Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Era uma lembrança que Alfonso preferia esquecer. Em seu aniversário de
dezesseis anos o pai resolvera que já era o momento de iniciar o filho nos prazeres
mundanos e o levara ao famoso bordel, freqüentado pela nobreza inglesa. Ele
próprio, inclusive, era um freguês assíduo da casa.
Mas a experiência se mostrara catastrófica. Quando Alfonso se vira na cama,
ao lado de uma prostituta chamada Fanny, tudo que queria era sair correndo o
quanto antes daquele lugar.
Fora demais para ele. O cheiro de suor, de sexo e dos cabelos sujos da mulher
lhe causara náusea. Ele acabara esvaziando o estômago em um balde sujo que
estava no quarto.
Alfonso abriu os olhos, balançando a cabeça para dispersar as lembranças.
Após tantos anos a cena até parecia engraçada, agora. Ele se levantou para
apanhar um conhaque, lembrando-se do restante que viera completar o desastre
total.
Depois de sair do quarto da prostituta, amparado por duas mulheres, ele
encontrara dois amigos de escola no salão principal e assim a notícia se espalhara.
Na manhã seguinte, Rodrigo já sabia de todos os detalhes, e fora então que batizara
o primo com o novo apelido.
Mas isso não explicava por que, na verdade, Alfonso realmente passara a agir
como um monge. Nem ele próprio sabia ao certo explicar. Sexo era algo que
passava na cabeça do adolescente inúmeras vezes, é claro, mas Fanny se
encarregara de deixar uma péssima impressão dos bordéis, e ele não gostava nem
um pouco da idéia de se deitar com uma mulher usada por outros. Não foram
poucas as criadas que se insinuaram ao futuro duque, mas não seria certo se deitar
com elas. Um dia, ele seria um duque. Não podia usar as jovens para satisfazer
seus instintos. Era sua obrigação proteger seu povo, não abusar. E ainda que não
fosse uma criada de Alvord, isso não significava que ela não merecesse respeito.
A verdade era que, até ver Anahi deitada em sua cama, ele nunca se sentira
realmente tentado.
Mas Anahi... ele a queria como um homem faminto ansiava por alimento.
O pedido de casamento acabara se transformando em algo muito mais
significativo do que um simples acordo. De alguma forma, o rapaz sonhador que
existira antes da visita ao Dancing Piper estava de volta. Aquele ingênuo que
acreditava no amor e na bondade das pessoas estava assombrando o presente.
Seu coração, que até então fizera um excelente trabalho mantendo-o vivo, agora
ansiava por algo mais.
Por Anahi e seu amor.
— Ele a deseja.
Philip Gadner colocou o dedo entre as páginas do jornal que estava lendo,
para não perder. Recostou-se na poltrona de couro e ergueu o olhar para Rodrigo.
— Por que você acha isso? Ele acaso se afogou no decote da mulher em
pleno salão de baile?
— Quase. — Rodrigo foi até o balcão para se servir de uma dose de conhaque.
— Se não estivessem no salão, ele teria entrado embaixo das saias da vadia
americana.
— O que exatamente ele fez?
— Dançou com a vagabunda! — Rodrigo bebeu o conhaque de um só gole.
— Mas quantas vezes? — Se Alfonso tinha perdido o decoro de acordo com as
insinuações de Rodrigo, então a situação era realmente séria.
— Uma vez! Talvez mais uma antes de o baile acabar. Mas vim embora antes
e não sei ao certo.
— Uma vez! Pelo amor de Deus, Rodrigo, ele só dançou uma vez com a
moça?
— Mas foi o suficiente. — Rodrigo se jogou na poltrona ao lado de Philip. —
Conheço meu primo, Philip. Você sabe disso. Céus, eu o observei durante anos. Vi
como ele olhava para a mulherzinha enquanto dançavam. Por isso posso lhe
garantir que ele a deseja.
