Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Alfonso ficou olhando sua amada percorrendo os jardins e desaparecendo na
porta indicada. Só então ele relaxou e se recostou no tronco de uma árvore. Todo o
seu corpo doía. Não apenas uma determinada parte pulsava frustrada, mas a
mente, o coração, até mesmo a alma clamava por Anahi.
— Anahi, estávamos à sua procura.
Gladys e Amanda estavam no vestíbulo do toalete.
— Onde você estava? — Gladys franziu a testa. — Vimos Alfonso deixando o
salão de braço dado com você. Não posso imaginar o que se passou na cabeça de
meu sobrinho.
— Eu posso. — Amanda olhava fixamente para o pescoço marcado de Anahi.
— Vamos apanhar nossos casacos, agora mesmo.
Anahi se olhou no espelho de relance antes de sair correndo atrás das
senhoras. Uma pequena marca vermelha brilhava logo abaixo do pescoço, no exato
ponto onde os lábios de Alfonso tinham estado, pouco antes.
— Lady Gladys, eu gostaria de falar com a senhora sobre o meu futuro.
Gladys e Amanda ergueram ao mesmo tempo o olhar do chá que bebiam.
Anahi terminou de entrar na sala de estar de lady Gladys. Era um local agradável e
ensolarado, mas ela estava nervosa demais para prestar atenção aos detalhes da
decoração.
— Parece-me que você e Alfonso discutiram o tema, ontem à noite, no jardim
dos Easthaven. Já tomaram uma decisão, suponho.
Anahi enxugou as palmas das mãos no vestido.
— Não marcaram a data, ainda? — Amanda se adiantou. — Você está
enlouquecendo o pobre Alfonso. Ele normalmente não é muito indiscreto. Costuma
manter em segredo o que se passa em sua cama.
— Amanda está certa, Anahi. Alfonso nunca cortejou uma moça abertamente,
antes. As pessoas estão comentando.
— O sr. Herrera também notou isso, lady Gladys. E ele não quer que o primo
se case. — Finalmente Anahi criou coragem de falar.
— Rodrigo quer ver o primo morto, Anahi, mas isso não quer dizer que Alfonso
irá se curvar à vontade do outro. Não se preocupe com Rodrigo. Alfonso cuidará do
primo.
— Mas a senhora acha que Alfonso realmente quer se casar comigo?
— Não diga bobagens! — Amanda interveio. — Que homem não quer se
casar? Certamente todos gostam de dar umas escapulidas aqui e ali. Mas Alfonso já
deixou mais do que claro que está interessado em você. Sabe que se quiser algo
mais terá de se casar.
— Mas a fama de Alfonso...
— Que fama? Oh, deve estar se referindo àquele apelido ridículo de "Monge".
Gladys virou-se para Amanda.
— Que apelido é esse?
— Você sabe, Gladys. Aquela história de Alfonso já ter se envolvido com
metade das damas da sociedade e das prostitutas de Londres.
Gladys riu.
— Aquelas histórias ainda andam na boca do povo?
— Elas pioram a cada temporada. — Anahi foi tomada por uma onda de alívio.
— Então elas não são verdadeiras?
— Claro que são, querida — Gladys garantiu. — Alfonso já tem vinte e oito
anos.
Amanda assentiu e assumiu a conversa:
— Pelo menos em parte, Anahi. Uma das histórias mais ridículas que correm é
sobre um passeio de Alfonso pelo Tâmisa, acompanhado de meia dúzia de mulheres
ao mesmo tempo. Tenho certeza de que não passavam de duas, no máximo três. —
Ela fez uma pausa. — Bem, quatro, talvez. Alfonso é um rapaz excepcional.
— Certamente.
A resposta de Gladys ecoava um certo orgulho das aventuras sexuais do
sobrinho.
— Mas Alfonso sabe das obrigações que a posição de duque exige, Anahi. —
Gladys sorriu. — Não se preocupe. Ele será discreto com as atividades
extraconjugais. Você não terá motivos para embaraço.
— Se você deixar o rapaz cumprir com o dever — Amanda completou. — Diga
"sim", Anahi, e tire-o dessa penúria. Episódios como o da noite passada servem
para levantar rumores e deixar os homens frustrados.
Gladys franziu o cenho.
— Sim, Anahi. Se você não tem intenção de se casar com Alfonso, então não
deveria provocá-lo.
— Mas você pretende se casar com ele, não pretende, Anahi? — inquiriu
Amanda.
Anahi olhou para as duas senhoras sem saber o que dizer. Estava confusa e
com os sentimentos abalados.
— Não sei.
Alfonso estava acabando de sair de seu escritório quando foi abordado por
Amanda.
— Não pretendo lhe dizer como você deve conduzir sua vida amorosa, rapaz,
mas arrastar uma virgem para o jardim certamente não é nada decente.
— Como?
— Oh , não se faça de desentendido, Alfonso. O pequeno escândalo que
causou no jardim dos Easthaven. As pessoas estão comentando. Eu o aconselho a
manter distância de Anahi e os botões da calça bem fechados.
— Lady Amanda! A senhora já foi longe demais.
— Você foi longe demais, meu jovem. Se queria beijar a moça, não precisava
deixar uma marca no pescoço dela. Não se perguntou por que Anahi está usando
um vestido de gola alta, hoje?
Recostado contra uma das colunas do salão de baile de lady Wainwright,
Alfonso observava a distância Anahi dançando com Kuno. Ele tivera uma semana
infernal. Não tinha conseguido uma oportunidade de conversar a sós com ela. Por
algum motivo, a tia e lady Amanda resolveram bancar as acompanhantes perfeitas.
Bem, talvez, no fundo, soubesse os motivos, mas elas queriam que ele se
casasse, não queriam? Como poderia cortejar Anahi se não tivesse oportunidade?
E digamos que no jardim dos Easthaven ele tinha sido bem persuasivo. Mais
alguns minutos e ele perderia o controle.
— Vossa Graça, que prazer em vê-lo! — Alfonso olhou para o lado e tentou
sorrir.
— Olá, lady Perla.
— Vejo que está observando a srta. Puente e o sr. Kuno. Eles não formam
um belo casal?
Alfonso resmungou algo que Perla preferiu entender como uma aprovação.
— Eu os apresentei, sabia? O sr. Kuno também é americano. Pareceu-me
formarem o par perfeito.
Alfonso nunca sentira vontade de agredir uma mulher, mas a idéia de torcer o
pescoço de Perla lhe parecia bastante atraente, no momento.
— A senhorita o apresentou?
— Sim.
— Não conheço Kuno. O que sabe sobre ele? Afinal, a srta. Puente é
minha hóspede e por isso me sinto responsável por ela.
Perla encolheu os ombros.
— Bem, não sei muito, na verdade. O seu primo, o sr. Herrera, deve saber
mais. Foi ele quem me apresentou ao sr. Kuno. — Sinos de alarme soaram na
mente de Alfonso.
— Sei. Nesse caso, acho melhor ter uma conversinha com Richard.
Alfonso não encontrou o primo, mas viu Anahi retornando do toalete das
senhoras. Ele a segurou pelo braço, puxando-a para uma sala deserta e fechando a
porta.
— Alfonso! O que é isso? — Anahi olhou ao redor. — Está louco? Se formos
encontrados aqui, você terá de se casar comigo!
Mas Alfonso não estava ouvindo. Ele pôs as mãos nos ombros de Anahi,
puxando-a para mais perto, inalando seu doce perfume. Céus, como a desejava!
Em seguida soltou-a e recuou dois passos.
— Fique longe de Kuno. — Anahi o olhava espantada.