Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Na semana seguinte, Christopher e Christian encontraram Alfonso no White`s.
— Cavalheiros — Alfonso disse, abaixando o jornal —, a que devo o prazer da
companhia?
— Minha nossa, Alvord — Christopher puxou uma cadeira —, você está com uma
aparência horrível.
— Obrigado, Christopher. Sempre tão gentil. Você tem algo da mesma natureza a
me dizer, Christian?
Christian ocupou o outro assento vago.
— Christopher tem razão. Você parece acabado. — Alfonso meneou a cabeça.
— Tomarei providências quanto à minha aparência. — Em seguida abriu o
jornal. — Agora podem cuidar dos seus compromissos.
— Esse é o problema, Alfonso — disse Christian. — Por que ainda não assumiu
seu compromisso de noivado?
— Como? — Alfonso olhou por cima do jornal.
— Não se faça de desentendido, Alfonso — Christopher interveio. — Christian está
certo. Pensei que fosse ficar noivo da minha prima. Por uma questão de honra.
— Não vou discutir esse assunto.
— Vai sim, ou serei obrigado a desafiá-lo para um duelo.
— Christopher, abaixe a voz — advertiu Christian. — Isso só fará com que
comentem ainda mais sobre sua prima.
— Droga. — Christopher olhou ao redor. Os dois outros homens que estavam lendo
o jornal na mesma sala prestavam mais aten74ção à conversa do grupo do que às
novidades impressas. — Enquanto você tem se mantido ausente, a sociedade está
acabando com a reputação de minha prima. Seu maldito primo a deixou sozinha no
meio do salão, no baile dos Wainwright, e até mesmo aquele americano, Kuno, a
abandonou. — Alfonso fechou os olhos por um segundo.
— O que há de errado, Alfonso? — Christian indagou. — Tudo que Christopher disse
é verdade. Pensei que você se importasse com Anahi.
O duque respirou fundo e soltou o ar lentamente.
— Cavalheiros, os senhores já deram o recado. — Christopher segurou Alfonso pelo
braço.
— Isso é tudo que tem a dizer?
— Isto é tudo que posso dizer.
— Não vai nos contar o que está acontecendo?
— Não.
— Droga, Alfonso, pelo menos prometa que vai falar com Anahi! Vá ao baile
dos Palmerson, hoje à noite. Anahi estará presente.
— Christopher, eu não sei se...
— Não ouvirei um "não" como resposta. Você vai a esse baile, nem que
Christian e eu tenhamos de arrastá-lo.
— Você precisa se encontrar com ela novamente, Alfonso — reforçou Christian.
— Se depois de conversarem ainda quiser continuar assim... — Ele abriu as mãos.
— Não posso acreditar que seja tão frio, mas, pelo menos, sinto que fiz o possível
para trazê-lo de volta ao bom senso.
— Você promete que estará lá? — Christopher insistiu. Alfonso ficou calado, e então
concordou.
— Isso não mudará nada, mas prometo que irei.
— Ótimo. Vamos, Christian.
Alfonso nem viu Christian e Christopher saindo, pois estava com os olhos fixos no
bilhete que recebera após o baile dos Wainwright. Ele o abriu pela milésima vez,
apesar de já ter decorado as palavras:
A srta. Puente disse que ainda é virgem. Para o bem da senhorita mantenha
distância.
Era um bilhete anônimo, mas Alfonso reconhecera a letra de Rodrigo.
Maldição. Ele nunca imaginara que Rodrigo tivesse a coragem de ameaçar
Anahi...
Será que Rodrigo tinha mesmo assassinado a prostituta do Green Man? E
quanto à jovem encontrada morta às margens do rio Cam, nos tempos da
universidade, será que ele a matara também? Alfonso se lembrou dos rumores da
época.
E Kuno... Quem era, afinal, o sujeito? Obviamente, ele estava ligado a
Rodrigo de alguma maneira. Mas até então Alfonso ainda não tinha conseguido
descobrir nada de concreto sobre o misterioso americano.
A situação toda fazia Alfonso se sentir impotente. Ele já tinha contratado dois
homens para ficarem de olho em Rodrigo e mais dois para cuidarem de Anahi.
Não queria ficar longe de Anahi. Na verdade, tudo que mais desejava era ficar
ao lado dela, dia e noite. Especialmente à noite. E de preferência na cama, onde
poderia protegê-la, é claro.
