Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Para completar, requisitara Walter Parks e seus homens para vigiar, colocando um
na porta de entrada e outro nos fundos. Um cocheiro estava de prontidão, junto das
tantas outras carruagens que estavam estacionadas. Nos fundos, uma carruagem
de aluguel esperava por eles, se fosse preciso sair discretamente. Até mesmo
dentro do salão debaile havia homens alertas para qualquer sinal de perigo.
Mesmo assim, Alfonso não conseguia permitir que Anahi se afastasse. Ela
praticamente teve de obrigá-lo a ir para o salão de jogos, e ainda assim ele saía vez
ou outra para dar uma espiada.
— Alfonso — Anahi crispou. — Nada irá acontecer se você continuar rondando
dessa maneira.
— Não quero que nada aconteça. — A fisionomia do duque era tensa.
— Eu sei. — Anahi suspirou. Seu próximo parceiro de dança estava se
aproximando. — Já discutimos isso, Alfonso. Concordamos com o plano, Agora volte
ao jogo de baralho. — Ela o empurrou de leve. Alfonso fitou-a, em seguida olhou
para o visconde Islington, que se aproximava para dançar com sua esposa, e só
então se virou e tomou o caminho de volta ao salão de jogos.
Quando o visconde se curvou ao final da seleção, Anahi tinha certeza de que
iria encontrar Alfonso no seu rastro novamente, mas ele fez o que pôde para se
concentrar no jogo de cartas. Agora, ela esperava por lorde Pontly, um dos homens
mais superficiais da sociedade, para dançarem a quadrilha.
— Ah, duquesa! Como vai o meu primo?
Anahi virou-se lentamente. Rodrigo estava parado logo atrás.
— Sr. Herrera. — Ela engoliu o medo. — Que prazer revê-lo.
Rodrigo riu. Pelo menos era isso que ela entendeu que o ruído deveria ser,
pois o som se parecia mais com o de uma pedra de gelo rachando.
— É uma péssima mentirosa, Vossa Graça. Uma vez que se uniu ao meu
primo, ignorando meu aviso, como deve se lembrar, não creio que esteja tão feliz
em me ver. Por falar nisso, onde está Alfonso? Ele tem ficado no seu encalço como
um cachorro com um osso novo.
— Acho que ele está no salão de jogos. Se for até lá, tenho certeza de que o
encontrará logo.
Rodrigo segurou o braço de Anahi.
— Oh, mas eu já encontrei o que estava procurando.
— Sr. Herrera, prometi a próxima dança a lorde Pontly.
— Pontly gentilmente cedeu a dança para mim. Agora, venha comigo.
Anahi não tinha opção, Rodrigo praticamente a arrastou para a pista de dança.
Ela olhava ao redor, em busca de Christopher ou Christian, mas não viu nenhum dos dois.
Esperava que os homens de Parks tivessem notado a presença de Rodrigo.
Rodrigo seguia para um ponto próximo às portas que davam para o jardim.
Pelo menos estaria mais fresco naquele lado do salão.
A orquestra tocou os primeiros acordes.
— Nós não deveríamos nos apressar um pouquinho mais, sr. Herrera? Vamos
perder a dança.
— Está muito ansiosa para dançar comigo? Que pena. Pois não vamos ficar na
pista de dança, e sim além daquelas portas.
— Bem, acho que um pouco de ar fresco será bom. — Os olhos de Anahi
percorreram o salão. Seria Christopher que estava naquele canto? Não era possível ter
certeza. E Christian? A posição dele era perto do vaso de fícus, mas não havia sinal
do rapaz.
Rodrigo a puxou porta afora e desceu os degraus que davam para o jardim.
Uma silhueta enorme surgiu das sombras. Anahi abriu a boca para gritar, mas uma
mão pesada estapeou seu rosto. Alguém jogou um capuz sobre sua cabeça,
prendendo os braços e impedindo as pernas de se moverem. Em seguida, ela foi
suspensa no ar.
— O portão dos fundos é por ali! — Anahi ouviu Rodrigo dizer. — Entre na
carruagem e suma daqui.
— Acho que você acabou de encurralar o seu parceiro de cartas, meu velho —
disse o conde de Eldridge.
