Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Anahi dançou com Christian, e já estava terminando a terceira dança com
Christopher, e não havia sinal de Alfonso. Ela engoliu em seco o desapontamento. Sabia
que não deveria ter dado ouvidos a Christopher quando ele dissera que Alfonso viria.
Mais que isso, não deveria ter se iludido, imaginando que Alfonso a tomaria em seus
braços e que eles valsariam para que todos vissem.
A música chegou ao fim e Christopher a estava conduzindo até o local onde
Amanda e Gladys estavam, quando um murmúrio ecoou no ar, e todos se voltaram
para o casal que chegava. Alfonso, de braço dado com Perla Wickford.
Anahi fechou os olhos por um instante, engoliu em seco e então se virou.
Todos os presentes prenderam o fôlego.
Ela olhou diretamente nos olhos de Alfonso. Viu de relance uma fagulha, que
desapareceu em seguida.
Alfonso se virou, inclinando a cabeça para lady Palmerson.
— Desculpe-me pelo atraso.
— Está desculpado, Vossa Graça — respondeu a anfitriã, olhando de soslaio
para Anahi. — É um prazer recebê-lo.
Anahi sentiu a mão amiga de Christopher.
— Lamento muito, Anahi. Pedi a Alfonso para vir ao baile, mas nunca imaginei
que ele a trataria dessa maneira.
— Está tudo bem, Christopher. — Anahi preferiu não comentar o assunto. Sabia
que estava sendo observada por todos e não tinha certeza de que conseguiria se
manter firme por muito tempo mais.
— Vou desafiá-lo para um duelo, eu juro, e o acertarei com uma bala no meio
da testa. — Christopher sorriu. — Se conseguir. O maldito não erra um tiro.
— Não faça isso, Christopher. — Anahi ficou comovida com a atitude do primo, e
isso a fez se sentir menos sozinha no mundo. —Você sabe que eu sempre disse
que não poderia me casar com Alfonso.
— Não sei por que não poderia. Seria a melhor coisa para os dois.
Para alívio de Anahi, a música recomeçou. As mulheres ao redor se moveram,
sussurrando e olhando-a de esguelha.
Enquanto isso, Alfonso dançava com Perla. Eles realmente formavam um
belo casal. Perla seria o par perfeito para Alfonso em todos os sentidos, mas o
casamento entre eles seria um desastre. Alfonso não exibia o mesmo calor nos olhos
que costumava ter durante aquelas semanas maravilhosas em Alvord.
Anahi suspirou e continuou sentada sozinha, ao longo de três músicas.
Finalmente, resolveu se refugiar no toalete das damas. Não teve nenhum problema
para abrir caminho entre os vários convidados. Os grupos iam se afastando
conforme ela passava, como se fosse o mar Vermelho se abrindo.
Tudo que esperava agora era que não houvesse ninguém no toalete. Mas
aquela não era sua noite de sorte. Quando estava prestes a entrar, ouviu a
inconfundível voz rouca e nasalada de Felicity Brookton. Anahi recuou um passo,
esperando que a moça saísse logo.
— Estava toda nua!
— É mesmo? — Anahi não sabia de quem era a segunda voz. — E Alvord?
— Nu, também — Felicity falou mais baixo. — Estavam na cama juntos.
— Não!
— Eu adoraria ver Alvord nu — comentou uma terceira voz.
— Julia! — Todas riram ao mesmo tempo.
— Bem, eu gostaria. Aqueles ombros! Aquelas pernas!
— Você não deveria pensar em tais coisas! — censurou a segunda voz.
Então, todas riram de novo.
— Não posso acreditar que a americana ainda teve a audácia de aparecer em
público depois de tudo que aconteceu — Felicity fez o comentário. — Lady Gladys
não deve estar sabendo de nada.
— Ouvi dizer que eles têm hábitos diferentes nas colônias — observou Julia.
— Como assim, eles permitem que as prostituas se misturem na sociedade?
— Felicity riu. — Bem, acho que os homens devem gostar disso, mas as mulheres
devem odiar. Eu não iria gostar nada.
As três jovens, Felicity, Julia e Rosalyn, ficaram boquiabertas quando saíram
do toalete e se depararam com Anahi parada no corredor. Pareciam três peixinhos
de aquário. Anahi teria achado engraçado se não tivesse perdido o bom humor.
