já estaria a par da reputação de
Alfonso.
— O que tem a reputação do seu primo?
— Oh, não é nada assim de tão terrível, para um duque, eu diria. Mas para
nós, simples mortais... — Rodrigo simulou um tremor. — Bem, a sociedade é
complacente com os nobres.
— Acho que o senhor já disse o suficiente. — Rodrigo riu.
— Acho que não. A senhorita sabe que Rodrigo é um membro da sociedade,
mas sabia que os casamentos nesta sociedade não passam de arranjos de
negócios? O homem fornece o sobrenome e a fortuna; a mulher, um herdeiro. Amor,

ou, para dizer o mais correto, satisfação sexual, consegue-se em qualquer lugar.

— Sr. Herrera, por favor! Estou certa de que o senhor não deveria dizer essas
coisas.
Mas Rodrigo a ignorou.
— As mulheres só podem ir para a cama depois do casamento. Mas nós,
homens, não. Podemos dormir com quem quisermos. Sabia que em sua noite de
núpcias, o conde de Northaven se deitou com a noiva às dez, com a amante às
onze e com a esposa de lorde Avery à meia-noite, e depois partiu para a exclusiva
casa de tolerância de madame Bernard?
— Isso é repulsivo! Não acredito.
— Pois acredite. Isso é mais comum do que imagina. Fique de olhos e ouvidos
atentos e logo ouvirá muitas outras histórias como essa. Portanto, se espera
encontrar o amor na cama de Alfonso, sinto informar que ficará tremendamente
desapontada. E quanto à satisfação... bem, talvez a encontre, se for mais corajosa
do que a maioria das virgens.
Anahi balançou a cabeça, empurrando-o, mas Rodrigo a segurou com mais
força.
— Sabe qual é o apelido do meu primo?
— Não sei e não quero saber. — O que ela queira era que a dança chegasse
ao fim.
— Se eu não contar, outro contará. As pessoas adoram uma fofoca, e as
aventuras sexuais do duque são muito interessantes.
Anahi olhou no fundo dos olhos de Rodrigo.
— Sr. Herrera, peço que pare imediatamente. Sua conversa está ficando muito
inapropriada.
Mas ela deveria ter se poupado.
— O apelido de Alfonso é "Monge", minha querida. Uma brincadeira, é claro.
Meu primo não é exatamente um candidato a santo.