Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Anahi olhou dentro dos olhos de Alfonso, uma parte de si desejando enxergar a verdade ali, uma parte querendo ver uma mentira. Não o queria de volta em sua vida. O risco era muito grande. Porém, havia aquela sua parte que sempre necessitara que Alfonso precisasse dela. Eram almas gêmeas. E isso era difícil de ignorar.
— O que vai fazer depois que as duas semanas acabarem? — ela perguntou, esquivando-se do toque de Alfonso. Talvez se ela deixasse claro o bastante que ele não iria vencer aquele desafio, Alfonso desistisse agora e poupasse a ambos de um bocado de sofrimento.
Ele lhe deu um olhar de enervante determinação.
— Levá-la de volta para Montana comigo e vivermos felizes para sempre.
Anahi suspirou.
— Esqueça. Vou ficar bem aqui. Tenho um bom emprego, uma boa vida, um bom namorado...
— Você o ama? — Alfonso segurou-a pelos braços de novo, virando-a para que pudesse encará-la.
— Que tipo de pergunta é essa? — ela indagou, com uma risada forçada. — Eu vou me casar com ele!
Alfonso meneou a cabeça, os olhos azuis cravados em Anahi buscando alguma pitada de inverdade.
— Não foi isso que eu perguntei. Perguntei se você o ama. Você o ama do jeito que me amava?
Anahi franziu a testa.
— Carlos é um homem muito bom. Temos interesses comuns...
— Você o ama? — Alfonso repetiu, pronunciando cada palavra pausadamente.
Anahi não poderia encará-lo de frente e responder. Tentou, mas as palavras não saíram de sua boca. Tinha a sensação de uma bola entalada na garganta. Claro que ela amava Carlos. Claro que sim. Então, por que não conseguia dizer?
A sombra de um sorriso curvou os lábios de Alfonso enquanto o alívio o inundava. Ele teria morrido se Anahi dissesse que estava apaixonado pelo Dr. Ponce.
Com a ponta do dedo, afastou uma mecha de cabelos do rosto de Anahi e murmurou:
— Isso é tudo o que eu preciso saber, querida.
Soltou-a e recuou. Seu bom humor retornara num ímpeto exultante, iluminando seus olhos e espalhando um enorme sorriso de gato em seu rosto.
— Você bem que poderia fazer as malas, baby — brincou. — Você me pertence! — Cantarolou a última frase com uma retumbante voz de barítono que atraiu olhares das pessoas à distância.
Anahi o encarou furiosa.
— Vai se dar mal, Herrera. Eu não pertenço a ninguém e não serei um prêmio em sua estúpida disputa machista. Se tem um desejo tão ardente de conquistar alguma coisa, vá comprar um bilhete de loteria. E agora, preciso ir — ela resmungou, olhando para o relógio. — Tenho um compromisso para o almoço.
— Que coincidência — retrucou Alfonso, com um leve sorriso. — Eu também.
Anahi o encarou com cautela, esfregando involuntariamente os braços onde ele a segurara. Seu coração começou a escorregar para o estômago.
— Não na Fundação Wish...
Ele respondeu com um dar de ombros.
— O que posso fazer? Sou membro do conselho nacional, você sabe. Não é uma sorte que eu tenha voltado para a cidade a tempo dos eventos para arrecadação de fundos?
— É... — Anahi resmungou, com voz fraca. — É uma sorte. Muita sorte...