Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Anahi gostaria de ter rido, mas, para seu horror, uma nova onda de desespero desabou sobre ela sem aviso, trazendo uma inundação de lágrimas que encheu seus olhos e travou sua garganta.
— Se eu fosse assim tão bonita, por que meu pai me enterraria aqui no meio do nada?
— Não creio que eu saiba. Não sou especialista em saber o motivo de os pais fazerem alguma coisa. Mas uma coisa eu sei, sem dúvida nenhuma: não foi porque você não é bonita.
Ele a fitou então, e Anahi sentiu algo se forjar entre os dois, um laço implícito, uma proximidade que ela nunca sentira com ninguém. Naquele momento em que precisava tão desesperadamente ser compreendida, ele estava bem ali.
— Pode chorar na minha camisa se quiser — ofereceu Alfonso. — Está quase limpa.
Sem um segundo de hesitação, Anahi atirou-se nos braços dele e chorou pelo que valia a pena chorar. Alfonso a abraçou e deu tapinhas de conforto em suas costas, e depois lhe estendeu o lenço para secar as lágrimas. E então, ele a beijou.
Anahi apaixonou-se por ele naquele dia, apaixonou-se de todo o coração. Apaixonou-se da mesma forma com que fazia tudo aos dezesseis anos, com toda a sua emoção e energia. Ela e Alfonso amaram-se naquele verão, compartilharam o tempo e segredos um ao outro. E então, no outono, ele jogou uma mochila na cabine da picape Ford 63, prometeu escrever e partiu para o Sul.
Anahi não o vira de novo durante quatro anos.
— Isso não teria acontecido se você não tivesse me empurrado — o homem reclamou, quando Anahi terminou de enfaixar o ferimento.
Tinha uns quarenta anos, era pálido e magro, um atleta de fim de semana. Sua cara-metade, uma morena de expressão zangada, olhou feio para ele do pé da maca.
— Não teria acontecido se você não estivesse babando para aquela mulher! — retrucou.
— Eu não estava babando! Eu só olhei. Grande coisa...
— Teria visto a árvore se não estivesse babando. Estique uma tira de lycra em volta de algo grande, loiro e sueco, e você fica lesado do cérebro!
Anahi prendeu a ponta da atadura e afastou-se com um suspiro cansado. O homem saltou da maca sem nem mesmo um "obrigado" e saiu da sala, discutindo com a mulher
Era uma tarde típica de um sábado de verão no pronto-socorro do Hospital Geral do Condado, com seu desfile de ossos quebrados e ligamentos rompidos, acidentes na praia, insolação, cortes, intoxicação alimentar, anzóis presos em várias partes do corpo. Nada com que Anahi já não tivesse lidado incontáveis vezes. Só que naquele dia, a rotina estava exigindo um esforço especial de Anahi. Pessoas de outras profissões podiam permitir-se ficar distraídas no trabalho, ocasionalmente. Se ela se confundisse porque estava pensando na sensação da boca de Alfonso Herrera sobre a sua, as conseqüências poderiam ser trágicas.
— Como vai à batalha, linda?
Seu coração quase saltou pela boca com a sensação quente de lábios masculinos em seu pescoço. Anahi virou-se depressa.

BEM VINDA MARIA.EDUARDA & PONNY_SÓ_PONNY