Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

— Acho que finalmente chegou a minha vez de dançar com a senhorita. —
Anahi ergueu os olhos para o major Draysmith. — A senhorita está pálida. Prefere
descansar um pouco? Eu ficaria feliz em acompanhá-la ao outro salão, onde
podemos beber algo.
— Sim, por favor.
Deixar o salão de dança era uma proposta tentadora. Anahi fazia de tudo para
manter a compostura, mas era difícil, com tantos olhares sobre ela.
A sala destinada aos comes e bebes estava bem mais fresca. O único casal
que estava lá saiu assim que Anahi e Christian entraram. Anahi se sentou em uma
cadeira enquanto o major ia buscar uma bebida.
Ela não deveria ter se surpreendido tanto com as palavras de Rodrigo. Elas só
vinham confirmar o que seu pai e as irmãs Abington tinham dito sobre os nobres
ingleses.
— Desculpe, srta. Puente — Christian lhe entregou um copo de limonada —,
mas não pude deixar de notar que a senhorita estava dançando com Rodrigo
Herrera. Aquele salafrário lhe disse algo inoportuno?
Anahi balançou os ombros de leve.
— Pelo pouco que conheci do sr. Herrera, não esperava por nada muito
diferente. Ele mencionou um apelido que Sua Graça recebeu.
— É mesmo?—Christian pareceu perplexo por um momento.
— Ah, o apelido de "Monge". Herrera colocou esse apelido em Alfonso na
época da universidade. Ninguém mais o chama assim.
— Entendi. — Anahi pousou o copo sobre a mesa.
— Desculpe, mas a senhorita não deveria se deixar aborrecer por uma
bobagem dessas.
— Não, é claro que não. E por favor, me chame de Anahi. — Ela olhou para a
própria bebida. A infelicidade que estava sentindo era por culpa sua apenas.
Durante as semanas que passara em Alvord se deixara iludir, fantasiando que
Alfonso não passava de um americano com um sotaque esquisito. Tola. Conhecera o
homem na cama, afinal. E nu. Obviamente não se tratava de um sujeito que tinha
pudores para tirar a roupa.
Quantas das mulheres presentes no baile já não tinham se deitado com o
duque de Alvord?
— Então me chame de Christian. — O major interrompeu os pensamentos de
Anahi. — E você não deveria se aborrecer por causa de Herrera. Ele é um verme
que a sociedade, infelizmente, ainda não pôde exterminar. Quando se casar com
Alfonso, Herrera será esquecido por todos, como já deveria ter sido. Até lá, evite o
sujeito. Como eu.
— Foi o que tentei fazer. — Anahi suspirou. — Me diga uma coisa, Christian.
Por que os ingleses insistem nesse sistema de primogenitura? Isso só serve para
jogar irmão contra irmão, primo contra primo.
— Não julgue os ingleses pela conduta de Herrera. Eu sou o segundo filho e
não odeio meu irmão, nem invejo seu título. Na verdade sinto pena de meu irmão.
— Pena? Mas por quê?
— Porque ele não é mais dono da própria vida. — Christian se inclinou,
apoiando os cotovelos sobre a mesa. — Ele é o marquês de Knightsdale. Este é o
seu título, mas pode ser seu nome também. Ele nunca foi Paul Draysmith apenas.
Nasceu conde de Northfield e se tornou Knightsdale quando ainda estava em Eton.
Ele parece contente com tudo isso. Mas nunca teve escolha.
— Sim, entendo.

Anahi realmente entendia. Alfonso também tinha sangue nobre e terras. Mas
não tinha escolha. Tinha de proteger Alvord. Tinha de se casar, mesmo que isso
significasse se casar com uma americana de cabelos vermelhos. Mas isso não
significava que ele tivesse de se limitar à cama da esposa apenas.
— Considero minha vida muito melhor que a do meu irmão. Eu tenho liberdade
para ir e vir para onde quiser. Se tiver vontade de ir para a América amanhã, como
fez seu pai, eu posso. Sinceramente, espero que meu irmão tenha vários filhos e
uma vida longa.
Christian terminou de beber sua limonada.
— Acho que eu estava seco para tomar esta coisa. Mas agora, o que preciso
mesmo é de uma boa taça de champanhe. Você gostaria?
— Nunca experimentei. — Christian riu.
— Então acho melhor deixar para Alfonso a honra de lhe apresentar ao vinho.
Não seria delicado de minha parte embebedar a noiva de meu amigo.
— Não sou noiva do duque!
— Certo. — Christian se recostou na cadeira. — Mas deveria considerar a idéia.
Estaria se colocando em uma posição confortável e fazendo um favor a Alfonso. Ele
precisa se casar logo por causa de Rodrigo. Naquela noite, no Green Man, Alfonso
estava pensando em pedir a mão de Perla Wickford. Mas ele certamente
merece algo melhor.
Só então Anahi entendeu por que a duquesa de Rothingham viera falar-lhe e o
motivo do tratamento frio que lhe dispensara.
— Ah, finalmente a encontrei.
O coração de Anahi disparou ao ouvir a voz de Alfonso. Ela olhou por cima do
ombro e deixou escapar um sorriso antes que pudesse se conter.
— Só estava dando um descanso a Anahi, Alfonso — Christian disse. — Você
sabia que ela nunca bebeu champanhe?
Alfonso ergueu uma sobrancelha.
— E você deu um pouco para ela?
— Não. Deixei isso para você. — Alfonso assentiu.
— Gostaria de experimentar, Anahi?
— Sim, por favor.
Ela baixou o olhar enquanto Alfonso foi buscar a bebida.
— Está tudo bem? — Christian indagou. — Você está pálida novamente.
— Estou bem.
Tão bem quanto uma mulher que acabara de descobrir que estava apaixonada
por um conquistador inveterado. Alfonso retornou e entregou-lhe a taça. Anahi tomou
um gole e sentiu as bolhinhas fazendo cócegas na ponta do nariz.
— Você está bem, Anahi? — foi a vez de Alfonso indagar.
— Sim, estou apenas um pouco cansada.