Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Amanhã do piquenique da Fundação Wish despontou ensolarada e quente. O piquenique anual tinha como palco os jardins da fábrica de brinquedos que Harvey Benton comandava no subúrbio de Plymouth. O lugar parecia um parque, e era ideal para desfrutar os dias de verão. Havia uma pequena lagoa, abrigos para piquenique, inúmeros carvalhos e bordos para aqueles que preferiam a sombra. Vários brinquedos, incluindo um carrossel e uma pequena roda-gigante haviam sido instalados numa cadeira. Também havia uma longa fileira de quiosques de jogos, todos organizados por voluntários da fundação, e com prêmios garantidos. Os quiosques de lanches formavam outra longa fileira, do lado oposto, e os aromas de cachorro-quente, algodão-doce e pipoca passeavam pela brisa. Aos fundos da pequena feira, um minizoológico de animais de estimação fora instalado.
O local já estava lotado de crianças, muitas em cadeiras de rodas ou usando muletas. Algumas usavam boné para esconder a cabeça sem cabelos por causa da quimioterapia. Eram crianças com poucas alegrias na vida diária, crianças cuja existência fora mutilada ou seria tragicamente encurtada por enfermidades. Mas naquele dia, eram como qualquer outra criança num parque. Suas risadas ecoavam pelo ar acima do ruído e da música.
Anahi olhou para tudo com um misto de prazer e apreensão. Havia muito mais gente do que na maioria dos anos anteriores. As estações de rádio locais haviam armado quiosques dos quais transmitiam a programação ao vivo e distribuíam inúmeros prêmios. Era óbvio para Anahi que a atenção que o piquenique despertara era provocado por uma única coisa: o desafio de Alfonso em conquistar seu coração. E embora o resultado fosse aumentar os fundos e a publicidade do projeto, ela estava claramente incomodada em ser o motivo.
A noite passada nos braços de Alfonso só complicara uma situação já complicada. Anahi sentia-se dividida por dentro, o coração dizendo para amá-lo, o cérebro gritando para não confiar nele, a consciência espicaçando-a a respeito de Carlos. Não era correto da parte dela continuar com Carlos. Não poderia casar-se com ele simplesmente porque era uma escolha segura; não seria justo para nenhum dos dois. Porém, não estava ansiosa para romper com ele, porque isso a deixaria ainda mais vulnerável ao assédio de Alfonso.
Por mais que tentasse, Anahi não conseguia afastar o medo de que o interesse renovado de Alfonso por ela fosse grandemente influenciado pelo desafio entre ele e Carlos, e por sua relutância. Vencer estava no sangue de Alfonso. Ele se agarrara à carreira no futebol até poder sair como vencedor. Depois, aparecera na soleira de sua porta. A idéia de Alfonso levando-a de volta a Montana fazia seu estômago revirar Ele estava cansado agora, precisando de descanso e de uma mudança de cenário, mas o que aconteceria quando se entediasse da paz e da tranqüilidade? Vivera e florescera sob a luz dos holofotes por muito tempo. Poderia se acomodar para sempre no meio do nada? E se a resposta fosse "não"? Onde isso a deixaria?
Uma onda de velhos medos e sensações de abandono emergiu de dentro dela, e Anahi estremeceu. Não que estivesse pensando em se casar com ele, apressou-se a afirmar a si mesma. Construíra uma boa vida nas Cidades Gêmeas. Alfonso não podia aparecer de repente e arrastá-la para o matrimônio e para Montana.
— Anahi, não posso crer que você tenha contribuído para isto.