— Lady Gladys, não estou com nem um pouco de vontade de ir ao baile da
marquesa Palmerson — disse Anahi. — Estou com dor de cabeça.
— Dor de cabeça? — Gladys colocou o bordado de lado.
— Bobagem. — Amanda apontou a agulha na direção de Anahi. — Erga a
cabeça, menina. Não permita que os comentários daquele bando de velhotas falsas
a impeça de sair.
Anahi suspirou.
— Lady Amanda, eu não agüento mais. Gostaria que a senhora e lady Gladys
me ajudassem a arrumar um trabalho. Tenho certeza de que poderia trabalhar como
dama de companhia ou professora.
— Pensei que já estivesse ocupada o suficiente com minha sobrinha.
— E eu pensei que o seu sobrinho, Gladys, não fosse tão cabeça-dura. —
Amanda não se conteve. — Quando disse para ser mais discreto, não quis dizer
para ele desaparecer.
— A senhora falou com Alfonso?
— Depois do incidente no jardim dos Easthaven.
— Oh, não! — Anahi fechou os olhos.
— Não estou certa de que tenha sido uma boa idéia, Amanda — Gladys
observou.
— Alguém tinha de falar com o rapaz.
A caminho da casa dos Palmerson, Anahi seguiu calada na carruagem, ao
lado de Amanda.
— Acho que o baile estará lotado — Christopher comentou para quebrar o gelo. —
Acho que todos estarão lá.
— Acho que você quer dizer que Alfonso estará presente, é isso? — O tom de
Gladys era desconfiado.
— Sim, ele prometeu que iria.
— Ele disse por que tem nos evitado? — May indagou.
— Não. — Christopher tossiu e Anahi sentiu seu olhar. — Acredito que deva ter
seus motivos. Você sabe como Alfonso é.
— Não mais — Gladys respondeu pela sobrinha. Amanda se inclinou e tocou
na mão de Anahi, em um gesto de carinho.
— Não se preocupe, querida. Tudo vai dar certo.
Anahi apreciou o gesto da senhora, mas não encontrou muito conforto nas
palavras.
— Srta. Puente, estou muito feliz que tenha vindo. — Lady Palmerson deu
uma olhadinha mais adiante na fila de convidados. Christopher estava cumprimentando
seu marido. — E o duque de Alvord, não vem? Ele está fora da cidade?
— Creio que não. — Anahi fez de tudo para manter o tom de voz firme.
— Não? Estranho... Ele tem comparecido a todos os bailes, e esperávamos
que viesse ao nosso. — Os olhos azuis de lady Palmerson estavam cortantes. —
Ele não costuma perder um baile. — A mulher parecia salivar com o próprio veneno.
— Acho que ele virá — disse Christopher, assim que soltou a mão de lorde
Palmerson.
— É mesmo? — A curiosa dama sorriu. — Que maravilha! Mal posso esperar.
Para ver o que irá acontecer quando Alfonso chegar, Anahi pensou, ao entrar
de braço dado com Christopher no salão.
Os dois dançaram a música de abertura. Anahi conseguiu ignorar os olhares e
os sussurros por onde passava. Manteve o sorriso no rosto, apesar de estar
sentindo um aperto imenso por dentro.
Durante as músicas seguintes, Anahi preferiu ficar sentada. A duquesa de
Rothingham fez questão de lhe fazer companhia.
— Não vejo o duque de Alvord por aqui hoje. — Anahi manteve a calma.
— Acho que ele não chegou ainda.
— Oh, ele virá, então?
— Não tenho certeza. Meu primo, Westbrooke, disse que sim. — A duquesa
ajeitou os babados do decote.
— Pensei que você estivesse hospedada na casa do duque de Alvord.
Anahi cerrou os dentes.
— Estou.
— E não se encontrou com o duque para saber se ele vem ou não ao baile?
Estranho.
— O duque é muito ocupado. Estou aqui para fazer companhia à srta.
Elizabeth, apenas.
— Oh. — A duquesa sorriu. — Entendo.
— Acho que esta é a minha dança.
Anahi nunca ficara tão feliz em ver o rosto de Christian. Virou-se para a
duquesa e forçou um sorriso.
— Com sua licença.
A mulher inclinou a cabeça, assentindo.