Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

A voz tensa e zangada era de Carlos, mas quando se virou, Anahi deparou-se com um palhaço muito irritado, tipo Bozo, com maquiagem branca, nariz vermelho e um sorriso pintado, naquele momento para baixo. Duas espirais cônicas de cabelos cor de laranja fluorescente apontavam do topo da cabeça como chifres de algum animal mítico. A fantasia era completada por um casaco de bolinhas vermelho e branco com colarinho e punhos cheios de babados, e um par de enormes sapatos vermelhos que o obrigavam a andar como um pato.
Anahi não pôde evitar um acesso de riso. A vista de Carlos, o "certinho", numa roupa de palhaço era demais. A carranca de Carlos intensificou-se. Ele desenvolvera um tique acima do olho direito, que puxava a sobrancelha j cor de laranja para cima e para baixo, dando a impressão de que ele colara uma lagarta viva, daquelas bem peludas, na cara.
— Não tem graça nenhuma! — ele esbravejou, batendo o sapato de palhaço no chão, no que, para ele, era uma demonstração de fúria desenfreada. — Não posso ser um palhaço. Nunca gostei do Pimentinha, nunca gostei do Ronald McDonald, nunca gostei dos Três Patetas, e nenhum deles usava esta maquiagem ridícula!
Anahi dobrou-se ao meio de tanto rir. Ergueu-se, segurando o ventre, os olhos lacrimejando, os lábios se retorcendo.
— Desculpe Carlos — conseguiu dizer entre arquejos. — Claro que não é engraçado. — Conteve a respiração até ficar vermelha como uma beterraba ao tentar em vão reprimir o riso. Finalmente, o ar explodiu entre seus lábios, fazendo um som não muito diferente de uma bóia furada.
— Era isso que você queria Anahi? — Carlos perguntou, num tom baixo e sincopado. — Que eu fizesse papel de bobo em público?
— Não! — ela protestou e ficou séria. — Eu o designei para o posto dos primeiros socorros.
— Ora, e quer saber? — retrucou ele com sarcasmo.
— Alguém deu a brilhante sugestão de que todos no posto de primeiros socorros se fantasiassem!
— Quem? Quando? Não sei nada sobre isso!
— Bom-dia, Pernocas!
Alfonso aproximou-se deles com um daqueles sorrisos felinos falseando. Estava com a habitual calça jeans e a camiseta azul da Fundação Wish que deixava seus olhos mais azuis que o céu e os ombros mais largos que o dique de Hoover, no Colorado. — Como vai, Dr. Ponce? — cumprimentou com ironia. — Belo traje. Combina direitinho com você.
— Você! — Carlos fuzilou, cravando um olhar furioso em Alfonso. — Você é o responsável por isto, não é?
— Bem, detesto levar todo o crédito — disse Alfonso com um sacudir de ombros. — Mas, sim, eu realmente achei que seria ótimo que as crianças vissem os médicos sob uma luz mais divertida, para variar. — Seu sorriso de bandido espalhou-se pela face outra vez. — Saber que você estava na lista de voluntários foi como coroar o bolo com uma cereja.
Anahi não sabe se repreendia Alfonso ou se o elogiava. A idéia era uma tacada de mestre. Aquelas crianças tinham visto gente demais em jalecos de laboratório, em uniformes verdes de médico ou brancos, das enfermeiras. Vê-los de fantasia seria uma mudança bem-vinda. Virou-se para Carlos com um olhar de desculpas.

ALFONSO É MAL NÉ KKKK