Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Quando ia pousar os lábios sobre os dela, um fotógrafo saltou de trás da árvore mais próxima e bateu uma foto. Alfonso acenou para ele com um sorriso bem-humorado e pegou Anahi pelo braço outra vez, conduzindo-a para longe.
Ela o encarou com expressão preocupada.
— Vem junto com o pacote, querida — explicou ele gentilmente, enlaçando-a pela cintura.
O pacote de Herrera Tempestade pensou Anahi. Ele teria saudade quando os holofotes se voltassem para outro foco?
Todas as perguntas e dúvidas sobre sua própria situação com Alfonso se desvaneceram quando eles chegaram à clareira no final das barracas de jogos. Um campo de futebol mirim fora demarcado com cal branca sobre a grama. O campo estava lotado de homenzarrões em calças justas roxas e brancas, cada um deles rodeado por um enxame de crianças. Um loiro especialmente corpulento estava esparramado no chão, não muito longe, "bloqueado" por quatro garotinhos. As risadas enchiam o ar, junto com gritos de "bom trabalho" e "muito bem".
Anahi virou-se para Alfonso com um olhar tão puro de felicidade que ele sentiu o coração palpitar
— Reuni todos que ainda estavam na cidade para o verão — explicou. — Eu lhe disse que eram bons rapazes. Estão contentes de fazer isso.
Anahi olhou para as faces radiantes das crianças, e lágrimas toldaram sua visão. Muitas daquelas crianças nunca teriam a chance de jogar futebol, mas conhecer aqueles atletas que viam na tevê e com quem fantasiavam compensaria alguns dos sonhos perdidos.
— Você é uma pessoa maravilhosa! — exclamou impulsivamente, passando os braços em torno de Alfonso num forte abraço.
Alfonso sorriu e enxugou uma lágrima dos olhos dela, enquanto uma dezena de meninos se aproximava gritando seu nome.
— Continue a me ver assim, doçura — disse, pousando um beijo rápido na ponta do nariz de Anahi. — O dever me chama.
Anahi observou-o afastar-se, conduzindo o rebanho de admiradores para um canto desocupado do campo em miniatura. Aquele era o Alfonso que ela amava, o homem que correria metade do dia com os joelhos estourados só para agradar aquelas crianças. Ele deixou que o perseguissem e o derrubassem no chão e subissem nele, com a graça ágil e a elegância de um dançarino. Quando chegasse o dia seguinte, estaria gemendo e se movendo com a rapidez e o cuidado de um homem com o dobro de sua idade. Anahi sabia; observara seu ritual matutino de desenferrujar as juntas.
— Que traseiro mais gostoso! — Vera Creighton murmurou em tom conspirador, ao parar ao lado de Anahi. Seus olhos estavam grudados nas costas de Alfonso.
Anahi sentiu uma profunda agulhada de ciúmes penetrar em suas veias. Não se deu ao trabalho de negar dessa vez. Podia ter empurrado a mulher para cima de Alfonso por brincadeira, na semana anterior, mas se Vera desse algum passo na direção dele naquele dia, correria o grave risco de perder os poucos cachos loiros que tinha.
Vera soltou um suspiro dramático.
— Ele é um doce. Você é uma moça de sorte, Anahi. — Fez um gesto vago quando Anahi arqueou a sobrancelha. — Ora, Tempestade me contou tudo, querida. Como você roubou o coração dele. Ele é tão meigo.
— Está desistindo com muita facilidade. Vera — disse Anahi, desconfiada.
— Bem, quem sou eu para me pôr no caminho do verdadeiro amor? Além disso — acrescentou Vera, com uma risadinha gutural —, Tempestade me apresentou a Lars. Olá, Lars, querido!
Ao ouvir seu nome, o loiro grandalhão se levantou com as crianças penduradas a ele e se arrastou até onde elas estavam os olhos azul-árticos pousados em Vera, enquanto um sorriso se abria em sua face de granito.
— Vamos lá, criançada! — Vera gritou, devorando com os olhos os ombros do jogador, tão largos como uma geladeira dupla. — Vamos tirar fotos com o belo e famoso astro de futebol!