Fanfic: Obra do destino | Tema: Anahí Alfonso Ponny
A vida é uma obra de arte que teimamos em contemplar mas que nunca apresenta a mesma face. E se a vida de todos é uma obra a minha com certeza é uma pintura abstrata.
Aos meus 18 anos, meu pai e eu saímos a visitar as casas onde houvesse moças em idade para se casar. Acontece que nenhuma moça me agradava. Não concordava com a ideia de que podemos casar por conveniência e sem amor. Para mim, o amor era a principal razão do casamento e se não me apaixonasse não me casaria apenas para garantir meu título de visconde. Eu não perderia o título se não casasse, mas segundo meu pai:
- Um visconde de respeito necessita de uma mulher forte para lhe auxiliar e lhe dar belos filhos e assim prolongar nosso nome!
- Tá bom pai, eu já sei. Mas não vou me casar com uma pessoa que eu não ame. O senhor não ama minha mãe?
-Quando meu pai arranjou meu casamento eu nem pude escolher. O seu avô só me contou de quem ela era filha e que meu casamento seria dali à 2 meses.
-E quando passou à amá-la?
Meu pai sorriu.
-Assim que vi sua mãe entrando na igreja meu coração começou a bater mais forte. Fiquei encantado com aqueles olhos verdes da mesma cor dos seus.
-É disso que eu falo meu pai. Quero me sentir assim, quero daqui há alguns anos contar ao meu filho como me senti vendo a mãe deles pela primeira vez!
Com essa meu pai se calou. Ele sabia que eu tinha razão e não me obrigaria a fazer nada que eu não quisesse.
-Vamos passar na casa do meu amigo Henrique, quero ver se ele e sua família precisam de algo. Amanhã voltamos a árdua busca por uma moça que desperte seu encantamento!
Henrique era nosso principal arrendatário, ele e sua mulher Ana e sua filhinha moravam em nossas terras e um terço do que ele plantava era de meu pai.
Ao chegar à casa de Henrique, fomos recebidos por ele que instruía alguns camponeses que trabalhavam para ele. Um arrendatário não era um nobre como nós mas tinha uma vida boa e eram considerados como homens de boas condições financeiras.
- Boas tardes amigo Henrique! - Meu pai o cumprimentou.
-Boas tardes senhor Herrera! Vamos entrando!
A casa dos Portilla era muito boa. Tinha dois andares e era muito bem decorada. Eles tinha alguns empregados mas a senhora Portilla era quem recepcionava os visitantes de seu marido, sempre bem receptiva.
- Boas tardes senhores, sejam bem vindos. Vou buscar um café com biscoitos para os senhores!
-Obrigado senhora Portilla. Meu filho e eu agradecemos!
Ela fez uma breve reverencia com o vestido e saiu, nós nos sentamos e o amigo de meu pai também.
- Então senhor Herrera, a que devo a honra de sua visita? – não sei porque mas nunca gostei desse homem, ele nunca me pareceu sincero.
-Meu filho Alfonso e eu estamos visitando as casas dos conhecidos que tenham filhas em idade para se casar. Buscamos uma noiva para ele.
- Ora vejam só! Vais se casar Alfonso? – ele disse com tom de sarcasmo.
-Estamos visitando as moças mas até o presente momento não achei uma dama que me agradasse!
- E o que buscas de tão precioso que nenhuma das moças da região tem? – perguntou-me o senhor Portilla.
- Alfonso busca o amor senhor Henrique, meu filho quer uma moça a quem ele ame.
- Não quero me casar por conveniência, quero uma mulher a quem eu ame de verdade! Assim como meu pai ama minha mãe! – não sei dizer ao certo mas me pareceu que ele não gostou do que ouviu e revidou com cara fechada.
- Acho muito nobre de sua parte meu rapaz, mas deve saber que homens não são dados à romances. Deixamos isso às damas. - o amigo de meu pai riu sem humor.
