Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Philip olhou para a escadaria. Sim, a loira já estava descendo, mas vinha
acompanhada de um marinheiro sorridente.
Maldição! Philip se levantou. Onde estava Rodrigo?
Alfonso e Christian concluíram que a direção que Rodrigo seguira só poderia
levar a um lugar: o Rustting Stallion, um prostíbulo de quinta categoria que fiava à
beira do cais. E era para lá que eles seguiam.
— Alfonso. — Christian apontou para a casa. — Olhe, logo à frente.
— Estou vendo. — Uma cortina vermelha que flutuava da janela do terceiro
andar não passou despercebida a Alfonso. — Terceiro andar, o último quarto.
— Você acha que Anahi está lá?
— Espero que sim. — Alfonso abriu a porta da casa suspeita. — Vamos nos
separar e cada um procura em um quarto.
Anahi nunca se sentira tão exposta e humilhada em toda a sua vida.
— Olhe para mim. — A ponta afiada do punhal de Rodrigo cutucava o seio. —
Quero que veja quem está entrando entre as suas pernas.
Ela sentiu então o punhal descendo pelo ventre e deslizando até a virilha.
Desesperada, tentou dobrar os joelhos, mas a corda a impediu. Com lágrimas nos
olhos, Anahi sentiu os dedos intrusos do homem invadindo sua intimidade.
— Ainda tem o frescor da juventude, duquesa — Rodrigo disse. — Doce.
Macia. Uma delícia! Mas não sei se ainda estará assim até amanhã.
Rodrigo retirou a mão para desabotoar a calça quando a porta do quarto se
abriu, batendo com força contra a parede. Ele ainda não tinha aberto o primeiro
botão, quando se virou para deparar com Alfonso.
— Rodrigo!
Anahi viu o espanto e a dor nos olhos de Alfonso, segundos antes de sentir o
punhal de Rodrigo quase penetrando em seu ventre.
— Aproxime-se, Alfonso, e verá minha lâmina perfurando sua amada!
Alfonso paralisou.
— O que você quer, Rodrigo? — O tom de voz era calmo, mas Anahi podia ver
a tensão no olhar.
— É uma pena que você tenha chegado tão cedo, Alfonso. Eu ia justamente
provar um pouco da sua mulherzinha. — Rodrigo passou a mão na perna de Anahi.
— Devo continuar? Talvez você queira assistir. Quem sabe pode aprender algo.
Alfonso não se deixou envolver pela provocação.
— O que você quer, Rodrigo?
— Quero o que é meu!
Anahi sentiu o metal frio se movendo à medida que Rodrigo encarava Alfonso.
— Quero o ducado.
— Ele é todo seu. Abaixe a faca.
— Assim tão fácil?
— Contanto que abaixe a faca e não machuque Anahi.
— Não antes de deixar as minhas iniciais nas coxas da americana. Posso?
Para você se lembrar de mim todas as vezes que se ajoelhar entre as pernas de sua
mulherzinha.
— Abaixe a faca, Rodrigo, ou você nunca irá se esquecer do dia em que o
derrotei para sempre!
Rodrigo se voltou para Anahi, e nesse instante Alfonso se moveu e desviou a
mão dele do ventre da mulher.
— Não! — Rodrigo gritou. — Seu maldito! — Ele livrou a mão, acertando o
rosto de Alfonso.
— Rodrigo, pare! — Alfonso se protegia como podia dos sucessivos golpes do
outro.
— Não paro enquanto não acabar com você, Alfonso! — Anahi tentava se livrar
das amarras, mas elas não cediam. Não havia nada que pudesse fazer, além de
assistir à luta dos dois homens. Alfonso segurava a outra mão de Rodrigo, e os dois
se encaravam como se estivessem dançando uma valsa macabra. Alfonso era mais
alto e mais forte, mas estava apenas tentando controlar o primo e não matá-lo.
Rodrigo estava tomado de uma ira selvagem. O ódio se refletia em seus olhos.
— Rodrigo! — Philip surgiu na porta. — O que está fazendo? Pare com isso,
agora!
— Philip... — Rodrigo olhou para o outro homem, e nesse instante, o punhal
desceu. Alfonso retirou o braço depressa, mas já era tarde demais. O sangue jorrava
do peito de Rodrigo.
— Rodrigo! — Philip gritou, mais uma vez.
Rodrigo puxou o punhal e levou a mão ao ferimento, tentando estancar o
sangramento, mas o estrago era grande, e ele tombou sobre a poça vermelha que
se formava sobre a cama. O rosto estava pálido como se toda a cor tivesse sido
drenada pelo peito.
— Você venceu — ele murmurou. — Maldito, você venceu.
E seus olhos se fecharam para sempre.
O forte odor de sangue e morte tomou conta do quarto.
— Você o matou! — Philip olhava para o corpo de Rodrigo que jazia pesado
sobre Anahi.
— Foi um acidente. — Alfonso sacou seu próprio punhal e cortou as amarras
que prendiam Anahi, puxando-a de baixo do corpo de Rodrigo. Ofegante, ela o
abraçou, escondendo o rosto no peito protetor.
— Você o matou! — Philip repetiu, a voz trêmula.
— Não tive intenção. Rodrigo amoleceu a mão quando o viu entrando no
quarto e não pude conter a força do impulso.
— Ele está morto. — Philip caminhou lentamente em direção à cama e tomou o corpo de Rodrigo em seus braços, manchando a roupa com o sangue do outro.