— Desejo não significa necessariamente casamento. — O raciocínio de Philip
era rápido. Ele precisava pensar logo em um plano antes que Rodrigo fizesse
alguma estupidez. — Por que não espera para ver se o interesse não passa?
— Não vai passar. — Rodrigo tamborilava os dedos sobre o braço da poltrona.
— Não a tempo. Ele acabará levando a rameira para a cama se não fizermos algo
para evitar.
— Mas talvez ela não esteja interessada. Trata-se de uma americana, e aquele
povo odeia títulos. Quem sabe ela não queira se casar com um duque.
Rodrigo se levantou para mais uma dose de conhaque.
— Dancei com a mulher. Ela disse que não está interessada em Alfonso, mas
não acreditei. Algo a impede de se entregar, mas não é falta de interesse. Vi isso
nos olhos da vadia enquanto eles dançavam. — Ele admirava as nuances de âmbar
do conhaque na taça. — Mas plantei a semente da discórdia entre eles. Disse à
sirigaita que Alfonso é um conquistador.
— Alfonso, um conquistador? — Philip riu.
— Mas creio que isso não será suficiente para acabar com o romance. Ainda
acho que é preciso matar a garota.
Philip se inclinou para a frente.
— Rodrigo, se você matar a srta. Puente, as autoridades não farão vista
grossa como fizeram no caso do Green Man. Estamos em Londres, e a moça é
prima do conde de Westbrooke, além de amiga do duque de Alvord.
— Posso contornar a situação.
— Não pode. Tem de haver outra saída.
— Posso matar Alfonso.
— Não. Esse plano já falhou mais de uma vez.
Fazia meses que Philip vinha tentando desviar a idéia de assassinato da
cabeça de Rodrigo. Mas o homem parecia incapaz de compreender o simples fato
que se Alfonso morresse em circunstâncias sinistras as autoridades olhariam para
ele como o principal suspeito. Afinal, quem se beneficiaria nesse caso senão o
próprio Rodrigo?
— Temos de encontrar outra saída.
Rodrigo permaneceu calado por um tempo, e, de repente, soltou uma risada
sinistra.
— Eu poderia levar a americana para a cama de tal forma que Alfonso
pensasse que ela foi por vontade própria.
Philip se levantou.
— Não, Rodrigo, não faça isso. Alfonso o mataria.
— Alfonso? Meu priminho, Alfonso?
— Seu priminho é um herói de guerra que recebeu várias medalhas por
bravura e coragem nos campos de batalha.
— Você se preocupa demais, Philip.
— E você se preocupa pouco. — A mente de Philip viajava com rapidez. — Se
quer fazer isso, precisamos encontrar alguém.
— Estou cansado de lidar com incompetentes.
— Ouvi dizer que Kuno está na cidade.
— O cafetão americano?
— O próprio. Ele é competente para o serviço e ao mesmo tempo elegante
para ir aos bailes londrinos.
— De fato. — Rodrigo saboreou o conhaque. — Mesmo assim ainda acho que
seria um prazer deflorar a eleita de meu primo.
Philip se inclinou e tocou no braço de Rodrigo.
— Por favor, Rodrigo. Kuno fará o serviço e você estará livre de quaisquer
riscos.
Rodrigo parou, olhando para a mão de Philip em seu braço. Philip estava com
medo de que Rodrigo fosse afastá-lo com rispidez. Isso iria doer muito. Mas ele
vinha sofrendo em demasia nos últimos anos, que diferença faria agora?
Mas ao contrário do esperado, Rodrigo tocou na mão de Philip com carinho.
— Você realmente se preocupa comigo, não é? — Havia um tom de
vulnerabilidade na voz de Rodrigo que fazia muito tempo que Philip não ouvia.
— Sim, eu me preocupo.
— Depois de tudo que fiz? — Philip apertou o braço de Rodrigo.
— Sim — disse. — Eu amo você. — Rodrigo levantou o olhar.
— Prove, Philip. Por favor.
Era o convite que Philip esperava ouvir havia anos.

— Eu provarei.

VIU FRAN ALFONSO É VIRGEM AINDA, FOFO DEMAIS KKKKK

MILLA_ RODRIGO É INVEJA PURA