Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Chegaram à picape, e Anahi encostou-se na porta do passageiro, com as mãos nos bolsos e os olhos brilhando sob a luz do poste. Alfonso absorveu a imagem, memorizando o jeito dela: relaxada, feliz, linda de um modo que tinha mais a ver com o estado de espírito do que com as feições. Uma onda de amor o atingiu com força no peito.
— Eu poderia dizer a ela que estamos noivos — ele murmurou, inclinando-se para perto.
— Não estamos.
Ele inclinou mais a cabeça e roçou os lábios ao ouvido de Anahi.
— Poderíamos estar
— Alfonso... — Anahi disse, com um gemido.
Ele afastou-se o suficiente para ver-lhe a expressão. Estava preocupada de novo, incerta, cautelosa.
— Acho que é melhor levar você para casa.
Anahi olhou para Alfonso, e o desapontamento nos olhos dele a sensibilizou.
— Acho que seria melhor — concordou.
O trajeto até Bloomington foi percorrido em silêncio. Alfonso parecia perdido em pensamentos. Bingo estava no meio dos dois, mas queria o assento da janela e não se intimidou em deixar clara sua preferência. Esparramou-se no colo de Anahi, prensando-a no lugar, e enfiou a cabeça para fora.
Anahi acariciou o cachorro, enquanto estudava pensativa a expressão de seu dono sob a luz do painel do carro. Podia ler as emoções de Alfonso na postura do queixo, na linha da sobrancelha. Podia senti-las no ar A solidão que os ligara no começo estava ali. Anahi deu-se conta de que desejava estender-lhe a mão. Não queria que se sentisse sozinho, não queria que se sentisse magoado, mas também não o queria em sua vida. Ele estava em outra encruzilhada, e havia uma chance muito grande de que ela fosse deixada para escanteio de novo quando Alfonso resolvesse prosseguir adiante.
Ele estacionou em frente à casa de Anahi, e quando se virou para ela, o sorriso maroto reluziu na escuridão da barba falsa.
— Viu? Aqui está você, inteira, virtualmente intacta. Anahi esboçou um sorrisinho.
— Você foi um perfeito cavalheiro. — Ah, bem, não conte a ninguém. Tenho uma imagem a resguardar, você sabe.
— Seu segredo está a salvo comigo.
— Então — ele murmurou, escorregando para o lado dela, a mão direita deslizando pelo encosto do banco. — Já que fiquei com o encontro do Dr. Ponce, ganho o beijo de boa-noite também?
Anahi suspirou.
— Sem chance, Herrera.
Era o que ela precisava, outro dos beijos patenteados de Herrera Tempestade. Já se sentia a beira do precipício de um penhasco muito alto e não conseguia escapar da sensação de que, se ele a tocasse, o chão sob seus pés ruiria, levando-a para um buraco sem fundo.
Alfonso debruçou-se mais, mostrando cada sinal de que iria roubar o beijo se ela não o desse. Era bem típico dele. Brincava com as regras até que se virassem contra ele. Era um fora-da-lei de coração.
Anahi comprimiu-se contra a porta, os dedos procurando a maçaneta. Ainda estava prensada por Bingo, que se apertara contra ela, a cabeça descansando sobre as patas na janela aberta.
— Ora, vamos, Anahi — Alfonso murmurou a voz cálida e macia. — Só um beijinho...
Quando sua boca roçou sobre a dela, várias coisas aconteceram ao mesmo tempo. Anahi abriu a porta. Um gato passou correndo pela calçada. Bingo atirou-se para frente, mirando-o, saltando para fora do carro e dando um poderoso empurrão com as patas traseiras em Anahi ao sair pela janela. Anahi exclamou um "Opa!" de surpresa ao cair no vão da porta aberta, automaticamente agarrando-se a Alfonso e puxando-o junto. Aterrissaram amontoados na calçada, Anahi de costas, com Alfonso em cima dela. Ele ergueu a cabeça e sorriu com ar sonhador
— Que beijinho, querida! — ele resmungou. — Acho que a terra tremeu.
— Quem vai tremer é você! — Anahi deu-lhe um empurrão que não o moveu nem um milímetro. — Cai fora, seu... Seu... Ladrão de beijos!
Alfonso obedeceu com relutância. Levantando-se com um gemido, estendeu a mão para Anahi. Ela o fitou como se esperasse ver um brinquedo de choque na palma da mão dele; depois a aceitou e deixou que ele a puxasse para cima. Bingo voltou de cabeça baixa, desmoralizado por perder o gato de vista entre os arbustos. Anahi lançou um olhar feroz ao cão e depois se virou para Alfonso, que rodava o ombro direito, o rosto contraído conforme tentava acomodá-lo.