Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Ele abriu outro botão. Só mais um e os seios estariam ao alcance das mãos
dele, e todas as esperanças de Anahi de ter uma conversa racional estariam
perdidas. Ela o afastou com as duas mãos.
— Pensei sobre isso, Alfonso. Sei que o passado não pode ser alterado. Mas
sou americana, não inglesa. Eu morreria se soubesse que você continua saindo
com outras mulheres depois de casado comigo. Não quero dividir você.
Havia um leve sorriso nos cantos da boca de Alfonso.
— E eu não quero ser compartilhado.
— Não? — Anahi fez o possível para conter as expectativas e o entusiasmo.
— Então você desiste das outras mulheres? Dos bordéis?
— Dos bordéis? — Alfonso parecia chocado. — Das outras mulheres?
Ele recuou, e Anahi franziu o cenho. Será que tinha entendido mal?
— Sei que estou pedindo muito e que as coisas são diferentes aqui na
Inglaterra. Mas prometo recompensá-lo, Alfonso. Só preciso que me mostre como.
Não sei muito, mas estou disposta a aprender. Apenas me mostre o que você gosta.
Quero satisfazê-lo.
— Isso me parece ótimo, querida, mas não estou entendendo. De onde você
tirou a idéia de que eu ando com um bando de mulheres?
Anahi estudava o rosto do duque com cuidado. Ele parecia confuso, não
bravo.
— Não é por isso que o chamam de Monge?
Alfonso franziu a testa e teria dito algo, mas Anahi disparou na frente.
— Rodrigo me contou primeiro, mas até mesmo sua tia e lady Amanda sabem
do apelido. Lady Perla disse que você é um famoso freqüentador de bordéis. —
Anahi corou. — Ela disse que você não consegue manter uma amante porque gosta
de variedade.
Alfonso olhava, pasmado, com a mão na boca.
— Perla disse que eu gosto de variedade? — Anahi assentiu e ele cobriu o
rosto com as mãos.
— Não posso dividi-lo com ninguém, Alfonso. — E o tocou no ombro. Ele estava
trêmulo. — Sinto muito, mas não posso.
Então um barulhinho estranho escapou por entre os dedos dele.
— Você está rindo de mim?
— De você, de mim, de toda a situação. Anahi, é verdade que algumas
pessoas me chamam de Monge. Rodrigo me deu esse apelido na época da
universidade. Percebi que você não tinha gostado, mas imaginei que soubesse o
significado.
— O significado é outro, então?
— Sim. Pensei que as pessoas tivessem até se esquecido disso. Ninguém
mais me chama assim. — Ele sorriu. — Eu nem imaginava que tia Gladys e lady
Amanda soubessem.
— E lady Perla. Ela pensou que nós... que já tivéssemos dormido juntos.
Alfonso sorriu.
— Bem, nós já dormimos.
— Sei o que ela pensou! E acho que ela queria que eu contasse algo a
respeito. — Alfonso assobiou.
— Talvez lady Perla não seja tão fria como todos imaginam! — Anahi o
segurou pelo punho novamente.
— Deixe lady Perla em paz!
— Deixarei, querida, prometo. Mas é estranho descobrir que todos pensavam
que eu fosse um conquistador insaciável.
— E você não é?
— De forma alguma. Sou tão virgem quanto você, meu amor. — Foi a vez de
Anahi se espantar.
— Você? — Alfonso assentiu.
— Meu lamentável apelido significa exatamente o que sugere. — Anahi o
encarava, atônita. Ele tinha um meio sorriso nos lábios e parecia um pouco
embaraçado.
— Mas eu pensei que significasse que... Bem, pelo que todos disseram, toda a
sociedade imagina o mesmo.
— Posso lhe garantir que eu talvez seja o único duque com mais de catorze
anos que ainda é virgem.
— Mas como pode ser? Você parece saber muito bem como... hum... você
sabe.
— Pareço? Acho que você me inspira. E certamente estou muito inspirado,
agora. Você, não? — Alfonso se aproximou e tocou em um dos seios de Anahi.
— Oh... — Ela certamente se sentia quente e inspirada. Alfonso ergueu-lhe a
mão e beijou o pulso. Nesse instante, um raio de luz refletiu nas pedras do anel de
noivado.
— Antes de comprometê-la... — Ele sorriu. — Antes de realmente
comprometê-la, preciso ter certeza de uma coisa. Você ainda tem alguma dúvida
com relação ao nosso casamento?
— Sim, Alfonso. Eu gostaria de saber por que você quer se casar comigo.
— Porque não acho que tê-la em minha cama seja o suficiente. E não quero
me casar apenas por causa daquele episódio do Green Man ou porque preciso de
uma esposa que possa me dar um herdeiro. — Mais uma vez ele a beijou no pulso.
— Deus, não tenho dormido desde a primeira vez que a vi. Mas não é apenas por
isso. — Ele a olhou diretamente nos olhos. — Preciso de você, Anahi. De alguma
maneira você conseguiu penetrar no meu coração e na minha alma. Não posso
imaginar a vida sem você a meu lado, em minha cama, sim, mas junto de mim à
mesa do café da manhã, na sala de jantar, em Alvord.
— É mesmo? — Anahi avaliava o rosto do duque, e tudo que via eram aqueles
belos olhos cor de mel, brilhando de sinceridade.
— Sim, é isso mesmo. Diga que quer se casar comigo, Anahi. — Ela suspirou.
Toda a agonia e racionalidade passaram como uma chuva de verão, intensa, mas
esquecida aos primeiros raios de sol que surgiam no horizonte.