Fanfic: Duque Apaixonado AyA / Ponny FINALIZADA | Tema: AyA, Romance

Seu rosto estava molhado de lágrimas. Anahi desviou o olhar para não ver o choro
compulsivo de Philip.
— Anahi. — Alfonso acariciou seus cabelos e murmurou: — Você está bem,
querida?
— Sim. — Mas ela também estava prestes a ser tomada pelas lágrimas. —
Estou tão feliz por você estar aqui, Alfonso. Ainda bem que você conseguiu chegar a
tempo. — E o abraçou com ainda mais força, lembrando-se dos momentos de puro
pavor que sofrera nas mãos de Rodrigo. — Foi horrível. Ele o odiava
profundamente.
— Acabou. — Alfonso a embalou. — Rodrigo não poderá ferir mais ninguém.
— Não poderá ferir nenhum de nós. — Anahi queria sentir alívio, mas o cheiro
de sangue e morte, o som da dor de Philip e sua própria dor faziam com que tudo
parecesse um pesadelo. — Vamos para casa, Alfonso. Por favor.
—Está bem, meu amor. — Alfonso a beijou na testa. — Christian veio comigo e
deve estar à sua procura. Pedirei a ele que cuide de tudo.
Anahi olhou para Philip.
— O que acontecerá com ele?
— Não sei. Ele ajudou no seqüestro. Terá de pagar por isso.
— Mas ele tentou tirar da cabeça de Rodrigo a idéia fixa de me ferir. Ele
sugeriu a seu primo que escrevesse um bilhete a você e aguardasse.
Alfonso assentiu.
— Acredito em você. Tampouco tenho sede de vingança. Mas se tivermos de
enfrentar um tribunal, toda a história sórdida virá à tona.
O estômago de Anahi se contorceu, só de pensar que teria de relatar todo o
terror enfrentado naquela noite.
— Quero pôr um ponto final nisso, Alfonso. Não desejo ter de falar mais sobre
esse assunto. A morte de Rodrigo já não é punição suficiente? Não podemos deixar
tudo isso para trás?
— Talvez. Duvido que Philip represente algum perigo a nós ou a qualquer
outra pessoa, apesar de não querer compartilhar a mesma cidade com ele. Não
quero nem mesmo compartilhar o mesmo país. — Alfonso acariciou a nuca de Anahi
para aliviar a tensão. — É melhor que ele fique preso por uns dias até que
decidamos qual o melhor lugar para enviá-lo. Não há nada que o prenda na
Inglaterra. Duvido que se oponha a uma longa viagem, especialmente se for uma
opção à forca.
— Está bem. — Anahi relaxou um pouco. Ela não se importava para onde
Philip iria, contanto que pudesse colocar um ponto final e esquecer aquele pesadelo.
— Seu vestido está todo rasgado, meu amor. Você se importa em se enrolar
na colcha da cama?
— Tem uma capa jogada no chão, Alfonso, do outro lado da cama. Eles me
embrulharam nela quando me trouxeram para cá. Isso servirá para me cobrir.
Alfonso apanhou a capa. Anahi cobriu os braços e o restante do corpo e olhou
nervosa para a porta, e em seguida para Philip.
Ele tinha se movido. Colocara o corpo de Rodrigo de lado e estava se
levantando, os dentes expostos como um cão raivoso, com a faca ensangüentada
de Rodrigo em uma das mãos, os olhos fixos nas costas de Alfonso.
— Alfonso! — Anahi gritou e se atirou contra Philip.
Os dois começaram uma luta desigual. Anahi tentava arrancar o punhal das
mãos dele, e acabou acertando um soco nas costelas de Philip, que girou, caindo
pesadamente no chão, sobre o punhal que segurava.
Tudo aconteceu em uma questão de segundos.
Foi então que Christian finalmente entrou no quarto e se deparou com a cena de
horror.
— Meu Deus! — ele exclamou.
Alfonso amparou Anahi enquanto Christian se ajoelhava ao lado de Philip.
— Está morto — sentenciou. — O punhal entrou no coração.
Depois de garantirem a Gladys, Amanda e May que tudo estava bem, Anahi
e Alfonso se recolheram, deixando Christopher e Christian encarregados de relatar os
detalhes sobre os últimos acontecimentos.
— Preciso de um banho, Alfonso — Anahi disse ao entrarem no quarto. —
Preciso remover a sujeira do meu corpo.
Os criados trouxeram a banheira e água quente. Assim que a porta se fechou,
Anahi tirou as roupas e entrou na água quente. Ela temia nunca mais se sentir
limpa, novamente.
Então sentiu as mãos grandes e firmes de Alfonso em suas costas, ajudando a
limpar todo o desespero e a sensação de imundície.
— Mergulhe, querida.
Os dedos de Alfonso massagearam o couro cabeludo e deslizaram ao longo
dos cabelos. Com as palmas das mãos, ele esfregou a nuca e o pescoço. Os lábios,
gentis, tocaram a marca deixada por Rodrigo no pescoço.
Anahi temera nunca mais sentir prazer em ser tocada. Mas agora sabia que o
toque de Alfonso era o que precisava para curar as cicatrizes. Precisava do corpo
dele contra o seu para ajudar a esquecer todo o terror. Precisava sentir o amor para
afogar as tristes lembranças. Precisava amá-lo para se sentir viva novamente.
— Acho melhor terminar o que falta, Anahi. Não confio em mim mesmo para
lavar o resto.
Anahi ergueu as mãos, segurando o pescoço do marido.
— Não faz mal, Alfonso. Eu quero que você me lave.
— Anahi. — A voz não passou de um sussurro. — Tem certeza de que é uma
boa idéia?
— Sim. Preciso de você. Em todos os sentidos.