— Pela quarta vez! — O visconde Paxton baixou as mãos. — Foi minha culpa
fazer parceria com o recém-casado.
O parceiro de Eldridge, o barão Tundrow, sorriu.
— Deveríamos aumentar as apostas. Talvez isso estimule os talentos de
Alvord.
— Não, obrigado. Não quero voltar pobre para casa. — Paxton se inclinou
sobre a mesa. — Alvord, esqueça um pouco da cama ou ceda o lugar para outro
jogador.
— Fiquei surpreso ao vê-lo no baile, Alvord. — Tundrow riu. — Pensei que não
o veríamos nas próximas semanas.
Eldridge concordou.
— Aposto que está louco para ir para casa, Alvord. Vá logo para os braços de
sua bela esposa. Deixe o pobre Paxton aqui jogar com um homem cuja mente está
para o jogo, e não para pensamentos pervertidos.
Alfonso se levantou.
— Então, se me derem licença? — E saiu apressado.
— Certamente. — Paxton apanhou suas cartas. — Tenha uma ótima noite.
— Muito boa! — Tundrow riu. — Esperamos que o herdeiro chegue em nove
meses, Alvord.
Alfonso ignorou as provocações. Sabia que tinha causado um tremendo
prejuízo a Paxton ao concordar com a parceria. Parecia que as cartas estavam
escritas em sânscrito, pois não faziam sentido algum. Afinal, ele não queria jogar.
Não queria ter ido ao baile dos Carrington.
Alfonso fitou o salão de baile em busca de Anahi e viu a pluma amarela
balançando, próxima a um arranjo de flores. A visão o fez relaxar um pouco.
Ele odiou o plano desde o princípio. Por que fora se deixar convencer por
Anahi? Tinha tomado todas as medidas de segurança possíveis, mas no fundo
sabia que sempre haveria um risco. Bem, aquela era aprimeira e a última vez que
iria concordar com aquela loucura. No dia seguinte, iria atrás de Rodrigo e resolveria
tudo de uma vez por todas, como já deveria ter feito meses antes.
Alfonso viu a pluma amarela se movendo pelo salão. Havia muitas pessoas no
caminho para que pudesse ver quem era o parceiro de Anahi. Ficou na ponta dos
pés para tentar enxergar melhor.
— Vossa Graça, gostaria de lhe dar os parabéns.
— Sra. Fallwell, que prazer em vê-la. — Melinda Fallwell, uma das amigas
íntimas de lady Amanda, e famosa fofoqueira, estava diante de Alfonso. Ela seria
capaz de arrancar a orelha do duque se ele ousasse abandoná-la. Alfonso tentava
ver por entre os babados do vestido da senhora, mas a floresta de plumas roxas que
saía do turbante verde o impedia de olhar para além. Será que a pluma amarela
estava seguindo na direção do jardim?
— Não puderam esperar para fazer uma cerimônia de casamento mais
convencional? — A sra. Fallwell riu. — Nunca imaginei que você fosse tão sangue
quente. Puxou ao pai. Ele foi um conquistador e tanto. Passei uma noite fugindo do
safado em um jardim. Oh, minha nossa!
O leque da sra. Fallwell batia agitado em frente ao rosto ruborizado da
senhora. Ela inclinou a cabeça e as plumas sacudiram no ar.
— Mas então ele se casou com a sua mãe — ela continuou. — Era uma moça
fria. Bonita, mas fria. Ninguém entendia o que ele tinha visto nela. Imagino que o
duque tenha pensado que estava na hora de constituir uma família. — A senhora
fechou o leque e bateu com ele no braço de Alfonso. — Mas pelo que Amanda me
contou você não cometeu o mesmo erro do senhor seu pai. A sua esposa tem o
sangue quente como você.
Isso chamou a atenção de Alfonso.
— Como disse?
— Você sabe. — A sra. Fallwell o fitou e começou a se abanar novamente. —
Sobre o episódio na estalagem. Como se chama o lugar? Green Man? Amanda me
contou tudo. Eu já estava me perguntando por que demorou tanto para colocar um
anel no dedo da moça.
— Sei.
Alfonso ponderou a idéia de estrangular lady Amanda. Ele deu uma olhada ao
redor e viu a pluma amarela desaparecendo pelas portas que davam para o jardim.
Maldição

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