Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Ela se vestiu com a costumeira displicência, enfiando-se num vestido preto simples, meia-calça e sapatos pretos de salto baixo. Quando apareceu na sala, Liz meneou a cabeça, erguendo os olhos para o céu, e empurrou-a de volta para o quarto para acrescentar enormes argolas de ouro nas orelhas, uma porção de braceletes finos num pulso e lima longa echarpe preta de chiffon que passou em torno do pescoço, deixando as pontas para trás. Declarou o resultado "estupendo". Anahi apenas se olhou no espelho e deu de ombros. Julgou que estava razoável e só esperou que seus cabelos não caíssem no prato. Carlos detestava gafes sociais.
Ele apanhou-a as sete em ponto, impecável como sempre. Seguiram para o centro até o restaurante, no conforto tranqüilo do BMW. O estômago de Anahi se revirava cada vez que eles passavam por um dos outdoors cor-de-rosa que anunciavam as intenções de Alfonso para o mundo. E quando ela contou a Carlos sobre a última proeza de Alfonso no supermercado, ele apenas deixou escapar uma risadinha.
— Isso não aborrece você nem um pouco, Carlos? — ela perguntou, com voz sumida.
— O sujeito está fazendo papel de tolo, Anahi.
Porque ele me ama. O instinto de defender Alfonso brotou dentro dela como o de uma tigresa defendendo a cria. Mas Anahi não disse nada.
O Madrid se notabilizara como um dos locais prediletos para jantar dos jovens profissionais na região das Cidades Gêmeas. A decoração era mediterrânea, com paredes rústicas de estuque branco, arcos mouriscos, muita madeira entalhada escura e ferro preto batido. No menu, havia saladas exageradas, massas e pratos de carne e frango preparados de inúmeras maneiras imaginativas.
Um músico começou a ziguezaguear entre as mesas, os dedos ágeis dedilhando melodias num violão de doze cordas. Estava do outro lado do salão, de costas para eles, mas a música chegava até onde estavam. Anahi descobriu-se ouvindo em vez de comer. Não era o tipo de música espanhola que alguém poderia esperar num lugar chamado Madrid, mas canções simples e doces com um toque folclórico americano que a fizeram lembrar-se de Montana. E a levaram de volta a um tempo em que o amor parecia simples, e Alfonso tocava seu velho violão de seis cordas para ela nas noites de verão.
O menestrel vinha na direção da mesa deles, e Anahi ainda não vira o rosto do homem, mas percebera as expressões dos outros clientes, os olhos brilhantes, as bocas se abrindo em sorrisos de surpresa.
Então, sua pele arrepiou-se como se ela tivesse pisado num campo elétrico altamente carregado, quando a música terminou numa explosão de aplausos entusiasmados da multidão, e o músico... Alfonso é claro... Virou-se e sorriu para ela.
— E agora, se vocês não se importarem de ouvir minha rude voz por mais um momento, eu gostaria de cantar uma música especialmente para a dama do meu coração — ele declarou os olhos azuis cravados no rosto de Anahi com uma intensidade que a fez prender o fôlego.
Os dedos de Alfonso correram seguros pelas cordas, e ele começou a cantar a voz rouca, cálida e profunda. A canção era familiar para Anahi. A letra ficara guardada em sua lembrança para nunca ser esquecida. Alfonso compusera aquela canção para ela e a levara até o lugar especial de ambos à beira do lago, para cantá-la pela primeira vez. Ela se recordava daquele dia como se tivesse acabado de acontecer
Era uma terna canção de amor, simples e pura. E do jeito mágico das canções, penetrou no coração de Anahi e tocou-a num lugar onde nada mais poderia tocar. Ela a ouviu, hipnotizada, as emoções fluindo para a superfície, como bolhas presas no fundo de uma lagoa. Quando ele terminou, o silêncio no salão era absoluto.
Talvez tivesse sido Carlos quem começara a aplaudir, mas Anahi não tinha certeza. Não conseguia raciocinar Não conseguia esboçar reação. Continuou sentada como um zumbi, olhando para Alfonso, ele também a fitá-la, parado, a expressão de anseio, nu e cru.
Naquele momento, com o tempo pairando no ar em torno dos dois, Anahi se deu conta de que ainda o amava. Era o que mais receava não que Alfonso pudesse fazê-la apaixonar-se por ele de novo, mas que nunca tivesse deixado de amá-lo. Apesar de tudo o que ele fizera para magoá-la, ela jamais o tirara do coração. E provavelmente sempre o amaria. Não importava o que fizesse quantas vezes a abandonasse. Sempre haveria uma parte integral de Anahi que pertenceria a ele.
— Ora, isso deve conquistá-la para mim, não acham amigos? — ele resmungou, arrancando risadas bem-humoradas dos outros clientes.
Anahi levantou-se sem uma palavra e saiu.

COITADO DO ALFONSO NÉ, A  ANNY MERECE UM SOCO NA CARA KKKK

ATÉÉÉ DOMINGO OU SEGUNDA