- O senhor não ama a senhora Portilla? - perguntei a ele e fui cortado por meu pai
- Vamos falar de negócios, deixemos a busca por uma noiva para outra hora! – e já estavam em assuntos relacionados às terras e plantações.
A senhora Portilla veio trazer o café e eu fiquei a observar. O marido não olhou sequer para ela e mandou que saísse assim que deixou a bandeja com nossos cafés. Não gosto desse modo rude de tratar as esposas, mas era assim que acontecia naquele tempo. Os pais arranjam o casamento dos filhos e as moças tinham que obedecer aos desígnios de seus pais. É bem verdade que os rapazes também deviam obediência mas ainda assim tinham mais voz para rejeitar o casamento. Além disso, após casados o marido tinha todo o direito sob a mulher e ela deveria obedecer sempre.
Enquanto os dois conversavam fui até a janela e vi o belo jardim à frente da casa, lá vi um menininha de uns 5 anos colhendo flores, a senhora Portilla estava logo adiante olhando-a e sorrindo. Não sei o que aconteceu mas aquela menina me chamou a atenção, ela tinha os cabelos loiros e cacheados enormes e mesmo de longe pude ver seus olhos azuis brilhantes.
Chegamos em casa e minha mãe veio ao nosso encontro e já foi logo perguntando:
- Então meu filho, gostou de alguma moça?
-Não mãe. Não gostei de nenhuma!
- Alfonso você tem que fazer algo, seu filho não quer se casar e você fica dando assas às suas fantasias. Arranje logo uma moça para ele se casar e acabe com isso!
-Rute meu amor, nosso filho tem o direito de escolher com quem vai se casar!
-Você é o pai, é você quem deve dizer a ele com quem se casar! Por acaso você escolheu? Eu escolhi?
-Você acha que foi ruim ter se casado comigo? -sempre achei muito bonita a história de amor de meus pais, mas para falar a verdade nunca a tinha ouvido da boca de minha mãe, sempre vi a história pelo olhar apaixonado de meu pai.
-É claro que não, mas nós não tivemos essa regalia de escolher. Mas lavo minhas mãos, isso é problema de vocês! - Minha mãe saiu irritada.
-Filho não ligue para sua mãe, as mulheres são assim mesmo. Mas olha, não vou te obrigar a casar com quem você não queira mas você tem que aprender a respeitar as pessoas. Seu pouco caso com nossos costumes poderá lhe causar muitos problemas ainda. O senhor Portilla se mudou para cá depois que me casei com sua mãe, e ele sempre foi muito enigmático, à princípio ele não gostava muito de mim mas aos poucos fomos ficando amigos. Ele não fala sobre a esposa e não parece que os dois se deem bem, você não deveria ter feito aquela pergunta a ele.
- Me desculpe meu pai. Não vou tornar a fazer! - apesar de não concordar com a forma rude com que se tratam as mulheres não posso ir contra meu pai que é tão bom e compreensivo comigo.
-Meu filho, eu te amo muito e quero que você seja um homem de bem. E você será. Será o melhor visconde que já existiu! E será também um ótimo marido, seja qual for a mulher que você escolher!
- Que Deus lhe ouça pai. Vou me recolher, tomar um banho e ler até a hora do jantar.
Não pensei mais nesse assuntos, enquanto tomava banho me peguei pensando na filha do Henrique. Será que meu instinto paterno já estava me chamando? Não! O que eu sentia não era vontade de ser pai. Eu achei aquela garotinha muito linda. Só podia estar ficando louco com essa história de casamento. Paquerando uma criancinha! Ri sozinho.
Autor(a): linetraumaponny
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Passaram alguns anos e não achei uma moça para me casar! Meu pai já tinha desistido, não procurávamos mais. Ele entregou nas mãos de Deus. Eu, agora aos 20 anos, assumi a gerencia dos negócios com meu pai. Visitava os arrendatários e organizava as finanças da fazenda. Tudo ia bem, até que um dia minha acon ...
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