Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Anahi bateu com a palma da mão na testa.

— Como você conseguiu viver esse tempo todo e continuar tão ingênuo?

— Querida — ele disse, com a paciência de um homem discutindo os acontecimentos do mundo com uma criança —, estamos falando de um adulto, um adulto são, racional...

— Não, não estamos! — Anahi insistiu, sacudindo a cabeça para enfatizar a frase. — Estamos falando de Herrera Tempestade!

Ela caminhou até a janela que dava para a sala de espera e parou ali, olhando para o nada, sentindo-se a única pessoa num filme de horror que sabia que o professor charmoso era de fato o invólucro de uma criatura resolvida a sugar os cérebros de todos das respectivas cabeças.

Carlos tirou as mãos dos bolsos do jaleco e ergueu-as, palmas para cima.

— Eu deveria telefonar a um juiz e tentar conseguir uma ordem de restrição ou algo desse tipo? O que quer de mim, Anahi?

— Não sei! Alguma reação seria bem-vinda. Talvez uma pequena demonstração de preocupação.

— Eu deveria me preocupar? — ele ponderou, ao parar atrás dela. — Esse rapaz pertence ao seu passado. Você não está mais apaixonada por ele.

Era uma afirmação, não uma pergunta, sem nem uma sombra de incerteza. Tudo era predeterminado, para Carlos. Fora uma das coisas que a atraíra nele; Carlos era um homem descomplicado.

— Claro que não — ela murmurou, tentando parecer tão calma e autoconfiante como ele.

— Então, não há problema algum.

— Quer apostar? — disse Anahi, olhando pela sala de espera até a porta de vidro que dava para o pátio das ambulâncias.

Carlos olhou por sobre seu ombro, boquiaberto, a testa franzida.

— O que é...

Um carro alegórico do desfile do Minneapolis Aquatennial do ano anterior entrara no estacionamento dos fundos da ala de emergência. Anahi recordava-se dele distintamente porque uma das pessoas sentadas no carro perdera o equilíbrio, caíra à sua frente, e ela lhe prestara os primeiros socorros.

O carro falseava sob o sol do fim de tarde. O ponto central era uma enorme bota de caubói feita de madeira, tela de arame e papel marrom, com uns três metros de altura. Sentado no topo estava Alfonso, acenando para a multidão crescente e sorrindo como um pirata.

— Herrera Tempestade? — Carlos perguntou perplexo. Anahi endereçou-lhe um sorriso plastificado.

— Em carne e osso.

As pessoas saíram da sala de espera como se estivessem milagrosamente curadas e agruparam-se em volta do carro, batendo palmas e gritando o nome de Tempestade. Anahi aventurou-se até a porta, relutante. Com medo que Alfonso trouxesse o desfile para dentro do hospital, ela espremeu-se até lá fora, com Carlos logo atrás. Pobre homem. Ela nunca o vira tão perplexo.

Uma música sertaneja cuja letra falava de uma segunda chance para um tolo apaixonado ecoava pelos alto-falantes. O motorista do carro alegórico desceu e começou a circular por entre as pessoas, distribuindo cravos para as mulheres e doces para as crianças e os homens. Anahi parou à beira da multidão, sem saber o que fazer.

Alfonso avistou-a no mesmo instante. Seu sorriso alargou-se. Ele agarrou uma corda que aparentemente estava ancorada no topo do poleiro e escorregou pela lateral feito Robin Hood.

Apanhando uma braçada de cravos cor-de-rosa da montanha de flores sobre o carro, Alfonso saltou para o chão e caminhou na direção de Anahi, sério, o olhar cravado nela. Anahi sentiu que todos os olhares se voltavam para o seu lado, um burburinho percorreu a multidão.

— Ele fez isso tudo por ela...

— Nossa...

— Melhor que Richard Gere em Uma Linda Mulher...

— Será que vai ser um daqueles comerciais de desodorante?

Uma equipe de tevê fez um zoom em Anahi com uma câmera portátil.

Alfonso não parou até ficar cara a cara com Anahi. A expressão dele assustou-a. Era o olhar de um macho demarcando território; o olhar de um homem que podia parecer calmo e despreocupado na superfície, mas que era uma rocha de determinação por baixo de todo aquele charme rural. Quando Herrera Tempestade queria alguma coisa, ele ia atrás. E ele a queria.

Alfonso parou e a fitou por um longo momento. A multidão conteve o fôlego num ato coletivo. Alguém tirou uma foto.

De repente, Alfonso tirou o chapéu, agachou-se sobre um joelho e disse:

— Anahi, vim aqui para declarar minhas intenções.

— Espero que incluam pegar um revólver e atirar na própria cabeça — ela resmungou por entre os dentes. — Me pouparia bastante trabalho.

Ele continuou como se não a tivesse ouvido:

— Pretendo conquistar seu coração, seu amor, sua mão. — Lançou um sorriso radiante para a multidão e piscou.

— Bolas, eu quero tudo dela!

Anahi mal ouviu as risadas, com o sangue pulsando alto nos ouvidos. Seu limiar de constrangimento não era tão grande assim, para começar. Entre aparecer em público usando uma cueca samba-canção e aquilo, havia uma diferença estratosférica.

Carlos adiantou-se e bateu no ombro de Alfonso.

— Desculpe-me, mas devo protestar contra isso.

MARIA.EDUARDA OBG POR ESTA LENDO ♥♥♥ E TBEM TODO MUNDO SABE QUE O NOSSO ALFONSO É MELHOR

PONNY_SÓ_PONNY  ESSE CARLOS É CHATO DEMAIS NÉ KKKK O BOM DELE SER ASSIM É PQ NÓS NEM PRECISAMOS NOS PREOCUPAR , PQ ELE Ñ VAI FAZER NADA, TUDO DEPENDE DA ANNY