Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Um silêncio delicado desceu entre os dois. Carlos continuou a fitá-la, a expressão imperscrutável, e então se virou para ir embora. Não a beijou. Nem a tocou. Entrou no carro, engatou a marcha à ré e rumou para Minnetonka.
Anahi ficou parada na calçada, olhando para as luzes traseiras do automóvel enquanto a noite tranqüila a envolvia. Em algum lugar da rua, um grupo de crianças jogava basquete, o Tum-tum da bola batendo no chão ressoando conforme driblavam. Aquilo pareceu surreal para ela, toda aquela calma e normalidade ao redor, enquanto uma tempestade arrasava sua vida.
Seu belo e seguro futuro estava desmoronando em torno dela. A segurança pela qual ansiara a vida toda estava se esquivando para fora do alcance.
— Maldito seja, Alfonso Herrera — ela murmurou, afastando os cabelos do rosto com ambas as mãos.
Havia uma luz acesa na sala de estar, e uma melodia exótica silvava dos alto-falantes do aparelho de som. Liz estava sentada no chão em posição de ioga, de olhos fechados, emitindo um murmúrio alto e interminável.
— O que está fazendo? — Anahi gritou, encolhendo-se e tapando os ouvidos.
Liz calou-se abruptamente e abriu os olhos.
— Estou enviando novos sinais...
— A quem? Aos nativos de Bornéu? — Anahi apertou os olhos e girou um dedo no ouvido. — É possível que estejam correndo para o aeroporto mais próximo.
Liz ignorou o sarcasmo.
— Noite ruim?
Anahi revirou os olhos ao tirar os sapatos. A própria energia de Liz parecia diminuída. Era evidente que ambas tinham fracassado no jogo do amor
— Qual é a sua história? Pensei que tinha um encontro com um bom partido.
Liz fez cara de alguém provando óleo de fígado de bacalhau pela primeira vez.
— Acho que andei enviando sinais defeituosos. Primeiro foi meu dentista; depois, Max, o homem em transição rompendo com a cara-metade; em seguida Raymond, com essa coisa estranha de sexo zen. Agora, Wilmar.
— O que há de errado com ele?
— Além do nome, ele estava obcecado com a própria mortalidade. Como se pode pensar em ter compromisso com um homem que só fala em comprar um lote no cemitério enquanto toma um cappuccino! — Liz estremeceu. — Talvez isso seja um sinal de que eu deva me tornar uma freira ou algo assim. O que você acha?
— Não me pergunte. De minha parte, estou por aqui com romance! — Anahi passou a mão pela testa. — Vou dormir. Amanhã será o dia mais longo da minha vida.
Duvidava que fosse dormir melhor do que na semana anterior, mas pelo menos estaria na privacidade de seu próprio quarto quando ficasse louca. Enfiou-se numa camisola branca de seda e foi escovar os dentes, a mente povoa da de imagens de Alfonso, as últimas notas da canção ainda em seus ouvidos. Quase acreditara que ele falava sério quando dissera que queria ficar com ela para sempre.
Ela ainda o amava. E todos que ela alguma vez amara a tinham abandonado: sua mãe, seu pai, Alfonso. Apossavam-se de seu amor e sumiam, deixando-a sozinha e solitária, ansiando por algo a que pudesse se agarrar, alguém em quem confiar.
Confiava em Carlos, acreditava que ele não a magoaria. Não poderia magoá-la porque ela não o amava, percebeu, encarando uma verdade que Alfonso enxergara desde o início. Carlos era um bom homem. Anahi o respeitava e gostava dele, mas não o amava. Ele tinha razão, não devia competir com Alfonso; se ela o amasse, Carlos teria a posse completa de seu coração.
Assim sendo, em que posição isso a deixava? Anahi olhou para o teto, ao se deitar. Sozinha de novo. Não amava o homem em quem podia confiar e não confiava no homem que amava.
A música insinuou-se tão suavemente que ela mal a percebeu, no início. A melodia entrou pela janela aberta, flutuando na brisa, as notas doces e claras como um canto de passarinho vindo de muito longe.
Anahi empurrou as cobertas e foi até a janela. Alfonso estava sentado numa cadeira no gramado, o pé apoiado num vaso de gerânios. Sua face estava parcialmente iluminada pelo brilho amarelado da luz da varanda dos fundos da Sra. Perkins. Trocara a roupa de espanhol pelo velho jeans e uma camiseta branca que moldava seus ombros largos. Dedilhou o último acorde da canção e ergueu os olhos para ela.

ALFONSO Ñ É PERFEITO ?

AGORA VCS VÃO ESPERA PQ VOU FAZER SALADA, DEPOIS VOLTO