Então Felicity cerrou os dentes, empinou o nariz e ergueu a saia para não esbarrar
em Anahi. As outras fizeram o mesmo e a seguiram.
Anahi mal as viu. Estava lutando para recuperar o fôlego. Sua cabeça girava, e
ela se amparou na parede mais próxima.
A história do Green Man tinha se espalhado. Todas as pessoas naquele baile
estavam falando sobre ela e Alfonso, especulando sobre eles, imaginando coisas.
De repente, o toalete já não parecia um refúgio suficiente. Anahi precisava
respirar um pouco de ar puro. Um grupo de homens bloqueava a porta que dava
para a saída, por isso ela foi obrigada a voltar para o salão de baile. As pessoas
abriam caminho, mas dessa vez Anahi não se importou. Seu único objetivo era
chegar o quanto antes ao jardim e se ver livre dos olhares curiosos e dos
comentários maldosos.
Kuno tivera uma semana difícil. Estava cercado de aborrecimentos por todos
os lados. Tinha se esquivado como pudera de Rodrigo e Alfonso. O primeiro queria
que ele cuidasse logo do serviço para o qual fora contratado, para que o escândalo
se espalhasse o quanto antes pelo Almack. Alfonso queria ver Kuno pendurado em
uma forca. Seus espiões estavam chegando perto de descobrir os negócios
obscuros do americano.
Ele teria evitado o baile de lady Palmerson, se pudesse. Mas Rodrigo já estava
bravo por ele ter faltado aos últimos bailes. E Kuno não queria morrer em solo
inglês.
O americano ouvira o boato de que a srta. Puente e o duque de Alvord
tinham sido surpreendidos nus em um quarto de hospedaria. Ele não conseguia
acreditar. Podia jurar que a moça era virgem; aquele olhar inocente não podia ser
falso. Ele saberia diferenciar, tentara ensinar, sem muito sucesso, inúmeras vezes,
as suas prostitutas.
Mas Kuno sabia como essas coisas funcionavam. Verdade ou não, o rumor
tinha manchado a reputação da moça, e agora só restaria a Alvord casar-se com
ela. O que significava que Kuno tinha de correr contra o tempo para que Rodrigo
pudesse atingir seus objetivos. Se a srta. Puente ainda era virgem ou não, isso
não importava; até o final daquela noite ela estaria definitivamente acabada. E
Alfonso teria de adiar o casamento, em pelo menos três ou quatro meses, se
quisesse ter certeza de que o filho que ela estava carregando era seu ou do
americano.
Muita coisa poderia acontecer em três meses. O mundo era um lugar muito
perigoso.
Kuno viu Anahi correndo pelo hall em direção ao salão de baile, e a seguiu.
Ele a observou saindo para o jardim e saiu logo em seguida.
Alfonso viu quando Anahi passou correndo para o jardim. Acenou com a
cabeça para algo que o coronel Pendergrast dissera, mas já não prestava atenção à
conversa de seu interlocutor.
— Com licença, coronel, preciso falar com uma pessoa.
Ele conseguiu se livrar da conversa maçante e saiu em meio à multidão.
Normalmente seu porte e estatura eram suficientes para as pessoas abrirem
caminho, mas agora parecia que estava nadando em um poço de areia movediça.
Outro detalhe estranho que percebeu era que as conversas paravam assim
que ele se aproximava e recomeçavam logo em seguida à sua passagem. As jovens
riam e coravam. A sra. Sparks, uma viúva famosa pelo temperamento afável, deu
uma piscadela quando ele passou.
Alguma coisa estava errada.
— Alvord!
Alfonso se encolheu ao reconhecer a voz grave de Featherstone. O homem já
tinha má fama desde a primeira temporada de tia Gladys.
— Featherstone — Alfonso disse, contendo a impaciência.
— Bela brincadeira, meu chapa.
— A que está se referindo? — A voz de Alfonso soou fria, mas Featherstone
não deu importância.
— Desfilando com sua amante na sociedade! Ouvi dizer que você a levou até
no Almack... Essa foi boa! — Featherstone soltou um ruído que Alfonso desconfiou
que fosse uma risada. — Mas pelo visto, você já não está mais interessado na
pequena, por isso eu gostaria de dar umas voltinhas também. Não sei se terei
coragem de levá-la a bailes de respeito, é claro. Não sei como você conseguiu
enganar sua tia e lady Amanda.